Kaichooou! O Alien Está Com Amnésia!

Kaichoooou! Como foi sua manhã com o alien?


— Usui, o que você está fazendo? — pergutou Misaki, logo ao acordar num sofá estreito na casa de seu amigo.

Ela se encontrava em cima de Usui, de lado, com a cabeça recostada no seu peito e a face virada para ele. Um braço dele a abraçava no quadril, e o outro estava entre os dois, descendo até suas nádegas, onde estava sua mão. O gato descansava entre os seios de Misaki. Quando ela levantou, ela virou-se, ficando de bruços e apertando o gato entre os dois. O animal emitiu um miado de raiva e arranhou a primeira coisa que estava na sua frente, que, infelizmente, era a cara de Usui.

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Ele acordou sobressaltado e fechou a mão que estava nas nádegas de Misaki. Ela gemeu, assustada com o gesto. Usui, ainda grogue, piscou algumas vezes para entender o que estava acontecendo.

— Usui, seu pervertido, tire sua mão daí! — disse Misaki, completamente corada.

— Hã? — ele disse, tentando acompanhar a situação.

Ele demorou alguns segundo para entender o que se sucedera. Quando percebeu, Misaki já havia perdido a paciência.

— Até quando você planeja apalpar esse lugar? — disse ela empurrando o peito de Usui e escorregando pelo seu corpo, para sair do sofá.

Com isso, a mão de Usui saiu do local indevido. Porém, deixou o rosto de Misaki de frente para sua virilha, onde havia um certo volume.

— O-o-o-o q-q-q-que é isso? — gagejou ela, completamente rubra.

— Do que você está falando? — perguntou Usui, ainda brigando com o gato, que estava realmente furioso.

Misaki rapidamente saiu de cima de Usui, se jogando para o lado.

— Ayuzawa-san, você está bem? — peguntou Usui, finalmente tirando o gato do seu rosto. O bichano ainda parecia estar com ódio no olhar quando correu para algum canto da casa.

— Sim, estou bem. Mais importante, é melhor você colocar logo seu uniforme, já estamos atrasados.

Usui olhou para o relógio e disse um “epa”. Mas não saiu do sofá.

— Então... — disse Misaki — vá logo se arrumar.

— Etto... Você primeiro — respondeu Usui.

Podia ser só impressão, mas ela podia jurar que ele estava com vergonha de alguma coisa. Então ela se lembrou do “volume” que viu e não contestou. Ela levantou e foi no banheiro. Alguns momentos depois, quando ela saiu de lá, ela deparou-se com Usui vestindo o uniforme. Ele estava tentando colocar a calça mas congelou quando viu que Misaki estava olhando.

Agora ela tinha certeza de que ele estava envergonhado.

— Desculpe! — disse ela virando as costas e tapando os olhos.

— Hum... Sei, sei... A verdade é que você queria ver meu corpo — falou o loiro dando um sorriso malicioso.

— Mentira! — disse ela, vermelha como um tomate. — Por que eu iria querer fazer algo tão imoral? Isso é o que alguém como você faria, seu alien pervertido.

“Apesar de que ele tem um belo corpo...” pensou ela antes que pudesse se interromper.

— Eu vou colocar meu uniforme no quarto. O banheiro está livre. — disse ela pegando sua mochila e indo para o quarto.

Alguns minutos depois, Misaki estava na cozinha. Usui alegara que não sabia cozinhar e que queria provar a sua comida novamente. Ela sabia que era mentira, pois, caso contrário, aquele incidente com o Yukimura não teria acontecido. Mas ela aceitou fazer o café da manhã.

Quando tudo estava na mesa, eles sentaram-se para comer. Misaki deu a primeira bocada e fez uma careta.

“Parece que minhas habilidades culinárias não melhoraram, afinal” pensou ela, desanimada.

— Isso está muito bom! — disse Usui, surpreendendo-a.

— Você só pode estar brincando! — disse Misaki — Isso está incomível!

— Bem, foi uma comida que você fez para mim. Eu vou comer até o último grão de arroz... Etto... Ayuzawa-san, por que você está sorrindo?

— Eh? — ela não havia percebido — Não, nada... Só me lembrei de um programa de comédia que eu vi outro dia... Por que você não chama o gato para comer?

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Usui lançou um olhar de cautela para a porta do quarto, de onde emanava uma aura negra de puro rancor e ódio. Dava para ver dois olhos brilhantes espreitando dali.

— Acho que corro risco de vida se isso acontecer... — disse Usui pegando uma faca e deixando o utensílio/arma ao seu alcance.

— Bem, acho que devemos ir andando — disse Misaki mudando de assunto — Termine logo de comer.

— Hai. — E comeu os últimos grãos, limpando o prato.

Eles pegaram as mochilas escolares e saíram do apartamento. Durante o caminho até o colégio, eles conversaram sobre coisas fúteis. Misaki sugeriu que Usui batesse a cabeça de novo para tentar recuperar a memória, mas ele recusou imediatamente a ideia. Misaki também avisou que eles iriam para casa mais cedo hoje, já que ela tinha que trabalhar no maid latte.

— Ah! Você disse alguma coisa sobre seu trabalho de meio período. OK, se é o caso irei te acompanhar até lá. — ele disse dando um sorriso.

— Mas... Por quê?

— Etto... Eu não gosto da ideia de você voltando sozinha à noite...

— Mas eu sei me defender.

— E você estava tão linda naquela foto que eu quero ver com meus próprios olhos.

— Mas você já viu tantas vezes...

— Já?

Misaki mordeu a língua. Percebeu que tinha falado demais. Mas já era muito tarde, então ela resolveu contar tudo.

— Sim... Você é o maior freguês do maid. Desde que você descobriu que eu trabalho lá, você não falta um dia de trabalho meu. Sempre que tenho um expediente, você marca presença.

— Ah! Agora entendo o porquê de eu sentir algo familiar vindo daquela foto. Bem, onde nos encontramos? Digo, na saída...

— Hum... Que tal você ir à sala do conselho estudantil quando acabar as aulas?

— Fechado...

Eles já estavam no portão do colégio. Assim que entraram, o sinal tocou.

— Droga! — disse Misaki — Estamos atrasados. Bem, você já sabe a sua sala, vá para lá porque não posso te fazer faltar aula novamente. Me encontre para o almoço, você sabe onde.

— OK, então. Até mais, Ayuzawa-san.

— Até mais, Usui-kun.

As aulas do período da manhã transcorreram sem nenhum incidente. Misaki faltou as duas últimas aulas para organizar a papelada do Conselho Estudantil, já que ela não tinha feito muita coisa no dia anterior.

Usui teve uma pequena surpresa quando abriu seu armário. Como a notícia do seu acidente chegou aos quatro cantos do colégio, todas as garotas sabiam do que acontecera. 80% delas resolveu mandar uma carta de melhoras para ele. Essas cartas de melhora, junto com as cartas de confissões de amor habituais, atulharam o armário de Usui. Assim, na hora do intervalo, Usui estava caminhando pelo corredor e esbarrou-se acidentalmente em Yukimura.

— Gomen — disse Usui.

— N-não foi nada, eu também não estava olhando.

— Ah, Yukimura. Boa tarde — disse Usui com um sorriso.

— Usui... — disse Yukimura dando um passo para trás. — Então, você já está melhor?

— Acho que sim... Ainda me faltam algumas memórias, mas já me lembro de algumas coisas... E você, tudo bem?

— Mais ou menos... Olha, se você vir o Kanou, você não me viu por aqui, OK?

— Está bem, mas... Algo aconteceu? Vocês brigaram?

— Não exatamente... Eu esqueci de trazer algo que devia entregar a ele hoje, só isso — disse Yukimura desviando o olhar.

— Está bem então, pode contar comigo. Etto... Posso te perguntar uma coisa?

— Pode... — disse ele suspeitando de algo.

O corredor estava vazio. Usui jogou Yukimura contra a parede e apoiou o braço ao lado de sua cabeça, aproximando seu rosto do ouvido de Yukimura. Ele começou a alisar o rosto dele com seu outro braço e disse:

— Que tipo de relação eu tenho com...

— Eu NÃO sou gay, não há nada entre nós!

Usui deu uma risada sincera, como se duvidasse disso, mas continuou:

—Eu sei que você não é gay, se fosse, já teria acontecido algo — falou ele com uma risada maliciosa — Bem, que tipo de relação eu tenho com Misa-chan?

— Bem, vocês são apenas... — quando um bando de meninas surgiu do nada.

— USUUUUUUUUIIIIIIIIII — Falaram todas as meninas em uníssono.