As Súplicas De Um Vagabundo
Uma lágrima dourada
- Está tudo bem, Pedro? - perguntou docemente, deitada na cama de visitas.
- Sim... - cobri ela e fui até a porta - Vou estar no quarto ao lado, se precisar.
- Obrigado...
Desliguei a luz e fiquei olhando a luz do poste iluminar o quarto.
A chuva caia lentamente na janela, quando um raio rompeu o céu e um trovão sacudiu o vidro.
Um grito abafado pela colcha me fez perceber o medo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Você tem medo de trovões?
Ela não respondeu.
Suspirei, fechei a cortina e fui até a porta.
- Vou pro meu quarto. Qualquer coisa me acorde.
Mas o sono não vinha. Na minha cômoda havia uma foto minha com Yuuri abraçados no shopping. Droga! Por que tenho que pensar nisso?
Minha vida é uma merda!
Virava de um lado pro outro, mas o sono não vinha.
Os trovões aumentavam seu poder no passar das horas. Já eram duas horas da manhã e eu não conseguia mais dormir.
Um barulho de trovão sacudiu as paredes...
Passou perto.
Tive um mal pressentimento e deixei meus pés me levarem até o outro quarto.
Ao abrir um pouquinho a porta não havistei Christin na cama. Abri tudo e vi ela no cantinho, ajoelhada no cantinho da parede, longe da janela, tremendo, com os olhos arregalados enquanto tentava tapar os ouvidos.
Pacientemente segui até ela e ajoelhei em sua frente, passando a mão em seu rosto.
No começo ela se assustou comigo ali, mas logo que veio o trovão ela pulou e eu a abraçei.
- Calma, eu estou aqui.
Afagava seus cabelos enquanto ela tremia e chorava, me abraçando.
Não sei quanto tempo passamos assim, sentindo o calor do corpo um do outro, até que adormeci. Só acordei sete horas, com o despertador.
- Christin?
Tentei acordá-la, mas estava em sono tão profundo que eu simplismente a coloquei na cama e deixei-a descançar.
(...)
Não consigo mais deixá-la... Não sei se é por proteção, ou o que... Mas também não consigo imaginar ficar longe de Yuuri...
(...) Tempo depois
- Pedro... Me desculpe...
- Não é culpa sua que eles estejam juntos... - suspirei ao ver Yuuri e David de mãos dadas no parque - Vamos embora?
- Sim.
Ela pegou na minha mão e andamos para longe.
Lanchamos em uma lojinha e fomos para o parque.
- Vamos na roda-gigante? - perguntou ela, entusiasmada.
- Vamos.
Paguei as entradas e já estavamos lá em cima quando ela me abraçou.
- Pedro... Por todos esses dias, obrigado... - ela me deu um selinho -Sei que está sofrendo ao vê-lo com outro...
- Tudo bem, Christin...
Abraçei-a e dei um beijo demorado, meio que afogando as mágoas que me restavam por causa do meu macaquinho... Tudo havia sido uma ilusão?
Não sei...
Já estava voltando à vida antiga, host club, embora não me divertisse com as "princesinhas"...
Fui levá-la até sua casa, quando a mãe dela abriu a porta.
- Obrigado, Pedro.
- De nada, senhora Susan.
- Quer jantar conosco? - perguntou sorridente.
- Obrigado, ms hoje não... Estou meio mal...
- Sim... Então está bem. Quer carona?
- Tudo bem... Vou esfriar a cabeça. Tchau, Senhora Susan, tchau Christin... Amanhã venho buscá-la para o piquinique.
- Boa noite, Pedro.
Me despedi e fui andando pelas ruas escuras.
A familia dela era bem legal. Me convidaram várias vezes para almoçar e jantar lá. Eu era quase considerado um namoradinho de Christin...
Quase chegando em casa, passando por uma rua mais escura, a chuva fina começou a molhar minha jaqueta e eu apressei o passo até passar por um moreno conhecido.
- Yuuri... - suspirei, passando reto pelo garoto que me olhava enquanto andava em passos lentos.
- Pedro... - ouvi uma resposta seca e amarga.
Dei um sorriso e fui para casa...
Sinceramente? Não sei o que quero mais...
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