Dois anos depois... (2009)

Matt Stick estava sentado sobre uma rocha, teclando em seu laptop, apoiado em suas pernas. Diante dele, vários corpos jaziam na vasta planície em que ele se encontrava, na região da fronteira entre Albânia, Grécia e Macedônia. A noite caía, e o auror estava sozinho. Pelo que havia identificado, todos os corpos eram de Guerreiros do Apocalipse que haviam sido abatidos em combate há poucas horas... Porém, Matt não havia conseguido identificar ainda quem tinham sido os responsáveis por abater os Guerreiros.

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Ele teclava furiosamente, tentando se comunicar com seu amigo brasileiro Rudolf Fontes. O auror escocês estava com uma pulga atrás da orelha há tempos, desde a mensagem misteriosa que ele atribuíra ao seu antigo mentor, o ex-chefe dos aurores Winnifred Fuller, e que ele havia encontrado junto às estranhas informações do dossiê de Mylor Silvanus sobre os estranhos guerreiros de armadura que supostamente estavam dando combate aos Guerreiros do Apocalipse em diversos locais do globo, e que os impediam de entrar em massa no continente europeu, o que aparentemente estava retardando o avanço das tropas de bruxos das trevas que tentavam penetrar na Europa através da fronteira entre Turquia e Grécia, visto que a Turquia e seu Ministério da Magia eram simpáticos ao progresso do movimento dos Guerreiros do Apocalipse e poderiam permitir a passagem deles para sua zona fronteiriça sem maiores complicações.

A Grécia estava sendo uma região complicada no contexto da guerra contra os Guerreiros do Apocalipse. Depois que eles haviam deixado a Grã-Bretanha e voltado a se concentrar em seu antigo berço, o Oriente Médio, os bruxos das trevas direcionavam a maior parte de seus esforços em executar uma invasão em massa do continente europeu, para poder eliminar os aliados da Grã-Bretanha ou mesmo convertê-los em países favoráveis à causa deles. Alguns desses países já começavam a acenar amigavelmente para a entrada dos Guerreiros do Apocalipse em seus territórios: Bulgária, Macedônia, Albânia, Kosovo, Bósnia. Havia muitos muçulmanos e pessoas de origem árabe nesses países, inclusive no seio da comunidade bruxa desses locais, o que facilitava o aumento da empatia dos Ministérios da Magia desses países para com os Guerreiros do Apocalipse. Porém, entre os Guerreiros e esses países, havia um obstáculo formidável: a Grécia.

O Ministério da Grécia não era um dos mais fortes da Europa. Desde que o lado trouxa do país havia sido abatido pela crise econômica mundial, o lado bruxo havia começado a sentir os efeitos da falência financeira do país mitológico. Os aurores da Grécia não eram tão bem treinados como os da Grã-Bretanha e de outros países do ocidente. Em suma, o país não estava em condições de se sustentar sozinho, muito menos de deter os avanços constantes dos Guerreiros do Apocalipse rumo ao território europeu.

Mas era exatamente na Grécia onde os Guerreiros do Apocalipse estavam sendo mais duramente derrotados nos últimos anos... Embora ninguém soubesse pelas mãos de quem eles estavam sendo abatidos.

Era comum que os aurores da Grã-Bretanha fossem acionados para investigar as atividades dos Guerreiros do Apocalipse ao tentar se infiltrar em outros países. França, Itália e Espanha eram os mais visados, em parte por serem grandes aliados dos britânicos. Nesses países, os aurores britânicos, atuando em conjunto com os aurores locais, estavam conseguindo sucesso em deter as tentativas esporádicas de invasão por parte dos Guerreiros. No entanto, a maior parte dos Guerreiros tentava se infiltrar pela Grécia, que era o ponto geográfico mais próximo das bases da irmandade bruxa no Oriente Médio. Era comum ouvir denúncias do Ministério grego de tentativas de ataque dos Guerreiros àquele país pelo menos uma vez por semana.

No entanto, sempre que os aurores britânicos e gregos tentavam ir ao encontro dos Guerreiros para detê-los, o mais comum era encontrar os locais de acampamento dos chamados “Enviados do Juízo” completamente arrasados, com apenas as vestes e as varinhas abandonadas dos Guerreiros sendo encontradas no local. Nunca havia sinal dos corpos dos Guerreiros. Ou seja, quem quer que estivesse aniquilando os Guerreiros do Apocalipse e impedindo-os de invadir a Grécia, não queria deixar vestígios tampouco ser descobertos pelos Ministérios ocidentais.

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Do ponto de vista do Ministro da Magia britânico, embora toda ajuda para deter os Guerreiros fosse bem-vinda, era aterrorizante saber que havia algum grupo anônimo dando conta de abater dezenas de combatentes dos Guerreiros do Apocalipse por si só e ainda por cima eliminar quaisquer vestígios das presenças de si mesmos e dos Guerreiros nos locais de combate, deixando os Ministérios do bloco liderado por Grã-Bretanha e Estados Unidos completamente desnorteados, sem ideia de como agir diante daquela força misteriosa que protegia o território grego dos inimigos árabes. Mesmo sem saber como, a Grécia tinha se tornado o país responsável pela eliminação do maior número de Guerreiros do Apocalipse nos últimos anos.

Mas todo esse mistério poderia acabar ali mesmo, na planície onde se encontrava Matt Stick, rodeado pelos corpos dos Guerreiros mortos, naquela noite do verão europeu de 2009.

Matt se enchia de confiança para contatar seu amigo Rudolf a tempo, antes que o restante do Esquadrão de Aurores chegasse para averiguar o local da batalha. Tudo porque, pela primeira vez, os aurores britânicos encontrariam os corpos de Guerreiros mortos em solo grego, provavelmente pelas mãos da tal “força misteriosa” que repelia a entrada dos Guerreiros no país de Aristóteles desde o começo do novo milênio.

O próprio Matt, ao chegar ao local, havia tomado a liberdade de analisar os corpos de boa parte dos Guerreiros caídos. Tomando o que havia visto, seus neurônios haviam começado a trabalhar furiosamente para encontrar a chave daquele mistério e descobrir quem era a “força misteriosa” aniquiladora de Guerreiros do Apocalipse, fosse ela aliada ou não dos bruxos ocidentais.

Recordando-se da carta do Sr. Fuller e do dossiê de Silvanus, o auror escocês somou dois mais dois e chegou a uma conclusão brusca, que ele ainda precisava confirmar. Seu amigo Rudolf havia se tornado recentemente professor de História na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e o conhecimento dele sobre mitologia era exatamente o que Matt precisava para confirmar sua teoria.

Finalmente Rudolf respondeu à sua chamada do Skype, e Matt pôs-se a colocá-lo a par da situação. Ele havia sido enviado para aquela missão poucos dias antes, e o Esquadrão de Aurores estava baseado em um vilarejo bruxo do norte da Macedônia, preparando-se para tomar de assalto o acampamento dos Guerreiros, que estava na fronteira com a Grécia. Era o ponto mais ao norte que os Guerreiros haviam conseguido montar acampamento desde que haviam começado a tentar dar guinada às suas invasões no território grego, e tal movimento colocou os alertas dos Ministérios grego e britânico no máximo.

Matt havia conseguido permissão do subchefe do Esquadrão para espionar o acampamento dos Guerreiros em segredo, antes que os demais aurores fossem até o local. O subchefe conhecia a reputação de Matt Stick, e sabia também que ele havia sido um protegido, como também um dos melhores alunos, de Fuller, de Olho-Tonto Moody, de Rufo Scrimgeour, e de Kingsley Shacklebolt, o que dava alguns privilégios para o rapaz escocês nas missões de campo. Àquela altura, o filho de John Stick já estava cheio de questionamentos sobre a razão dos inúmeros fracassos dos Guerreiros em território grego, e esperava ter a chance de, pelo menos, observar algum combate entre os Guerreiros e seus inimigos desconhecidos. Antes de seguir para a base dos Guerreiros, ele havia entrado em contato com sua esposa Thaila para saber do paradeiro dela. Ela também havia sido deslocada para uma missão, e se encontrava com outra equipe de aurores no sul da Itália, onde vários cidadãos bruxos haviam relatado ter visto equipes de Guerreiros do Apocalipse percorrendo a região, tencionando iniciar uma invasão ali mesmo. Pelo que Thaila lhe dissera, a maioria dos Guerreiros já havia sido encontrada e capturada, e o grupo dela agora se preparava para realizar o assalto final contra os últimos invasores, escondidos em algum lugar da Sicília. Pelo visto, o trabalho mais pesado ficaria com a equipe na qual Matt estava incluído.

O que ele não esperava, claro, era encontrar a planície onde se localizava o acampamento dos Guerreiros naquele estado. Porém, passado o choque de ver o massacre pelo qual seus inimigos haviam passado, ele se deu conta de que seria o primeiro auror a entrar num acampamento dos Guerreiros localizado numa área praticamente dentro do território da Grécia com os corpos dos Guerreiros mortos ainda ali. Os inimigos dos Guerreiros, seja lá quem fossem, não haviam tido tempo de esconder os corpos deles dessa vez, por alguma razão.

— Então, Rudolf, é isso – ia dizendo Matt, certificando-se de que o amigo conseguia ouvi-lo mesmo com a conexão lenta. – Estou dizendo a você, esses Guerreiros todos morreram de pancada. Morreram de tanto apanhar. Seja lá quem estiver impedindo-os de atravessarem a Grécia, não eram bruxos, pelo menos não bruxos normais. São pessoas provavelmente dotadas de alto treinamento, incluindo nisso o combate corporal.

— E o que exatamente você está tentando me dizer com isso? – indagou Rudolf. Pelo fundo da imagem, Matt podia ver que ele estava em seu quarto e que, pelo fuso horário, o dia ainda estava claro no Brasil.

— Estou te dizendo que, com base no que acabei de ver hoje e com base no arquivo que Silvanus me mandou dois anos atrás, eu tenho uma tese sobre quem pode estar dando combate aos Guerreiros do Apocalipse na Grécia. E preciso que você confirme se essa tese está correta ou não.

— O que faz você pensar que eu posso ter as respostas que você busca? Não sou exatamente o que poderíamos chamar de “especialista em Guerreiros do Apocalipse”— disse Rudolf.

— O caso é que tenho pouco tempo pra discutir isso com mais alguém, e são poucas as pessoas de confiança a quem posso segredar isso. Meu superior me deu quatro horas para verificar o acampamento e dar notícias. Já se passaram duas. Daqui a pouco, ele vai se perguntar o porquê da minha demora, e eu terei que reportar o que descobri. A essa altura, ele e o esquadrão já devem estar a caminho de Skopje, e não irão tardar a chegar aqui. Você pode não ser tão especialista em Guerreiros do Apocalipse, mesmo com todos os estudos que já fez relacionados a eles, mas é um especialista em mitologia. É justamente desse seu conhecimento de que preciso para...

— Espera aí. Conhecimento de mitologia? Matt, o que você está achando que viu aí?

— Faça as contas, Rudolf. Você conhece as lendas melhor do que eu. Estamos a poucas horas... Melhor dizendo, poucos minutos da fronteira com a Grécia. Há um grupo de pessoas que seria completamente capaz de dar combate aos Guerreiros do Apocalipse dessa forma, sem o uso de armas e matando-os apenas com os próprios punhos, pelo menos nas lendas.

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Havia um tom de receio crescente nas palavras seguintes de Rudolf.

— Matt, você não está insinuando que...

— Não estou insinuando, Rudolf. Estou afirmando que esse grupo que aniquilou os Guerreiros deste acampamento só pode ser composto pelos Cavaleiros de Atena.

A princípio, Rudolf ficou em silêncio. Mas, passados poucos segundos, ele desatou a falar, estarrecido, possivelmente para impedir Matt de falar mais sobre suas suspeitas.

— Bicho, você está se ouvindo falar? Os Cavaleiros de Atena são uma lenda! Nunca nenhum historiador ou arqueólogo, seja bruxo seja trouxa, encontrou provas de que eles realmente tenham existido. E agora você encontra corpos de Guerreiros do Apocalipse num ponto remoto da fronteira da Grécia e quer acreditar e, ao mesmo tempo, me fazer acreditar que os responsáveis pelo extermínio deles são os Cavaleiros de Atena? Matt, você percebe o quanto isso soa surreal? Não é como se estivéssemos falando de um programa de TV japonês baseado em lendas sobre guerreiros sobre-humanos que protegiam a deusa Atena e a humanidade da ameaça dos outros deuses... Você está querendo inserir a eles, personagens de uma LENDA, no contexto de uma guerra bruxa, e comprovar a existência deles numa mesma tacada! Isso é completamente sem fund...

— Não, Rudolf, não é tão sem fundamento assim – cortou Matt, disposto a confirmar sua tese. – Os Cavaleiros de Atena, de acordo com as lendas, existem desde os tempos mitológicos, e possuem vários inimigos. Os Guerreiros do Apocalipse são uma sociedade antiga. É completamente possível que os dois tenham se enfrentado no passado.

— Aí já é achismo da sua parte. Em que fundamentos históricos você quer se basear para sustentar essa tese?

— Não importa se começou como achismo, eu estou disposto a provar que eles são reais. A mensagem que Silvanus escreveu naquele relatório... A descrição do guerreiro misterioso bate com as lendas antigas deles, e com o massacre que aconteceu aqui. Mesmo os Guerreiros tendo anos de combate, teriam sucumbido facilmente perante um grupo de Cavaleiros experientes! Pense, Rudolf, os Guerreiros até posam de tolerantes, mas a eles só interessa difundir as religiões tradicionais que acompanham o grupo desde seus primórdios... Se você é muçulmano, ou adorador dos deuses egípcios, você se torna facilmente um membro. Ateus ou hindus, são razoavelmente tolerados. Mas e cristãos? E judeus? Dá pra contar nos dedos quantos conseguem entrar. Seguidores de outros politeísmos, como o dos deuses gregos, então? São potencialmente inimigos declarados. Aí é que os Cavaleiros de Atena se enquadram na categorização dos inimigos dos Guerreiros.

Rudolf fez uma pequena pausa, como se considerasse a questão.

— Mesmo concordando que seu ponto agora é válido, nada muda o fato de que você está se baseando numa hipótese ainda não embasada. Mesmo que os Guerreiros sejam intolerantes religiosos, isso não significa que eles iriam atrás de qualquer inimigo antigo ou mitológico que prestasse adoração a outros deuses, ainda mais um grupo que eles não tem como comprovar que realmente existe ou existiu — emendou o professor brasileiro.

— Você disse “ainda” não embasada – observou Matt. – O que indica que minha tese pode ser comprovada, desde que eu encontre novas evidências.

Rudolf engoliu em seco do outro lado do vídeo.

— Eu não...

— Voltando ao nosso assunto – retomou Matt. – Consideremos que os Guerreiros e os Cavaleiros de Atena sejam inimigos históricos. Por que então nunca encontramos alguma referência a eles nos arquivos sobre os Guerreiros?

Rudolf, ainda atordoado com a velocidade que o raciocínio de seu amigo escocês estava tomando, abriu a boca para responder após um momento de hesitação, mas Matt não lhe deu chance de falar e continuou:

— Talvez, mas um talvez bem provável de ser comprovado, os Guerreiros sempre tenham tentado ao máximo esconder sua inimizade com os Cavaleiros de Atena. O Ministério possui alguns arquivos sobre os Guerreiros, mas em nenhum deles é citado algo sobre os Cavaleiros de Atena. O motivo? De certo, se o Ministério soubesse da existência de um inimigo tão poderoso e tão temido pelos Guerreiros, não iria poupar esforços para montar uma aliança com tal inimigo dos Guerreiros, visando a derrota de um inimigo em comum. Logo, os Guerreiros obviamente teriam feito um tremendo esforço para esconder de todos que os Cavaleiros eram seus inimigos, ou que sequer existiam. A última coisa que eles iriam querer era que seus maiores inimigos se unissem contra eles...

— Olha, Matt, tudo isso é muito interessante, mas é tudo hipotético. Não há como você comprovar— insistiu Rudolf.

— Não ainda. Mas vou comprovar. Estou confiante – retrucou o escocês. – Se essa pilha de corpos dos Guerreiros for algum indicativo, então estou no caminho certo e novas evidências podem surgir.

— Pode ser, amigo, mas ainda acho muito difícil. Você está se baseando demais em lendas e questões hipotéticas. Tenho receio de que você se anime demais e acabe chegando num beco sem saída e, quando se der conta disso, poderá ser tarde demais para voltar atrás e recomeçar sua investigação— insistiu Rudolf.

— Não se preocupe. Uma coisa que tenho em mente ainda é algo que ouvi há muito tempo, mais ou menos na época em que nos conhecemos, Rudolf – prosseguiu Matt. – Alguém há muito tempo me disse que era possível que os Cavaleiros existissem de fato, e essa pessoa tinha estudos acerca do assunto e conhecimento de causa. Se ao menos eu conseguisse me lembrar de quem foi que me disse isso...

Matt se interrompeu e olhou para trás. Ouviu passos ao longe.

— O que houve? – questionou Rudolf.

— Creio que minha equipe chegou. Rudolf, apesar de nossas discordâncias, gostaria de poder retomar esse assunto contigo em breve. No momento, terei que me reportar ao meu superior com o pouco que consegui averiguar do massacre que ocorreu nessa área – explicou Matt. – Mais tarde, assim que eu estiver disponível, contatarei você de volta.

— Sem problemas— respondeu o brasileiro. – Boa sorte na sua busca... Posso discordar do seu método, mas espero que você tenha sucesso, mano!

Rudolf se desconectou. Matt fechou o computador e avistou, ao longe, o chefe da equipe se aproximando. Não demorou muito, e ele, assim como vários dos demais aurores, estacou ao ver o montante de corpos dos Guerreiros do Apocalipse espalhados em torno da área na qual se localizavam. Matt foi ao encontro do chefe para reportar o pouco que havia conseguido apurar, mas sua conversa com Rudolf havia, pelo menos, servido para reavivar sua determinação em provar a existência de um grupo poderoso como os Cavaleiros de Atena – e quem sabe, no futuro, buscar o apoio de tal grupo contra o avanço dos Guerreiros naquela guerra lenta e temerosa que se arrastava no mundo bruxo, e que já afetava também o mundo trouxa. Antes disso, Matt já planejava retornar a lugares de seu passado (talvez até ao Brasil de Rudolf) para tentar redescobrir que pessoa o havia alertado, anos antes, para a possível existência dos Guerreiros do Apocalipse.

...

...

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Do outro lado do mundo, Rudolf encarava a tela, agora escura, de seu computador. Estava impressionado e, ao mesmo tempo, alarmado com o progresso que seu amigo havia feito em poucos anos em sua pesquisa.

Matt está muito próximo de descobrir de vez sobre a existência dos Cavaleiros, pensou Rudolf, se colocando em modo de alerta. Havia fingido para o amigo que não acreditava naquelas lendas, mas o fato era que ele próprio já tinha se deparado com evidências diversas e tangíveis acerca da existência dos guerreiros defensores da deusa grega da guerra.

Agora preciso me preparar para revelar a Matt tudo o que descobri nos últimos anos. Não quero que ele pense que eu omiti informações de forma intencional. Apenas não queria deixá-lo mais preocupado em meio a toda essa tensão internacional no mundo da magia. E queria protegê-lo. Nem toda informação descoberta é favorável à nossa segurança.

Rudolf não ousava dizer isso em voz alta e nem sequer pensar no assunto, mas talvez, só talvez, se seu amigo auror descobrisse sobre a verdade acerca dos Cavaleiros, ele pudesse, com seu gênio ímpar, usar aquela informação para fazer aquela guerra tensa se virar a favor da Ordem da Fênix, do Ministério da Magia e de seus aliados, para que pudessem, enfim, frear o avanço aparentemente imparável dos Guerreiros do Apocalipse.