Born To Die - Clato
Capítulo 29
– É uma menina. - insisto.
– É um menino. - Cato responde. Ficamos discutindo isso a manhã toda, e agora estamos discutindo na sala de espera do meu médico.
– Cato, é uma menina.
– Como pode ter tanta certeza?
– Esqueceu? Sou eu quem estou carregando essa coisa pesada há seis meses, e não você. Alô, isso é instinto maternal!
– Haha. E isso é instinto paternal. - Cato responde, franzindo as sobrancelhas. - E não é porque que você tem o bebê na barriga que você tem privilégio. Se pararmos para pensar, carreguei isso aí por ANOS.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– QUE NOJO, CATO! - exclamo. Por fim, somos chamados. Dou uma cotovelada em Cato antes de entrarmos na sala. Sentamos na poltrona, converso com o meu médico e por fim, tenho que deitar na cama novamente. O médico faz todo o procedimento, e por fim fala sorrindo.
– O quarto vai ser roxo? Rosa? Lilás? - ele olha para mim. - É uma menina.
– Naum pera, como que você consegue ver aí uma menina? - Cato pergunta. Só não dou uma cotovelada nele porque não posso.
– Eu estudei para isso, certo? - ele diz.
Depois de um tempo, a consulta acaba e saímos do médico. Vamos direto comprar um balde de tinta para pintar o quarto.
– Não te disse que era uma menina?! - digo ao entrarmos na loja. - Nunca duvide de uma mãe, Cato.
Vamos para a sessão com baldes de tinta.
– Olha, esse vai ficar bom. - Cato diz, me mostrando um balde de tinta MARROM.
– Sério, Cato? Marrom?
– Ué. Eu gosto dessa cor.
– Eu não.
– E daí? - Cato diz, como se tivesse perdido o medo da morte. O fuzilo com o olhar. - Odiei essa cor. Sempre odiei.
Dou um sorriso de satisfeita. Ando até um balde de tinta.
– Vai ser esse. - pego o balde com a cor lilás e entrego para Cato. Ele pega dois pincéis rolo e um pincel normal. Compramos tudo e voltamos para casa.
Deito no sofá.
– Isso pesa muito, sério. - digo. Cato levanta minha perna e senta no sofá e me deixa esticar as pernas.
– Qual vai ser o nome? - ele pergunta. - Eu gosto de tortas. O nome dela pode ser torta.
– HEIN?! - exclamo. - PELO AMOR NÉ CATO! Prefiro Ally.
– Ééé... melhor que Torta. Ally. Ally. Ally. - Cato repete o nome mais umas três vezes. - Gostei do nome.
– Pois é. Vamos ver um filme. - sugiro. Cato levanta do sofá, e depois de cinco minutos ele volta com uma bacia verde cheia de pipoca. Apoio a bacia na minha enorme barriga. Afinal, ela serve de apoio!
* * *
Depois de vermos um filme extremamente tosco, resolvemos pintar o quarto. Subimos até o futuro quarto de Ally (sim, o nome vai ser esse) e Cato abre a lata de tinta. Coloco meu pincel-rolo no balde e depois tiro o pincel novamente. Passo pela parede, fazendo um rastro lilás. Cato faz o mesmo movimento.
– Só uma parede? - pergunto.
– Duas. Aí o resto a gente deixa de branco.
Saio da parede do canto esquerdo que Cato estava pintando e vou para a parede do fundo. Então, sinto algo molhado nas minhas costas.
– CATO! - me viro rapidamente. E ele estava lá, rindo e com o pincel rolo nas mãos. - AI MEU DEUS, CATO!
– O quê?! TE MACHUQUEI?!
– NÃO! PARA DE GRITAR! - grito.
– MAS É VOCÊ QUEM TÁ GRITANDO, MULHER!
– CALE A BOCA E SÓ SENTE! - pego o pincel rolo que estava na sua mão e jogo no chão. Coloco sua mão sobre a minha barriga, e sinto uma pontada.
– QUE ISSO! - Cato grita.
– É SUA FILHA, SEU TAPADO! ELA CHUTOU! - grito em resposta. - A Ally chutou, Cato.
Cato coloca suas duas mãos; uma sobre a outra na minha barriga.
– Ei, Ally, está ouvindo o papai? - Cato diz, se aproximando da barriga. Rio. - Papai está pintando sozinho o seu futuro quarto, sabia?
– Ei, Ally, isso é mentira! Eu também estou! E olha, você é muito pesada menina. -digo, abaixando a cabeça e olhando para a minha barriga. Coloco minha mão sobre a de Cato. Calmamente, pego o pincel menor que Cato comprou e pinto sua blusa preta. Ele levanta me encarando, e depois abre um largo sorriso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Então é assim? - ele pergunta, pegando outro pincel pequeno. Ele molha na tinta, e respinga o pincel em mim. Me protejo com minhas mãos.
– Cato!! - exclamo. - A pintura do quarto vai ficar horrível! Vamos apenas continuar pintando.
Ele se vira para a parede.
– Mas antes... - dou um rabiscão com a tinta na blusa dele.
– ENTÃO É ASSIM? VAI VER TAMBÉM! - Cato grita. - VOU TE PEGAR!
Saio correndo rindo pelo corredor. Me jogo na cama, cansada só de correr esse tantinho. Mesmo antes de nascer, Ally já está aprontando comigo.
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