New Legends - Cavaleiros do Zodíaco

Um chamado urgente, parte 1


— Você sentiu isso? – perguntou Fernanda enquanto as duas garotas corriam pela trilha.

— Sim. Foi impossível não sentir. – O tom de voz de Isabella estava coberto de preocupação.

— Apressa o passo, Branca de Neve. Vai saber com o que o Matt está tendo que lidar!

— Com “quem” – corrigiu Isabella. – Mas vamos nos apressar mesmo. O cosmo dele já se agitou demais por lá pro meu gosto. Essa batalha, seja lá contra quem for, pode estar sendo demais para ele. Temos que chegar lá o quanto antes... O fato de estarmos nos dirigindo até o único Marina de quem Sorento não tinha informação nenhuma só me dá arrepios.

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As duas continuaram correndo em silêncio. Em seu íntimo, Isabella confiava no potencial do garoto, mas sabia que, apesar de Matt ter passado por várias lutas, aquele confronto podia ser algo para o qual ele não estaria preparado. Ou talvez nenhum dos outros cavaleiros estivesse...

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Em meio à luta no Santuário, Paulo de Órion defendia firmemente um ponto da costa, quando uma voz falou em sua mente.

Paulo, depressa. Precisamos de você aqui!!

Reconheceu a voz do professor Gomes.

— Ei, Unicórnio!! – gritou o garoto para Lauro, que estava próximo a ele. – Assuma meu posto. O mestre Gomes está me convocando.

— Tá certo! – exclamou Lauro em resposta.

Paulo passou correndo por ele, enquanto os outros cavaleiros de Bronze se juntavam a Lauro nos pontos demarcados da fronteira.

— Cícero, vamos! – exclamou Lauro para o cavaleiro de Urso, que vinha logo atrás dele. – John, Elias e Jonathan: comigo! Paulo precisou sair. Vamos nos revezar no posto dele!

— Ehhh! – gritaram os outros cavaleiros de empolgação. Em pouco tempo os cinco haviam se posicionado.

Enquanto Paulo corria, pelo canto do olho observou os cinco defendendo o posto contra os ataques das feras e criaturas das trevas. Atuavam como uma equipe, coordenando seus movimentos de maneira sublime; o Órioniano se deu conta de que eles haviam progredido bastante desde que haviam chegado ao Santuário.

Paulo chegou até o lado externo da Sala do Mestre. Gomes dava instruções a um outro cavaleiro, como se o estivesse despachando para entregar alguma mensagem.

O cavaleiro de Órion se aproximou. Quando Gomes ouviu seus passos, olhou de relance para ele, e depois se voltou para o outro cavaleiro:

— Vá e faça como eu disse. Volte e me dê um relatório assim que possível – disse rispidamente. Paulo raramente vira Gomes usar um tom de voz como aquele. O professor e diretor que geralmente transparecia calma e plenitude agora estava visivelmente aflito e nervoso.

— O que está havendo? – perguntou Paulo, por precaução.

— Estou enviando alguns agentes para avisar aos cidadãos da Vila de Rodorio que busquem abrigo no Santuário. Com todo esse ataque, temos que presumir que a segurança da Vila esteja comprometida por ora. Os que não puderem ficar aqui, levaremos para casas de refúgio em Atenas, há muitas próximas de nossa fronteira que foram construídas para receber os refugiados que atravessam o Mediterrâneo. Felizmente, graças a nossos agentes estacionados em Atenas, algumas dessas casas estão com espaço de sobra para os aldeões. Mas não o chamei aqui para isso.

— Então...

— Tenho uma tarefa para você – disse Gomes soturnamente. – Uma outra situação requer nossa atenção no momento.

— Mestre, com todo o respeito, o Santuário precisa de sua força total no momento para deter as criaturas das trevas... – começou Paulo, mas o professor o interrompeu:

— Não se preocupe com isso. Os Cavaleiros de Ouro estão executando bem a sua função de convocar nossos antigos colegas e recrutar novos guerreiros, enquanto enfrentam os servos do caos em outros locais do globo. Há recrutas e cavaleiros veteranos chegando a todo momento em Palaestra para se alistar em serviço integral ao Santuário pelo tempo que for necessário. Além disso, os Cavaleiros de Ouro antigos estão sendo muito eficientes na condução de nossas tropas de fronteira. Acredite, meu caro, o Santuário está muito bem fortificado. Por isso, confio que você cumprirá esta ordem que te darei, sem reservas.

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Paulo pensou em protestar, mas sua curiosidade falou mais alto. Além disso, o discurso de Gomes sobre o Santuário estar suficientemente protegido fora bem convincente.

— Certo. Qual é a tarefa?

— Recebemos um chamado de Asgard – afirmou o diretor. – Estão sendo atacados, embora ainda não esteja claro por quem. Nenhum dos cavaleiros de Ouro no exterior se encontra próximo o bastante de lá para verificar. E os Guerreiros Deuses ainda se recuperam da batalha que tiveram contra os cavaleiros de Bronze. Você é um dos nossos melhores, Paulo, e confio que você possa verificar e conter a situação com eficácia. Recomendo que leve mais duas pessoas com você, embora ache que já imagino quem você irá escolher para levar.

O garoto se permitiu sorrir. Pelo menos, ainda estaria sendo útil ao Santuário de alguma forma naquele momento de tensão, e teria uma missão própria para conduzir.

— Sim, senhor. Conte comigo!

— Certamente, meu bom rapaz. Reúna suas colegas e vá. Retorne o mais breve possível e venha relatar-se a mim. Estarei fora de Palaestra por algum tempo.

— Para onde o senhor vai?

— Como disse, temos que zelar pela segurança dos moradores de Rodorio. É a única habitação do mundo que tem uma aliança longeva com o Santuário e que aceita integralmente a manutenção do nosso sigilo em relação ao resto do mundo. Preservar a vila e seus habitantes tem que ser uma de nossas principais prioridades nesta crise. Vou ajudar na alocação dos moradores. Jabu, Geki e os demais instrutores irão cuidar de Palaestra e da recepção dos recém-chegados na minha ausência. Quanto a você, meu jovem, desejo-lhe toda a sorte nessa tarefa. Que Atena esteja com você e que as bênçãos do Olimpo recaiam sobre você e seus companheiros.

— Obrigado, mestre. Será uma honra – Paulo se curvou respeitosamente após terminar de falar.

Gomes assentiu e o dispensou, indo em direção ao caminho que levava à vila. Paulo já corria na direção oposta, de volta ao local da batalha. Em seu íntimo, levava as palavras de incentivo de Gomes; mesmo nervoso e inquieto, o professor lhe depositara a confiança para executar aquela tarefa, da qual ele nem tinha ainda todos os detalhes. E Gomes ainda se mostrava preocupado com os civis, que não precisavam se tornar dano colateral na guerra entre Hades e Atena. Eram algumas das características que o garoto mais admirava no mentor, e que faziam-no se lembrar de que, embora Shun tivesse sido seu mestre desde a infância, Gomes era o mentor com quem ele mais se identificava, talvez o mais perto de uma figura paterna que ele possuía.