Niall POV

– O senhor pode se retirar da sala? - o médico perguntou rápidamente. Olhei para Nicole e ela ainda estada desacordada na cama do hospital. Meu coração pulsou descompassadamente. Isso não poderia estar acontecendo, não, não não.

– Eu não posso - respondi. Minha voz saiu desesperada. Dois ajudantes entraram no quarto e pegaram rápidamente alguns equipamentos e colocaram sobre minha esposa, desacordada. Luce já não estava mais no quarto, deveria estar no berçário.

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– Retire-se da sala senhor. Por motivos de segurança - o médico disse rápido, em um tom que me preocupou.

Eu não queria deixá-la sozinha naquela sala, eu precisava dela. Meu coração pulsava descompassadamente. Meus olhos deveriam estar vermelhos e eu sentia um peso enorme da garganta por segurar as lágrimas. Eu não conseguia imaginar minha vida sem a Nicole. Ela é tudo para mim, eu a amo. Ela não poderia simplesmente me deixar. Me deixar e deixar Luce.

Ela estava desmaiada, né Deus? Eu não iria aguentar perder a Nicole.

– Tudo, menos perdê-la - sussurei para mim mesmo, já sentado na sala de espera. Minhas lágrimas saíam aceleradamente, meus cotovelos estavam apoiados na coxa e a mão no meu cabelo. Fui expulso da sala do parto. Por um momento, eu tive a melhor sensação do mundo por ver Luce nascer e em outro momento, eu me despedacei. Eu já não estava conseguindo controlar minhas lágrimas. Ela não poderia me deixar. Estou desesperado, o tempo pareçe rastejar, eu preciso da Nicole. Ela não poderia morrer. Não agora. Por algum lado, eu estava feliz com o nascimento de Luce. Quando meus olhos encontraram seus pequenos olhinhos entre-abertos azuis, senti a melhor sensação da minha vida. Era ela, era a minha filha... nunca me vi tão feliz antes na vida. Mas no segundo seguinte, que vi Nicole desacordada, foi um peso enorme em meu coração. Isso não poderia acontecer.

– Senhor Horan? - Uma voz me chamou, tirando-me dos pensamentos. Tentei limpar algumas lágrimas que estavam em meus rosto, deixando minha face completamente úmida. Vi uma enfermeira sorrindo á minha frente.

– Sim? - minha voz saiu fraca, quase em um sussuro.

– Sua filha já está no berçário, tomada banho - ela sorriu de ponta á ponta de sua face - É uma menina linda - continuou sorrindo, e dessa vez eu devolvi o sorriso - Me acompanhe - pediu e eu levantei, a acompanhando. Andamos pelo corredor da maternidade em silêncio. Apesar de tudo, eu estava ancioso para ver minha filha, meu coração ainda estava acelerado. Era estranho tudo que eu estava sentindo. Felicidade demais e tristeza demais... isso com certeza estava acabando comigo. Entramos no berçário e ele estava parcialmente vazio. Tinha apenas dois bebês, deitados em seus respectivos berços. A sorridente enfermeira me levou até um berço que estava no lado direito do cômodo. Sorri com minha visão. Luce estava com os olhinhos fechados e respirando pesadamente. Luce estava vestindo um macacão rosa bebê, com um lacinho em seu ralo cabelo castanho. Não deixei escapar um sorriso de meus lábios. Ela era tão linda. Era uma versão menor de mim e de Nicole. Minha felicidade em vê-la era indescritível. A enfermeira pegou Luce com uma manta que estava no mesmo berço, fazendo minha filha abrir seus olhinhos. Seus olhos azuis olhavam para mim docilmente. Sorri involuntáriamente e meus olhos marejaram. Ela é perfeita. A enfermeira passou Luce para meus braços e ficou nos observando. Luce estava quieta em meu colo, ainda com sua respiração pesada. Sorri para Luce e minhas lágrimas voltaram á decer de minha face.

– O senhor quer um acalmante? Vejo que está bastante agitado - A enfermeira perguntou preocupada e levantei meu olhar. Assenti e a mesma saiu do berçário. Voltei a olhar para minha filha e ela me observava atenta.

– O que foi amorzinho? - perguntei com uma voz manhosa e fiquei balaçando-a em meu colo.

– Senhor? - Acompanhei a voz com meus olhos e vi a mesma enfermeira com um comprimida e um copo de água em suas mãos. Coloquei com cuidade Luce em seu berço e peguei a água. A bebi junto com o comprimido e agradeci á enfermeira - O doutor Nicholas gostaria de falar com o senhor - ela deu um meio sorriso e saiu do berçário. Olhei para minha filha e a beijei na testa. Saí do berçário em passos curtos e fui até a sala do doutor Nicholas. Entrei na sala e fechei a porta da mesma. O doutor estava sentado em sua poltrona, e eu me sentei em outra praticamente de frente para ele. Com certeza meu rosto ainda estaria vermelho e os olhos inchados.

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– Vejo que o estado do senhor não é um dos melhores - O doutor começou a falar - Mas teriamos que dar a noticia mais cedo ou mais tarde. Nós tentamos reanimar a paciente Nicole, mas foi sem sucesso. Chamei uma equipe de ajudantes, mas infelizmente não conseguimos. Sinto muito - quando ele acabou de falar, lágrimas já se apresentavam em alta quantidade em minha face.