Born To Die - Clato

Capítulo 34


– A Capital... quer me matar. - sussurro concluindo.

– A Capital te odeia.

– Bem, eu também odeio ela. - falo alto o bastante para que alguém que passasse em frente de casa ouvisse.

– A questão não é essa! Ninguém mandou você falar aquele monte de baboseira na arena e na praça! - ele fala impacientemente.

Ah, é. Na praça. É. Legal. Aconteceu o seguinte:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Eu estava em casa - meus hormônios estavam pipocando - quando ouvi um falatório. Estava me incomodando - até demais - então resolvi sair de casa para ver o que era. Quando saí, vejo uma multidão em frente com dois Pacificadores no meio. Os Pacificadores eram quem não calavam a boca.

Atravessei o povo e cheguei nos Pacificadores. Eles discutiam algo sobre leis, e um homem estava ajoelhado no chão. Descobri que o cara tinha roubado um pão - um pão queimado – e os Pacificadores queriam chicotear ele. Um defendia e o outro não.

– Dá pra vocês resolverem isso em outro lugar? - digo.

– São ordens. - o Pacificador 1, que acusava, disse.

– Ordens porque o cara roubou uma droga de um pão queimado?! Fala sério, você comeria o pão queimado?

– Senhora, você é o que dele?

– Nada! Só quero que vocês calem a boca porque estão me atrapalhando! Eu moro ali em frente! - digo, apontando para a minha casa na vila dos vitoriosos. É, eu sei, eu não devia falar onde é a minha casa. Parece que eu não aprendi, mesmo recebendo uma visitinha ameaçadora de presidente Snow. "A consequência pode vir depois. Apenas pense nisso." ele dizia. Depois disso, nunca mais me visitou.

– Isso é uma praça publica, se não percebeu. - o Pacificador 2, que defendia, diz.

– Eu moro ali, se não percebeu.

E aí, começamos a discutir. Explodi e comecei a xingar eles, até que um cara me leva pra casa. Eu estava descontrolada - chutava todos, e acabei chutando o Pacificador. "A Capital vai ficar sabendo disso!" o Pacificador 1 grita, enquanto sou levada pelo cara. "Diga! Tomara que a Capital saiba! A Capital e os Idealizadores daqueles joguinhos de merda deles!" grito igual uma louca de volta. Sinto uma agulhada na perna e acabo desmaiando.

– Não me esqueci, Cato. - digo, voltando á realidade. - E também não me esqueci que nesse dia você estava me traindo!

– Não te traí! - ele grita. - Você queria morrer?! Eu só estou te protegendo! Foi horrível, Clove. Horrível.

– Por que não me contou?

– Não queria te magoar. Só estava adiando a sua dor. - ele diz, tapando o rosto com as mãos.

– Cato...

– Clove, por favor. Me desculpe.

– Oh, Cato. - digo, me aproximando dele. O abraço. Sinto algo escorrendo pelas minhas pernas. - Ai, socorro.

– O quê? - ele pergunta, me encarando.

– Socorro, Cato. - digo, apertando o seu braço e me endireitando no sofá. - CATO, SOCORRO, MINHA BOLSA ESTOUROU, A ALLY VAI NASCER ANTES DA HORA, SOCORRO!

– AI SOCORRO, O QUE QUE A GENTE FAZ AGORA?! - ele se desespera mais do que eu.

– ME LEVA PRO HOSPITAL NÉ SEU IMBECIL! - ele me ajuda até a ir para a porta. Entramos no carro, e começo a sentir pontadas de dor. Grito. Cato corre tanto com o carro que penso que vou morrer, mas conseguimos chegar no hospital.

* * *

Aperto a mão de Cato com mais força ainda. Grito.

– Por favor, pare de gritar, a senhora vai assustar as outras grávidas! - o médico pede.

– NÃO QUERO NEM SABER, QUEM TÁ TENDO UM BEBÊ AGORA SOU EU E NÃO VOCÊ! - grito.

– CLOVE, MINHA MÃO VAI CAIR! - Cato grita.

– CALA A BOCA, CATO! ISSO TUDO É CULPA SUA! - grito de volta.

* * *

Ally teve que ir direto para a "incubadora". Parece mais onde se colocam ovos de galinha para chocar. Minha filha não é uma galinha!

Ela não teve nenhum problema - graças -, mas nasceu prematura. Nem tanto, só vai ficar lá mais umas duas semanas. "Só".

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Agora sinto que um pedaço de mim ficou vazio, mas que agora eu sou mãe. Mas uma coisa me assusta: agora a Capital tem outra coisa para usar contra mim.