Rina subiu as escadas que levavam ao palácio Valhalla e entrou. O lugar era bonito e imenso. O longo corredor de entrada parecia conduzir ao interior do palácio.

Ela mal teve tempo de contemplar todo o palácio. Um golpe de vento frio passou por ela, e Shido de Mizar, o Guerreiro de Asgard que havia aparecido no Santuário, surgiu na frente dela.

— Bem-vinda a Valhalla, Andrômeda. Vou cavar sua cova agora mesmo.

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No Santuário, Atena e Shion contemplavam o céu ensolarado grego.

— Espero que os cavaleiros estejam obtendo sucesso – disse o Grande Mestre.

Atena fitou o antigo cavaleiro de Áries.

— Tem uma coisa que preciso fazer – avisou Saori. – Se os avisos estão certos, não adianta apenas que os cavaleiros salvem Asgard. Haverá outras formas de Hades fazer a Terra cair nas trevas.

— Tem razão. Mas o que irá fazer, Atena?

— Vou orar por Asgard. Ocupar o lugar de Hilda nas preces a Odin. Com licença, irei ao templo de Atena. Vamos torcer para que as estrelas estejam equivocadas.

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Rina limpou a neve que cobria sua corrente e encarou Shido.

— Não cheguei tão longe – disse ela – para ser detida por você. Essa sua barba tem um cheiro gozado. E, aliás, quando foi à última vez que você escovou suas presas?

Shido rangeu os dentes. Ou melhor, presas.

— Você é insolente, garota. Vai testemunhar o poder do tigre do norte. Vou te ensinar a mostrar mais respeito.

Shido avançou sobre Rina com o impulso do vento, mas ela brandiu a corrente para mantê-lo afastado.

— Não vai se esconder atrás da corrente para sempre, menina! – bradou ele. – Minhas garras irão te buscar!!

Ele recuou, para depois saltar sobre a formação da corrente, caindo na direção de Rina.

GARRAS DO TIGRE NEGRO!!

Shido golpeou as correntes e perfurou-as. Rina sentiu-se fatiada em vários pontos da pele. Na velocidade da luz, as garras do Guerreiro Deus tinham grande potência de ataque.

Rina recuou, agonizando, mas não se abateu. Já havia levado cortes piores. Tigres são mesmo irritantes, pensou ela com amargura. Ela se recordava de Fernanda de Fogo e de suas amigas amazonas de Aço, que utilizavam golpes felinos muito semelhantes ao golpe de Shido, e que haviam feito Rina perder a paciência várias vezes quando teve que enfrenta-las durante a revolta dos Cavaleiros de Aço. Aquelas vagabundas... Se eu conseguir vencer o Shido, ter enfrentado elas já vai ter valido a pena.

Ela agitou novamente a corrente.

ONDA RELÂMPAGO!!

As correntes vibraram e começaram a perseguir o oponente. Infelizmente, Shido não tinha apenas aspecto de um tigre nas garras e presas; era também muito ágil. Mas havia um ponto a favor de Rina: eles estavam dentro de um local fechado. Shido não poderia escapar para sempre.

Dito e feito. Mizar continuou se esquivando da corrente que brandia choques elétricos, até que se viu imprensado contra a parede num momento de descuido. O tigre negro do norte sentiu uma descarga fulminante.

— Rá! – exclamou Rina enquanto Shido lutava para se erguer. Mas o olhar do Guerreiro Deus estava feroz. – Que foi, quer mais?

— Você vai sentir de fato o poder de Mizar, garotinha. Você atiçou a fúria do tigre do norte!!

O palácio se encheu de ar frio mais uma vez, mas avançando apenas na direção de Rina.

IMPULSO AZUL!! - bradou Shido.

O ar ficou mais gelado e assumiu um tom doentio de azul. Choques elétricos saltavam das paredes do palácio em contato com o vento. A corrente de Andrômeda impedia que Rina saísse voando e que as descargas de Shido a atingissem. Mas ela não podia ficar na defensiva para sempre.

Então veio a idéia. Havia como revidar o golpe de Mizar. Uma coisa tão simples e que ela não havia se dado conta desde o começo.

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Eu devo ter bebido algo estragado antes de vir pra cá, penso Rina. A culpa vai ser da Marília. É a única explicação para eu não estar raciocinando direito!

As correntes se espalharam, colocando Rina no meio da mira de Shido.

— Isso! Facilite meu trabalho, garota insolente! – bradou o Guerreiro Deus, orgulhoso.

— Cale a boca – disse Rina -, e olhe bem para seu trabalho.

Shido gelou. O vento estava fluindo em todas as direções. Até mesmo contra ele. Rina estava manipulando uma grande parcela da correnteza em torno deles.

— Veja o poder secreto de Andrômeda. Vamos ver quem é o insolente agora! TEMPESTADE NEBULOSA!!

O vento explodiu na direção de Shido, lançando-o longe.

Rina não notou, mas algo semelhante a um relâmpago partiu na direção dela quando a Tempestade avançou sobre Shido. Mas o golpe foi aparado por um braço prateado.

Shido bateu contra a parede do palácio. Rina recuou, ofegando; a Tempestade havia consumido seu cosmo quase que por inteiro, pois era a segunda vez que executava seu golpe máximo naquele dia. Mas, ao erguer os olhos para contemplar a cena à sua volta, ficou intrigada.

Sua velha amiga Bella de Taça estava ali, ajoelhada ao seu lado. Ela ofegava e massageava o braço esquerdo. Pelo visto, havia pulado na frente de Rina para protegê-la de algo no momento em que Rina havia lançado a Tempestade Nebulosa contra Shido.

— Bella? – perguntou Rina, cansada. – O que...

— Cuidado, Rina – alertou Isabella. – Tem mais um Guerreiro Deus aqui.

Rina olhou. Shido continuava caído, inerte, no chão. Outro Guerreiro surgiu ao lado dele, como que saído das sombras, e encarou as duas garotas.

Ele também tinha uma barba grisalha, pele clara e olhos castanho-perolados como os de Shido. Sua armadura era semelhante à de Mizar, com a única diferença de que era clara, e não escura. Assim como a armadura de Shido, havia pontos negros perolados de cosmo maligno cobrindo a armadura do novo Guerreiro Deus.

— É ele o verdadeiro Guerreiro Deus da Estrela Zeta – afirmou Bella. – É ele quem derrota os inimigos para Shido. Um guerreiro que se esconde na sombra do Guerreiro de Mizar.

— Bem fraseado – alertou o homem. – Sou Bado de Alkor. E vocês vão pagar por terem ferido meu irmão.