James encerrou a reunião com os advogados à uma hora da manhã. E quinze minutos depois Lily cochilou na poltrona da loja do hotel.

Por um momento ele pensou em acordá-la, mas achou melhor escolher as roupas sozinho. Se ela quisesse reclamar não tinha problema. Mas naquela noite, Lily ficaria contente por ter roupas limpas e um travesseiro para dormir.

Depois de escolher tudo, resolveu acordá-la.

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– Esteja pronta às oito e meia.

Lily assentiu ainda sonolenta e ele não pode deixar de rir da situação.

Marie Jones não parecia nenhuma vampira. Nem um zumbi razoável, enquanto cambaleava para o quarto que iria ocupar.

James ainda se sentia emocionalmente abalado. A reunião tinha sido muito longa e tensa. Com o gerente da filial de Nova York chorando muito, mas tudo acabou melhor do que esperava. O conselho que Lily tinha dado no avião deu certo. Assim que os advogados fizeram os ajustes necessários e corrigiram os livros fiscais, a Potter Investimentos voltou a ser a empresa honesta e conceituada que sempre foi.

Mais tranqüilo ele voltou à sala e notou que a arara de roupas continuava no mesmo lugar onde o mensageiro do hotel havia deixado.

– Marie? Suas roupas estão aqui! Não vai precisar delas? – a porta estava aberta, mas ela não respondeu. – Marie?

Intrigado com o silêncio, James entrou no quarto e viu que ela dormia de bruços, se aproximou dela e viu que uma mecha ruiva tinha escapado da peruca.

– Marie! Marie? Você já tem roupas mais apropriadas para dormir...

– Hum... Tá... As roupas. Já vou. – sonolenta ela pegou a bolsa e foi para o banheiro.

Sorrindo, James saiu do quarto e fechou a porta

Era hora de encerrar a farsa e admitir que havia algo especial entre eles.



***



James devia ter enlouquecido. Que roupas eram aquelas. As peças mais profissionais eram dois vestidos curtos e sem mangas, que mesmo assim eram mais apropriados para uma boate em Las Vegas.

Sim, James perdeu o juízo. Ela tentou ajeitar a maquiagem. Sem a maquiagem de teatro o disfarce ficava incompleto. Sabia que seu rosto estava cada vez mais parecido com o de Lily Evans. Mas mesmo assim fez o que pode e saiu do quarto.

Para o seu alivio, James só parecia notar o quanto o vestido ficou bem em seu corpo.

– Vejo que acertei no manequim. – ele comentou.

– Não é exatamente profissional. – era um vestido preto com decote V até a altura dos joelhos. – Não comprou nada com mangas?

– Qual é Marie? Estamos na Flórida. Eles vendem as roupas de acordo com o clima local.

– Mesmo assim. É curto demais para uma secretária.

– Te garanto que os presentes vão gostar da minha escolha. Ou é isso ou uma camiseta com a frase: “Experimentei Sexo Na Praia em Coral Beach”.

Lily percebeu o tom de deboche de James e resolveu fazer o joguinho dele.

– Mas isso seria uma mentira. Eu nunca provei sexo na praia.

– Não? A gente pode dar um jeito.

– É mesmo?

– Sim. Eu acho que você teria que repetir a dose umas três vezes pra saber se vai gostar ou não.

Eles estavam falando sobre um coquetel chamado Sexo Na Praia, uma bebida muito comum em países tropicais.

– E se eu achar que não foi o suficiente? E se eu quiser mais?

– Seu corpo pode reclamar no dia seguinte.

– Entendi. Vou pensar na sua oferta. Quando a brincadeira começa?

– Á noite.

– Até lá eu te dou uma resposta.

Então eles saíram pra enfrentar mais um dia de reuniões.



***



A tarefa de reorganizar as finanças da filial de Nova York terminou às sete horas da noite. Advogados e contadores começavam a deixar a sala

– O que ainda temos para fazer? – Lily perguntou exausta.

– Agora? Vamos jantar e amanhã voltamos para casa. Estou cansado demais para viajar essa noite. Vamos jantar e dançar um pouco.

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– O que? Pensei que estivesse cansado.

– E estou. Mas quero relaxar e esquecer as preocupações. Demitir funcionários não é uma tarefa das mais agradáveis. Pronta para voltar para o hotel?

Lily assentiu em silêncio. Iria a qualquer lugar com ele



***



A noite estava perfeita

– É bom te ver usando pouca maquiagem. - disse James.

Quando escolheu o vestido branco de seda, Lily não pensava que fosse ficar tão colado no corpo.

– Dever ser a luz.

– Para com isso Marie. Você é do tipo de mulher que não precisa de muita maquiagem.

– Vou tomar isso como um elogio vindo de um especialista em mulheres.

– É bom saber disso. Mas por outro lado não sou o “pegador” que todo mundo pensa. A minha fama é mais fumaça do que fogo.

– É o que todos os homens dizem.

– Não sou nenhum santo. Mas também não ando saindo com tudo que usa saia.

– Eu não disse isso.

– Mas insinuou. Estava pensando em como eu pude te beijar, mesmo estando junto com a Emmeline.

Lily abriu a boca e fechou novamente.

– Está vendo? Emmeline é uma das coisas que tenho que resolver quando voltar. E você? Tem alguém especial na sua vida?

– Não. – Lily respondeu seca.

– Falando assim parece que sofreu uma desilusão com os homens.

– Digamos que cometi um engano e paguei caro por ele.

– Ah, eu ia me esquecendo. – dizendo isso James estalou os dedos.

Um garçom apareceu carregando uma bandeja com duas pequenas taças.

– O que é isso? – perguntou Lily curiosa

– Eu prometi que você experimentaria sexo na praia.

– Tá brincando!

– De jeito nenhum. Vamos lá. Um... Dois... Três!

Juntos os dois beberam o liquido que descia queimando pela garganta.

– O que tem aqui?

– Uma mistura de vodka, amarula, pêssego, suco de uva e suco de laranja.

– Adorei. Estou sentido como se eu estivesse pegando fogo.

– Vamos tomar mais um para comemorar o sucesso dessas duas semanas de trabalho.

O garçom apareceu com mais duas taças e eles tomaram tudo de uma vez de novo.

– Agora chega. – ela disse.

– Certo. Eu nunca deixo uma mulher bêbada. Principalmente se for minha secretária. Vamos?

– Para onde?

– Eu queria dançar. Mas mudei de idéia. Vamos passear na praia.

– Tudo bem. Eu tenho o dever te seguir sempre que precisar de mim.

– Por aqui, minha cara secretária.

Dizendo isso James pagou a conta, pegou na mão de Lily e foi conduzindo ela pelas mesas que tinham no restaurante até a escada que terminava na praia, mas antes eles teriam que passar por uma piscina onde as luzes estavam apagadas. Estavam passando pela borda da piscina quando Lily escorregou no chão molhado e perdeu o equilíbrio.

James não conseguiu evitar que ela caísse na água e mergulhou atrás dela.

– Marie! – gritou James.

Ele tentou agarrar o que achava que era a cabeça dela e achou estranho não sentir peso nenhum.

– Marie!

– Eu estou aqui na parte mais rasa.

As luzes se acenderam, as pessoas começavam a se aglomerar para ver o que tinha acontecido. Lily ficou em pé com a água na altura da cintura, os braços cruzados sobre o peito e os cabelos ruivos grudados no rosto. James olhou para o que tinha na mão e viu que estava segurando a peruca de cabelos pretos. O momento da verdade tinha chegado.

Marie Jones e Lily Evans eram a mesma pessoa e ela não tinha mais como esconder.

James andou até ela.

– Perdeu isso aqui. – ele disse mostrando a peruca.

Ela não respondeu.

James se aproximou da borda da piscina e jogou a peruca no chão. O que faria agora? Brigaria com ela por ter mentido ou deixaria ela se explicar?

Um atendente do hotel se aproximou com toalhas secas e ele saiu da piscina e pegou uma delas. Estendeu a mão para Lily.

– Vem. – ele chamou.

– Não.

– Não? – ele repetiu usando uma das toalhas para se secar.

– Eu estou de branco. Não vou sair daqui enquanto essa gente toda ficar me olhando.

– Tudo bem... Pessoal, obrigado pela preocupação, mas ela já está bem.

As pessoas perceberam que o show tinha acabado e começaram a sair e o atendente usando o bom senso apagou as luzes de novo.

– Agora sim. – disse Lily indo até a borda da piscina.

– Sai daí de uma vez.

James ajudou Lily a sair da piscina e enrolou uma toalha nela. Foram até a suíte que dividiam e ao notar que Lily tremia de frio ele disse:

– Vem comigo. Tem uma hidromassagem no meu banheiro, você precisa de água quente agora mesmo.

– O que?

– Você vai tomar um banho quente, antes que pegue uma gripe.

– Mas...

– Não se preocupe. Prometo que não vou tentar entrar na banheira com você. Agora vem.

E James puxou Lily pela mão até o banheiro.