Festa e fuga de Gildson

Com Betinho e Thiago arranjando música, os cavaleiros de Aço arranjando comida e Matt e Gustavo arranjando bebidas, só faltava convencer o Mestre Shion a ceder o Salão do Mestre para a festa de fim de curso, planejada pela turma dos cavaleiros de Bronze. Com relutância, o Mestre aceitou; afinal, segundo ele mesmo havia admitido, já fazia tempo que o Santuário estava em paz, sem nenhum chamado urgente, e o lugar bem que estava precisando de uma comemoração festiva.

Os cavaleiros de Ouro e de Prata também foram convidados; afinal, eles também estavam tendo pouco trabalho a fazer (e, no caso dos Cavaleiros de Ouro, pouquíssimo, quase nenhum).

Ás oito horas da noite, os convidados chegaram ao Salão. Distribuíam-se pela pista de dança; iam à mesa para comer e beber; traziam músicas para aumentar o repertório do DJ, e dançavam animadamente uns com os outros. Matt conduziu Fernanda pela pista e dançou agarradinho com ela por um bom tempo. Ele localizou Isabella do outro lado do salão; ela dançava com um outro cavaleiro de Bronze, talvez de outra turma da escola. Ela parecia contente, como se não tivesse tido aquela conversa franca com Matt após a aula. O cavaleiro de Fênix tentava se concentrar apenas em Fernanda, mas ainda se sentia amargurado pela forma como Isabella havia encerrado a conversa entre eles.

Thiago estava cercado por algumas amazonas de Aço, que pareciam competir para ver qual delas ele tiraria para dançar. Rina, Marília e Diandra se divertiam na mesa de drinques, experimentando bebidas leves (no caso de Marília, pesadas também) e rindo dos meninos que tentavam paquera-las. Betinho e Gustavo conversavam animadamente com os colegas de Bronze e de Aço sobre o fim do curso, sobre as aulas do semestre seguinte, sobre a fundação da Ordem de Atena e, claro, sobre o período de férias que se aproximava.

No meio da festa, sobrou um tempo para Matt, Gustavo, Betinho, Thiago e Rina encontrarem uma mesa só para eles e colocarem o papo em dia.

— Que festança, hein? – disse Matt.

— Comida, bebida, música... – disse Betinho.

— E garotas – completou Thiago.

— Se bem que o Matt já está bem servido nesse ponto – comentou Rina.

— Rá, muito engraçado – comentou Matt, ironicamente.

— Um bom tempo sem guerra, hein? – comentou Gustavo.

— Espero que continue assim – completou Thiago.

— Ah, logo, logo, teremos uma missão nova, tenho certeza disso – disse Betinho.

— Enquanto isso vamos aproveitar, pessoal – disse Rina.

— Um brinde – sugeriu Gustavo – a nós, Cavaleiros de Bronze!

— A todos os cavaleiros! – sugeriu Rina.

— Ao Santuário! – bradou Thiago.

— À deusa Atena! – disse Matt.

— Por Atena!!! – disseram os demais, repetindo seu velho grito de guerra, reforçando o sentimento de unidade que havia se fortificado naquele grupo desde o começo de suas jornadas.

No dia seguinte à festa, uma notícia não muito boa chegou aos ouvidos de todos no Santuário. Gildson conseguira escapar da cela no Cabo Sunion depois de quase um mês preso – mas, diferentemente de quando Kanon escapara, ele saíra pela frente. Shion pôs alguns cavaleiros de Bronze e Aço para vigiar a Casa de Câncer, caso ele tentasse roubar novamente a armadura de Câncer. Porém, uma semana inteira depois de sua fuga, Gildson não aparecera uma única vez na Casa de Câncer, nem em nenhuma das outras 11 Casas, nem em nenhum outro ponto do Santuário. A fuga pareceu não preocupar tanto Shion quanto antes, e ele resolveu diminuir a guarda da Casa de Câncer de doze para oito cavaleiros. Alguns cavaleiros mais experientes foram acionados para rastrear o paradeiro de Gildson, mas não obtiveram sucesso. E o Santuário ainda viveu algum tempo a mais sem preocupações.

Enquanto isso, nas trevas profundas, o inimigo preparava-se para voltar à cena no Santuário.