Quando seus lábios tocaram os meus, senti asco. Depois de ter beijado Selena na biblioteca, qualquer outro beijo não era o mesmo, me dava repulsa. Mas eu tinha que esquece-lá. Eu precisava esquece-lá. Então aceitei o beijo de Trudy como um recomeço. E ela claro, ela percebeu isso quando respondi ao beijo com as mãos.

Assim que Trudy e eu descemos no quarto, os olhares de meus colegas rodeavam dentre eu e ela. Quando finalmente todos foram embora eu ainda tinha em mãos o trabalho de literatura. Uma ideia fixa de entregar a Selena o mais rápido possível parou em minha cabeça. Talvez por que eu sabia que quando mais coisas e contato com ela, mas minha boca ficaria sedenta por um beijo, e mãos em overdose de um toque. Ou talvez porque eu estava arrumando um motivo para vê-la de novo. Olhar em seus olhos e ver se tudo o que disse veio de seu coração, ou de sua razão.

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– Vou ter que entregar isso a ela mais cedo ou mais tarde... – falei coçando a nuca e levantando-me. Ao sentar no banco do carro, era como se pudesse sentir a presença de Selena ao meu lado. Balancei a cabeça rápido tentando apagar seu nome da cabeça, mas isso foi impossível. O caminho pra casa de Selena, nunca foi tão rápido.

– Uhn, ahn... Sra. Morris? – falei ao avistar a tia de Selena juntamente com Miley. – Selena está em casa?

– Tá sim. – Miley falou desconfiada. – O que quer com ela?

Ignorei as perguntas de Miley, e a sra. Morris me levou até o quarto de Selena. E logo depois sairam. Ela comentara algo sobre ir assinar uma advertência de Miley, mas fui indiferente quanto o assunto. Bati na porta oca de Selena, e ao ouvir um fraco "pode entrar" pus um pé na frente do outro.

– Justin? – ela falou limpando lágrimas.

Pov. Selena.

Miley havia ganhado uma advertência por fumar pelos arredores da escola, e ela junto com tia Morris, foram até a escola. Depois de dormir, a primeira coisa que fiz foi chorar. Eu chorei como se todo o peso que carregara em meus ombros estivessem se transformando em água e escorrendo por meus olhos. Fiquei alguns segundos assim, mas logo diminuir a intensidade do choro. Eu estava pronta para voltar pro meu sono - o único em que eu me sentia salva - a porta bateu. Foi uma batida fraca, assim como minha resposta.

– Pode entrar! – falei me sentando na cama e secando o restante das lágrimas. Pra minha surpresa, não era Miley perguntando sobre alguma coisa perdida, nem tia Morris sobre a bicicleta quebrada: Justin.

– Justin? – falei já sentindo a respiração ofegante. – O que está fazendo aqui?

Me levantei e após sentir o vento balançar meus cabelos longos fechei a janela.

– Uhn... – ele hesitou em falar. – o trabalho de literatura. O professor disse que tinha que ficar com você.

Meu coração ficou decpcionado por ele ter ido lá somente pra me entregar a porcaria de um trabalho. Mas essa é a questão: porque ele iria lá SOMENTE pra entregar o bendito trabalho, se no dia seguinte tinha aula?

– Você tava chorando? – Justin falou coçando o braço direito.

– Não, tava babando pelos olhos Justin. – falei irônica me apoiando na estante de meu quarto. ele estava a pelo menos 2 metros de mim, mas eu já estava nervosa.

– Por que você tem sempre que ser tão arrogante?

– O que te importa? Você veio aqui pra entregar o trabalho, não para falar sobre minha auto-estima. – fitei o chão e segurei o máximo que pude minhas lágrimas.

Justin se aproximou de mim e segurou meus pulsos contra a estante o que o deixou próximo o bastante para me fazer sentir sua respiração.

– Você não vai me explicar o que tá acontecendo Selena? – ele falou e meus olhos só conseguiam enxergar seus lábios. – Não acha que eu mereço uma explicação?

– Eu... eu... – as palavras escapavam de minha boca e meu cérebro parecia ter pifado. Os olhos castanhos e exageradamente redondos de Justin fitavam os meus e eu não conseguia fazer nada. Eu estava rendida. Rendida ao amor, rendida aos problemas. De repente, toda a ameaça de Trudy me parecia futilidade.

– Você... não vai dizer nada? – Justin falou e pela fraqueza de sua voz, percebi que ele sentia o mesmo que eu. O desejo. A sede.

Então pela primeira vez na minha vida eu tomei a decisão certa. Sem perder tempo pra pensar ou pegar ar, deixei que meus lábios me levassem de encontro com Justin.

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O gosto de algodão-doce.

O cheiro de seu perfume.

Era como se todos meus sentidos estivessem aguçados. Seus lábios doces e macios roçavam nos meus, e sua língua foi a primeira a pedir passagem, e seu hesitar eu liberei. Nós não respiravamos. Não pensavamos. Estavamos em um estado de hipnóse e aquilo me excitava.

Justin como em um passe de mágica de pôs sentada em minha estante, e o beijo só aumentava de ritmo e intensidade. Agarrei minha perna por sua cintura e vagarosamente movi minha mão até seu abdômen e subi sua camiseta devagar. Nesse lento e deliciosio despir de roupas eu e Justin já estavamos ofegantes em minha cama.

– Mas que merda foi que eu fiz?! – falei eu sentando na cama. Ao perceber o que Justin ia falar, pus o dedo indicador em sua boca e ele riu. – Eu sei o que fiz, mas eu to perguntando porque fiz?

Justin também levantou e sentou-se ao meu lado. O lençol branco que nos cobria por inteiro, era a única coisa que nos separava. Justin segurou minha mão e me fitou nos olhos.

– Agora dá pra me contar o que está acontecendo?

Antes que pudesse mover os lábios, meu telefone tocou. Era Demi.

– Já ouviu falar em salva pelo gongo? – eu ri e ele me encarou com um sorriso bobo me puxando para um beijo.