O6 - Orvalho da manhã E Terra Molhada...

Capítulo O6- Orvalho Da Manhã E Terra Molhada

–O que Rebekah Mikaelson queria com você? – Elena perguntou (Na verdade ela exigiu) enquanto caminhávamos em direção ao estacionamento.

–Nada demais, só vamos fazer o trabalho de história juntas. – Disse enquanto arrumava a alça da minha mochila no ombro direito.

–O QUÊ?- Ela quase gritou. - Bella, não!

–Não o que? – Perguntei assustada.

–Você não pode fazer o trabalho com ela.

–O que? Por quê? – Elena estava seriamente me assustando.

–Por que... - Ela pereceu procurar uma desculpa. - porque ela é uma péssima parceira. É. Péssima.

–Hã, Ok. – A olhei de soslaio e continuei andando em direção ao carro de Matt. – Não tem problema, Elena. Se ela não quiser me ajudar eu faço sozinha.

–Bella, a Rebekah... Ela não é boa. Ela é má. –Elena me parou e me segurou pelos ombros me balançando para dar mais ênfase. Arregalei os olhos. – Ela e a família dela.

Soltei-me. Eu estava estranhando muito essa reação de Elena, é como se ela não gostasse de Rebekah e tentasse fazer com que eu também não gostasse.

–Qual é o seu problema com a garota? Vocês eram amigas e brigaram?

–Eu nunca fui e nunca serei amiga de Rebekah Mikaelson. – Ela disse firmemente.

–Certo, ela fez alguma coisa pra você? – Chutei.

–Hã... Sim. – Ela assentiu.

–Certo, ela fez alguma coisa pra você. - Confirmei. - O que ela fez pra você?

Elena me olhou culpada e negou com a cabeça.

–Eu não posso falar, desculpa Bells.

A olhei chocada.

–Você não pode falar? Sério? Pra mim? –Me senti traída

–Isabella, confia em mim, eu nunca menti pra você. – Ela pediu segurando minhas mãos.

–Eu confio em você, Elena. Cegamente. – Eu disse suspirando. – Mas parece que é você quem não confia em mim.

Sorri tristemente e me soltei de suas mãos me afastando me direcionando até Matt, que me esperava encostado no carro assistindo nossa discussão de longe. Assim que parei em sua frente ele enlaçou os braços em minha cintura e me puxou pra um abraço reconfortante. Afundei o rosto em seu peito sentindo seu cheiro. Matt cheirava a orvalho da manhã e terra molhada.

–Tudo bem? – Senti a vibração em seu peito quando ele perguntou.

–Uhum. - Murmurei. Eu realmente estava chateada por ter discutido com Elena. – Vamos?

–Claro. – Ele me soltou e abriu a porta do carro para mim. Seu gesto me lembrou Edward e isso só me chateou mais.

O caminho até minha casa foi tranqüilo e silencioso. Quando Matt estacionou em frente a casa eu pude ver Elena e Stefan conversando na varanda dos Gilbert me olharem analiticamente retribui o olhar.

–Vocês brigaram? – Matt perguntou vendo que eu não desviava o olhar de Elena.

–Mais ou menos. – Admiti. – idéias distintas.

–Vocês brigaram. – Concluiu. Dei de ombros.

–Então, você quer entrar?- Perguntei por cortesia.

–Não posso, meu turno no grill começa mais cedo hoje. – Ele sorriu amarelo e deu de ombros como se pedisse desculpas.

–Tudo bem, obrigada pela carona, Matt. – Beijei seu rosto. – Até amanhã.

–Até.

Sai do carro e entrei em casa assim que o carro entrou em movimento.

–Vovó? – Chamei enquanto trancava a porta.

–Na cozinha. - Ouvi sua voz gritar da cozinha– Quantas vezes eu vou ter que dizer que meu nome é Oda Mae?

–Desculpe, eu me esqueço que você não quer ter a idade que tem Vovó. – Provoquei. Ela cerrou os olhos pra mim, mas depois deu um sorriso de lado.

–Vem cá. – Oda Mae me chamou e se virou para a mesa. Ela observava alguma coisa que eu não sabia o que era. Quando me aproximei pude ver vários vasos pequenos com uma planta de cor arroxeada que tinha um cheiro forte. – Me ajuda a levar isso lá pro sóton.

Ela me entregou uma daquelas bandejas para jardinagem cheia de vasos e eu peguei e a segui até o sóton.

–Que plantas são essas? – Perguntei enquanto subíamos as escadas.

–É uma erva chamada verbena. Ela protege você de coisas ruins.

– E a senhora acredita mesmo nisso? – Eu perguntei assim que chegamos ao segundo andar. Para chegar até o sóton era preciso puxar uma escadinha que ficava embutida no teto e essa mesma escadinha ficava em frente ao meu quarto. Coloquei os vasos no chão e puxei a cordinha que desmontava a escada, assim que tive a confirmação de que ela estava segura o suficiente para que agüentasse meu peso subi na mesma e peguei os vasos que ela me entregava. Estavam pesados. O sóton estava escuro e cheirava a mofo. Então fiz meu trabalho o mais rápido que pude pra sair de lá. Eu não gostava da escuridão. Assim que terminei empurrei a escadinha de volta pro teto e travei.

–Prontinho. – Sorri pra ela. Ela me olhou por um momento, analisando meu rosto. Franzi o cenho. –Oda Mae?

Ela balançou a cabeça como se estivesse afastando algum pensamento e sorriu pra mim.

–Desculpe, eu me esqueci de avisar que Charlie e Renée ligaram hoje de manhã.

–E o que eles queriam?

–Renée o mesmo de sempre, saber como você está e avisar que se você não responder os e-mails dela até as cinco da tarde ela vem te buscar. – Revirou os olhos. A acompanhei. -Charlie disse que conseguiu vender a picape e comprar outro carro pra você.

Charlie e eu havíamos combinado que quando eu viesse morar com Oda Mae ele venderia a picape e compraria outro carro para que eu pudesse me locomover por Mystic Falls sem precisar usar o carro da minha avó. Aparentemente, ela já havia vendido o carro e comprado outro em apenas quatro dias. Suspeito.

–Certo, eu vou fazer meu dever de casa e depois eu ligo pra Renée. - Disse abrindo a porta da escada e observando ela andar até a escada. – A senhora precisa de alguma coisa?

–Não, obrigada, eu vou descansar um pouco.

–Ok, bom descanso. – Entrei no quarto e joguei minha mochila sobre a cama forrada com um fofo edredom negro. Apesar de dizer a Oda Mae que ligaria para Renée mais tarde, eu decidi ler seus e-mails agora pois logo, logo ela ligaria novamente.

Diferente de Forks, a internet de Mystic Falls era mais do que rápida e pelo Notebook que eu ganhei de Alice eu pude responder tranquilamente os e-mails de Renée.

A primeira mensagem havia sido enviada no sábado.

“Bella”

Escreva-me assim que puder me conte como foi sua chegada e mande lembranças à mamãe, diga a ela que sinto saudades e que logo eu vou visitá-la. Você já se encontrou com seus amigos? Phill manda lembranças. Mamãe.

O que está esperando pra me responder?Estou preocupada. Mamãe.

Isabella Marie Swan.

Se você não me responder até as cinco e meia da tarde de hoje, eu vou ligar para Oda Mae.

Renée era tão precipitada.

Mãe,

Está tudo ótimo e ensolarado. Não me apresse para escrever para você, não faz nem uma semana que cheguei, então não tenho nada demais pra contar. Já me encontrei com alguns amigos, Jenna lhe mandou lembranças.

Estou com saudades e prometo lhe escrever logo, mas não fico verificando meus e-mails de minuto em minuto. Mande lembranças à Phill.

Bella.

Verifiquei mais alguns e-mails e desliguei o computador, disposta a terminar meu dever de geometria e biologia.

Passei o resto da tarde estudando e vez ou outra eu descia até a cozinha para comer alguma coisa.