Capítulo 32- Hope.

“Cato! Cato!” a voz da garota era estridente. Ela correu até mim, sues cabelos balançando com o vento, as mãos carregando algo. Como Clove sempre sabia onde me encontrar? “Eu recebi Cato! Eu recebiiiiii...”

Foi um momento tão eufórico para ela, que ao me alcançar, tropeçou em seus próprios pés diante de mim. Ergui meus braços em sua direção, agarrando os seus. Não deu tempo de agradecer.

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“Catoooooooo!” sua voz fazia eco em meu nome, sua gritaria e o sorriso em seu rosto mostrava boas notícias. “A Carta! A Carta!”

Sorri para a morena.

“A Carta?”

“Do treinamentooooooo! Eu fui convocada para o treinamento, Cato! De Carreiristas!”

Até fiquei feliz. Mostrei minha arcada dentária enquanto, em plenos oito anos, ela já podia partir para o profissional. O treino sério, o que é para enfrentar os Jogos mesmos. Futuras máquinas de matar.

Mas, no fundo... Eu sabia, que algo iria dar errado. Muito errado.

Acordei de minha lembrança. A pequena estava me sacudindo, os olhos arregalados e seu cabelo caindo apenas de um lado do ombro.

─O quê... – fui perguntar, mas seu dedo indicador se pressionou contra minha boca.

Parecia ser a voz de Claudius, congratulando os seis de nós que ainda restam. Mas não estava nos convocando para alguma ágape. Está dizendo algo confuso, sem entendimento. Houve uma mudança de regras? Uma mudança! O que é engraçado, pois nós realmente não seguimos uma regra, além de não pisar fora do círculo de metal durante os segundos e não comermos um aos outros, o que aconteceu em uma das edições anteriores dos Jogos.

Parecia ser algo... Como que dois vencedores do mesmo distrito pudessem sobreviver, se fossem os últimos. Claudius fez uma pausa, como se nós não estivéssemos entendendo, e repetiu.

Logo vejo pela fresta da pequena janela de tecido na barraca, o céu se escurecer. Senti uma forte pressão em minha mão, e ao olhá-la, estava com a da Clove por cima, apertando forte. Seu rosto, pálido, destacava as sardas que começaram a perder a cor. Os olhos, nunca estiveram mais verdes.

Eu estava paralisado.

─C-cato... – e ela estava chorando.

Em um curto tempo, nunca a vi tão emotiva, e tantas lágrimas. Nunca era de se mostrar sentimentos, mas caramba, uau.

Mas dessa vez, tudo foi diferente. Não eram de tristeza, não era de raiva, não. Era de... alegria. Estávamos alegres.

E, sem perceber, eu também estava chorando. Nada de soluçar e essas coisas, mas eu as sentia, deslizantes em meu rosto.

Nos abraçamos, seus braços me envolvendo tão forte que dei graças a Deus por não estar de pé, e apenas ter minhas costas indo de encosto com o chão da barraca. O corpo da pequena estava tremendo, mas por causa dos seus risos. Ri também, contagiante, e nesse momento...

Senti que teríamos uma chance. Ei, Clove isso mesmo, vamos vencer essa droga e podermos ter algo juntos.

Mas sempre cometemos esse erro, essa porcaria de erro:

Um pouco de esperança? Eficaz.

Muita, é perigosa.