Pouco Além (A Harry Potter Story)

O Guerreiro Sanguinário


Harry teria ficado apreensivo com a ameaça de um novo inimigo que queria vê-lo morto, mas se acostumara com a idéia de ter alguém o espreitando desde o 1º ano de Hogwarts. Era quase como se ele tivesse se tornado de vez um imã de encrencas. Rony e Hermione não reagiram da mesma maneira: o garoto passou a ficar olhando para a janela com mais freqüência e a garota meteu a cara em seus livros para ver se conseguia descobrir mais alguma coisa sobre os Guerreiros do Apocalipse.

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Matt não demonstrou ao longo do dia que eles tivessem tido mais do que uma simples conversa entre amigos no quarto. No entanto, Thaila e Percy lançavam-lhe olhares gélidos nas refeições ou quando estavam no mesmo cômodo da casa, como se não aprovassem a forma “brusca” com que Matt tivesse revelado a Harry, Rony e Hermione a existência dos Guerreiros do Apocalipse.

Era evidente que o Sr. e a Sra. Weasley já tinham tomado conhecimento da conversa, mas pareciam achar que daquela forma fora melhor; talvez não se sentissem bem se escondessem aquilo de Harry e dos outros por mais tempo. Gina estranhava o fato de Harry, Rony e Hermione terem se trancado no quarto com Matt sem dar explicações; mas assim que a encontrou, Hermione não tardou a pô-la a par da conversa.

Mesmo com a silenciosa ameaça de um Guerreiro do Apocalipse irromper pela porta da frente a qualquer instante, o dia na Toca transcorreu normalmente. Jorge fez-lhes uma visita à tarde; deu a Harry uma nova caixa de logros e brincadeiras para o caso dele gastar a que ganhara de aniversário antes do fim do verão. Matt teve a audácia de desafiar Jorge para um jogo de quadribol no pomar dos Weasley: eles conjuraram duas balizas nas extremidades e dividiram os jogadores. Na primeira partida, Harry, Rony e Matt (Hermione preferiu assistir do solo) enfrentaram Jorge, Gina e Charlie; como Rony estava meio nervoso e deixava escorregar a bola sempre que tentava um vôo de ataque, Gina e Charlie não tardaram a marcar os 200 pontos necessários para ganhar a partida como Jorge e Matt haviam definido no começo mesmo com a marcação acirrada de Harry e Matt (Harry só se dava ao trabalho de marcar Charlie e pedia a Matt para marcar Gina para evitar dar um encontrão nela; porém, Charlie era super ágil para alguém daquele tamanho e Harry recordou-se de ter escutado Olívio Wood dizer, anos antes, que o segundo filho dos Weasley poderia ter chegado à seleção nacional, e Harry arrependeu-se de sua escolha). Na segunda partida, Gina trocou de lugar com Matt, mas a troca de nada adiantou para Harry: mesmo jogando com Gina, Rony ainda deixava a bola cair em muitos lances – houve um momento em que ele se atrapalhou quando ia lançar a goles para Harry e acabou jogando-a para trás; Matt passou por ele a toda velocidade e marcou o gol; Hermione segurou uma risada para não deixar Rony magoado.

Contudo, Rony não parecia estar preocupado com mais nada, a não ser a eminência de um ataque a sua casa. Olhava para os lados, nervoso, a todo o momento; quando eles terminaram a partida e Harry pôs sua Firebolt (que Matt lhe trouxera da Rua dos Alfeneiros logo após a derrota de Voldemort) no ombro, passou por Rony a caminho da Toca. O amigo se sobressaltou, não com a aproximação de Harry, mas apontava para uma moita do outro lado do pomar.

— Tinha alguma coisa ali! – ofegou para Harry. – Eu sei que tinha! Eu vi!

Mas Harry se limitou a dar umas tapinhas no ombro do amigo e ajudá-lo a se levantar.

— Não tem nada, não se preocupe – disse ele.

...

...

...

...

No dia seguinte, Harry acordou quase na mesma hora do dia anterior, para o que esperava ser outro dia comum. Foi tomar café com Rony; já estavam todos os presentes na mesa e comendo.

Harry comeu sua torrada e em seguida subiu a escada para escovar os dentes, pensando vagamente no que iria fazer hoje. Quem sabe não lia um dos livros que ganhara de presente, ou começava a estudar para o curso, ou saía para jogar quadribol no pomar.

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Mas Harry não chegou a alcançar o quarto. Mal tinha chegado ao patamar quando ouviu o barulho de algo explodindo do lado de fora. Em seguida, um tremor e um novo estrondo: parecia que alguém estava atirando contra as paredes da Toca.

Harry saltou os degraus até a janela que dava para o jardim da Toca. Havia alguém de capa lá fora segurando uma varinha e disparando feitiços na direção da casa.

Era evidente que as pessoas na cozinha tinham sentido a agitação, porque Harry ouviu as cadeiras lá embaixo se arrastando e vozes preocupadas. Ele tornou a olhar pela janela: o vulto lá fora berrava a plenos pulmões.

— Saia já daí, Harry Potter! – Sua voz era de homem, grossa e rascante, acompanhando o ruído dos feitiços que disparava. – Sei que está aí, Potter! Saia daí se for realmente o Eleito!

Harry nem esperou que ele falasse outra vez. Sacou a varinha e desceu correndo as escadas. Passou rápido pela cozinha e visualizou as pessoas olhando pelas janelas; ouviu alguém exclamar: “Harry! Não!”, mas não parou para conferir: atravessou a sala e arrombou a porta da frente.

O vulto estava parado a alguns metros da porta. Sua capa preta e longa ocultava seu rosto. Harry recordou-se de Quirrell bebendo o sangue de unicórnio na floresta proibida para Voldemort. A figura encapuzada, que estava berrando loucamente, parou abruptamente quando Harry saiu; era óbvio que podia vê-lo mesmo com aquele capuz.

— Ah. Harry Potter – disse o homem; sua voz não era suave nem quando falava normalmente. – Minha sorte chegou.

— Quem é você? – perguntou Harry furiosamente, erguendo a varinha e apontando-a para o homem.

O bruxo tirou o capuz.

O rosto dele quase fez Harry vomitar. Tinha um aspecto esverdeado, a pele era opaca, os olhos eram cinzentos e frios. Harry teve certeza de ter sentido um odor estranho emanando da capa do homem. O cabelo dele era sujo e malcuidado.

— Eu sou Nessy, o Guerreiro Sanguinário! – bradou ele.

Então um feitiço cortou o ar, não lançado por Harry nem por Nessy, mas vindo da Toca, passando ao lado da orelha direita de Harry; ele se afastou para o lado para evitá-lo. O feitiço por pouco não acertou Nessy: o bruxo se inclinou para o lado e agitou rapidamente a varinha, desviando o feitiço para uma árvore no quintal, que desabou no chão.

Harry se virou em tempo de ver Matt passar por ele, a varinha em punho apontando para Nessy.

— Guerreiro do Apocalipse! – bradou Matt. – Nessy, Guerreiro Sanguinário!

Matt encarava Nessy fixamente com raiva. Para surpresa de Harry, Nessy parecia estupefato com a chegada do auror.

— Você!!! – exclamou ele, olhando incrédulo para Matt. – Stick, o caçador!

— Então é assim que sou conhecido entre os Guerreiros do Apocalipse? – perguntou Matt tranquilamente, ainda empunhando a varinha. – Maneiro, talvez eu conserve esse título.

Mas o Guerreiro do Apocalipse não estava mais olhando de chofre para Matt; ria desdenhosamente, olhando de Harry para Matt.

— Por Rá, o deus-sol! Que formidável! – exclamou Nessy para os céus. – Harry Potter e Matt Stick no mesmo dia! É mesmo meu dia de sorte.

— Não cante vitória antes da hora, Nessy – disse Matt, falando como se estivesse numa conversa formal entre conhecidos. – A menos que queira que eu faça o seu deus Rá lamentar a perda de seu servo.

— Não fale do que não sabe, Stick – provocou Nessy, deixando de rir. – Rá não terá de lamentar perda nenhuma hoje.

Nesse instante, a porta voltou a bater e por ela saíram Thaila e Percy. Este olhou para Matt, para Harry e depois para Nessy.

— Harry, o que deu em você – murmurou Percy cauteloso. – Sair na direção de um Guerreiro do Apocalipse desse jeito...

— Não adianta, Percy – disse Matt, olhando severamente para Percy. – Harry precisa entender isso. Precisa participar disso. Não seremos hipócritas. E você – ele se voltou para Nessy. – Dê o fora daqui e não chamamos os aurores. Ninguém lhe chamou aqui.

— Na falta de um convite, resolvi me auto convidar. Formidável, não? – debochou Nessy. – Não importa o número, vocês não serão páreos para mim.

— Veremos – murmurou Matt, e ficou parado encarando Nessy com a varinha erguida. Percy e Thaila também ergueram as varinhas, mas ninguém atacou Nessy. Harry ficou sem entender. Decidiu agir.

Ergueu a varinha e disse:

Expelliarmus!

Seu feitiço voou certeiro na direção de Nessy. Por um instante Harry teve certeza de que o atingiria – então o mundo girou.

Nessy se moveu com uma velocidade que Harry achou comparável à da luz; agitou a varinha e fez o feitiço voltar para Harry quando já estava quase sendo atingido. Harry foi lançado no ar e girou várias vezes, para depois cair com um baque violento na grama. Seus óculos caíram, mas ele não precisou tatear muito para reencontrá-los.

Apesar de ter aterrissado, sua cabeça ainda girava. De alguma forma, Nessy não só repelira o feitiço para Desarmar de Harry como o transformara num feitiço ostensivo semelhante à Azaração de Impedimento. De repente ele notou que seus ouvidos estavam cheios de balbúrdia. Ergueu a cabeça procurando a razão daquele ruído.

Caído na grama, Harry via Matt, Thaila e Percy dando combate a Nessy, três contra um, porém Nessy conseguia conter os ataques dos três quase sem esforço. Lembrou a Harry de Voldemort enfrentando McGonagall, Slughorn e Kingsley ao mesmo tempo na batalha de Hogwarts.

Em meio ao vaivém de feitiços, ele viu Matt conseguir, finalmente, furar a barreira de Nessy e atingi-lo com um feitiço no ombro. Harry conhecia muito bem a proeza de Matt com Feitiços Estuporadores: fora ele quem os ensinara a lançá-los na Armada de Dumbledore.

Vendo-se atingido, Nessy soltou um gemido de dor e um rosnado de fúria; agitou a varinha mais uma vez e lançou uma rajada de ar que derrubou Matt, Thaila e Percy ao mesmo tempo. Em seguida, o Guerreiro do Apocalipse conduziu a rajada de vento para junto de si e desaparatou.

Harry ergueu-se com dificuldade e ajudou Thaila a se levantar. Matt e Percy também se levantaram; Matt foi para junto de Thaila e a abraçou. Por cima do ombro da noiva, ele disse a Percy:

— Para dentro. E tranque as portas.

O medo era visível na voz de Matt, por isso Percy não titubeou e puxou Harry pelo braço, arrastando-o de volta para a Toca. Matt e Thaila entraram em seguida ainda abraçados, e Percy acenou com a varinha para trancar a porta.

Encontraram os outros Weasley e Hermione na cozinha, todos de pé, parecendo muito tensos. A Sra. Weasley abraçou Percy; estava pálida de medo. Rony, Hermione e Gina foram direto para Harry, mas Matt, que estava ajudando Thaila a se sentar, disse:

— Depois. Lá pra cima, os quatro. Com sua licença, Sr. Weasley.

— Claro, claro – concordou o Sr. Weasley muito sério.

Thaila parecia ter perdido a voz. Alguma coisa estava deixando-a horrorizada.

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— O que houve, querida? – perguntou Matt cautelosamente, notando a expressão dela.

— Minha varinha – sussurrou Thaila com a voz embargada. – Olhe.

Ela tirou de dentro da capa a varinha, ou melhor, os restos dela. Estava despedaçada por completo, apenas pedaços inertes de madeira. A pena de fênix que fora o seu núcleo estava destruída.

— Foi quando eu caí – disse a moça, ainda com a voz pesada. – Quando Nessy jogou aquele último feitiço. Acho que caí em cima dela. Ela já estava gasta depois da batalha lá em Hogwarts... E agora?? O que eu faço, Matt... O que eu faço??

Matt segurou os ombros da noiva. Thaila finalmente deixou as lágrimas escorrerem. Harry, Rony, Hermione e Gina, que estavam prestes a subir as escadas, estacaram vendo a cena.

Thaila abraçou Matt pela cintura, ainda chorando desconsolada. Rony parecia estar se lembrando do acidente com o Ford Anglia no Salgueiro Lutador que partira sua própria varinha no 2º ano. Matt acariciou a cabeça da noiva.

— E agora, Matt... – choramingou Thaila. – Como eu vou aparecer no Ministério sem varinha... Como é que eu vou lutar?? Ainda mais agora!!

— Não se preocupe – disse Matt calmamente. – Eu tenho a solução.

Matt largou Thaila e procurou algo dentro da capa. A noiva o mirou esperançosa. Harry não desgrudava os olhos da cena, aguardando. Finalmente Matt encontrou o que procurava.

Tirou da capa não uma, mas duas varinhas. Uma delas era a dele, feita aparentemente de pinheiro. Mas Harry nunca vira a outra varinha. Era velha e estava um tanto lascada. Parecia, porém, desprender certa glória de sua poeira.

— Mas Matt...! – exclamou Thaila, olhando a velha varinha. – É...?

— A varinha do meu pai, é – disse Matt, depositando sua própria varinha na mesa e admirando a velha varinha em suas mãos. – Derrotou vários Guerreiros do Apocalipse. Ele teve tempo de mandá-la para mim antes de morrer. Guardo desde então.

— Mas Matt... – começou Thaila, mas ele a interrompeu.

— Apesar do tempo de uso, ainda é uma varinha respeitável. Tem 27 centímetros, feita de eucalipto, flexível, com um pêlo de unicórnio no núcleo.

— Mas Matt... Me escute! – disse Thaila duramente, quando Matt fez menção de interrompê-la de novo. – Eu não posso usar a varinha do seu pai. Simplesmente não posso. Eu sei do valor que ela tem para você, do que o seu pai fez e do que ele representa para você.

Matt encarou Thaila por um instante.

— Está certa, Thaila – ele admitiu. – Mas você não vai usá-la.

— Não...? – disse Thaila parecendo confusa. – Mas então...

— Vai usar esta – disse Matt, indicando a própria varinha, depositada sobre a mesa. – A minha. 25 centímetros, flexível, de pinheiro e com um fio de juba de leão. Eu fico com a do meu pai.

Thaila olhou a varinha de pinheiro sobre a mesa, em seguida olhou encantada para Matt. Depois o beijou.

— Obrigada – disse ela após soltá-lo.

— Por nada – disse Matt. – Minha obrigação de noivo.

Thaila lhe deu um sorriso cansado e guardou a varinha de Matt na capa. Matt olhou para Harry, Rony, Hermione e Gina, ainda contemplando a cena, sensibilizados.

— É melhor vocês subirem – disse ele amigavelmente. – Falarei com vocês daqui a pouco.

Harry se virou para subir, a admiração por Matt Stick crescendo em seu interior. Ele fora capaz de abrir mão da varinha pelo amparo à noiva.

Assim que os garotos subiram, Matt disse:

— Acho que ela pode durar pelo verão, Thaila. Depois iremos ao Beco Diagonal e compraremos sua nova varinha. Até lá, a varinha do meu pai já terá dado tudo o que pode, eu acho.

Thaila sorriu agradecida e lhe deu um beijo na bochecha. A Sra. Weasley tinha ficado sensibilizada com aquilo e chamou Thaila para tomar uma xícara de chá. Quando as duas saíram, Percy se dirigiu a Matt.

— Vou mandar um Patrono a Kingsley. Para avisá-lo.

— Patrono... Certo – murmurou Matt meio distraído. Quando Percy lhe deu as costas, ele disse ao Sr. Weasley e a Charlie: - Devemos ficar alertas. Isso é só o começo. Nem um momento de descuido pode ser permitido.

— Desculpem-me – disse Charlie. – Vou precisar partir amanhã. Gostaria de ficar e ajudá-los, mas tenho que voltar à Romênia.

— Claro, filho – concordou bondosamente o Sr. Weasley. – Você nos ajudará onde quer que esteja. Alerte quem puder na Romênia sobre os Guerreiros do Apocalipse. Mandarei suas lembranças ao Bill e ao Jorge.

— Obrigado, pai.

— E cuidado com os dragões – alertou Matt.

Tanto o Sr. Weasley quanto Charlie riram.

...

...

...

...

Harry olhava fixamente para o chão. Gina repousara sua cabeça no ombro dele. Rony e Hermione estavam sentados defronte a eles, na cama da Rony.

Nesse instante a porta bateu.

— Entre – disse Rony.

A porta se abriu e Matt entrou. Ainda parecia calmo, mas abalado.

— Bem – começou ele. – Hoje vocês testemunharam a prova concreta de tudo o que eu disse ontem.

De fato, pensou Harry. Ainda estava atordoado com o que ocorrera. Já havia levado vários feitiços em lutas, mas nunca havia sido erguido e girado no ar como um boneco. Nunca sonhara em encontrar alguém com mais proeza em magia do que Voldemort; contudo Nessy fora perspicaz em derrubar quatro bruxos em uma tarde sem pestanejar. Então era esse o poder de um Guerreiro do Apocalipse?

— A essa altura, ele já deve ter se escondido – ia dizendo Matt. – Mas os aurores irão procurá-lo pela região; ele não deve ter ido longe. Por enquanto, devemos nos concentrar em procurar uma forma de neutralizar Nessy para podermos derrotá-lo.

Harry ergueu a cabeça para prestar mais atenção e ouvir melhor.

— Até agora ele só mostrou o que nós supomos que todo Guerreiro do Apocalipse saiba fazer – continuou Matt. – Mas ele ainda não mostrou sua habilidade especial.

— Tem chance de ele não ter uma? – perguntou Rony esperançoso. Matt fechou a cara para ele.

— Se ele não tivesse, não seria um Guerreiro do Apocalipse, Ronald – respondeu Matt asperamente. – Ele se anunciou como o Guerreiro sanguinário. Acho que o poder dele tem algo a ver com sangue, mas no momento não me lembro o que pode ser. Tenho de voltar ao Ministério para continuar pesquisando; os Guerreiros não devem saber que há registros deles ou já teriam mandado um espião infiltrado para lá. Enquanto isso, aconselho vocês a praticarem o maior número de feitiços possíveis.

“Tenham cuidado, rapazes. O que vocês viram hoje, principalmente você, Harry, foi apenas uma amostra do poder deles. Devem estar preparados para algo maior. Mas eu vou ajudar vocês, no que eu puder. Darei o meu máximo.”

As palavras de Matt finalmente conseguiram colocar a cabeça de Harry no lugar. Estava novamente em guerra, e isso era claro para Harry. O garoto se encheu de ânimo.

— Com licença, pessoal – disse Matt se levantando. – Devia ter chegado ao gabinete do Primeiro-Ministro há 20 minutos.

O Auror saiu do quarto. A partir dali, os garotos passaram a rever todos os feitiços que conheciam, e Hermione se aprofundou mais uma vez nos livros de instruções de combate à magia negra.