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Capítulo 7 - A menina menino


Capítulo sete

A menina menino

“Quero-te não só por como és, e sim por como sou eu quando estou contigo. Beijar-te é como perder a noção do tempo e do espaço, é ver o céu, as estrelas... é ver a ti.”

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(Autor desconhecido)

— Corram mesmo, seus idiotas! — disse enquanto jogava almofadas, tênis, meia e tudo que encontrava no chão na direção deles.

— Por favor, Anne-chan, não nos machuque. — implorou o loiro que estava encolhido na parede mais próxima.

Aproximou-se dele com uma cara demoníaca enquanto os outros corriam para o outro cômodo da casa. Ela abaixou-se e suavizou a expressão, parando a poucos centímetros do Max.

— Então retire o que disse. — declarou, puxando a gola da camiseta dele.

— M-mas eu não posso fazer nada se você não sabe cozinhar. — gaguejou, porém não deixando de brincar com a situação.

Ele provavelmente deve ter se esquecido de que quem mexe com fogo acaba se queimando.

Apertou a blusa dele com mais força ainda, fazendo com que o loiro gritasse pelo belisco que levou.

— O que falou? — questionou com toda a sua fúria.

O rosto a milímetros do dele, tão perto que as respirações se mesclavam. Anne não notava isso e nem vergonha sentia, a raiva tirava a sua razão. Estava a ponto de soca-lo, porém foi surpreendida. Max com toda a rapidez selou os lábios com o dela e no mesmo tempo que iniciou o beijo o finalizou.

A morena ficou tão rubra que sua face estava com tom de vermelho sangue e ela simplesmente sentou-se ao lado dele e abaixou a cabeça. “Como ela não prevera isso?” Levantou-se em um pulo ao se recuperar, dando vários tapas nele em seguida.

— Nunca mais me beije e nem toque em mim, seu ser inferior! Eu não sou uma vadia para ficar contigo. Sendo que eu sou comprometida, meu bem. — declarou, saindo em seguida.

— Eu poderia pagar se quiser. — disse aos risos.

Ela segurou as mãos em punho dando uma última olhada para trás e gargalhou ao vê-lo assustado, esquecendo-se da raiva que sentia, provavelmente nunca mais se atreveria a dar em cima dela depois disso. Claro que a cara inchada e o lábio cortado pelos tapas que deu também fizeram com que ele tivesse essa reação. Entrou na cozinha e viu que os outros dois estavam comendo o último chips que restara. Ela foi correndo até a bancada e pegou o pacote que estava com o Ethan, comendo o resto de uma vez só.

— Come que nem um menino. Penso que é por isso que não sabe cozinhar. — declarou o moreno com escárnio, sorrindo da maneira mais debochada que podia.

— Acho melhor não continuarem a falarem assim de mim se não quiserem ficar que nem o amiguinho de vocês — disse simplesmente, ainda mastigando.

O modo que ela falou foi tão exagerado que o resultado foi duas pessoas cheias de farelo no rosto.

— Eu ainda não entendo o porquê de ela andar com esses vestidos, pois acho que as roupas largas a representariam melhor. — sussurrou o gênio.

Ela nada disse depois do que ouviu, apenas se dirigiu até ele e lhe desferiu um soco no rosto. Sua face ficou vermelha pela raiva, fulminando o ruivo em seguida por estar rindo do ato da pequena. Este não se amedrontou e se aproximou de Anne, segurando-a pela cintura e encostou seus lábios na orelha dela.

— É perfeita do teu jeito, Anne. Não acredite no que eles dizem, apenas crê em mim. — confessou, sorrindo em seguida.

A morena virou-se de costas e corou, encostando a mão no peito ao sentir o coração acelerado. Neste instante Ethan piscou para James, fazendo-o retribuir com um “joinha” e sorrir.

— Eu vou ver onde o Wonka está. — disse o moreno.

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Anne queria pedir para que ele esperasse, porém já tinha sumido. A verdade é que não queria encarar o homem que estava sozinho com ela. Aquilo parecia ser bom demais para não ser pegadinha. Porém tinha a certeza que James reparara nela, porque só os melhores a mereciam e poderiam perceber o quão maravilhosa era.

Dois novatos me querendo, como eu sou linda. Pensou rapidamente.

— Eu não disse algo errado, ou sim? — questionou ao ver que ela ficou estagnada na mesma posição.

— Não, é só que eu nunca tinha escutado algo tão fofo como isso. — declarou.

— Fofo é? — perguntou se aproximando dela.

— Até que sim. — disse aos risos, virando-se para ele.

— Você me faz ser assim — sussurrou.

— Cala a boca, mal me conhece para saber disso. — raivosa.

Mas no fundo, bem no fundo, ela queria que fosse verdade. Se os homens não fossem mentirosos por natureza e se tornam Dom Juan ao ver uma mulher de saia, mesmo que ela estaja se calça ou shorts, até confiaria nas palavras dele.

— Eu não te conheço, mas saber de mim já é o bastante. Eu sei do que sinto e tenho a certeza de que nunca falei isso para alguém. — declarou.

Abraçou-a de imediato e a fitou intensamente. Ela jurava que o ruivo ia beijá-la, tanto que fechou os olhos em consentimento. Porém ele apenas a beijou no rosto e afastou-a em seguida.

— O quê? — perguntou de maneira surpresa.

“Como um homem pode rejeitá-la?”

— Apenas te provando que não sou igual ao resto. — finalizou, indo até a sala e se deparando com o loiro ainda escorado na parede.

Foi correndo até o Max e sussurrou um “bem feito”. Depois de levar um tapa dele pegou a caixa de primeiros-socorros e deu um esparadrapo para o loiro colocar em seu lábio.

— Essa garota é um animal. Viu o que ela fez comigo? — aterrorizado.

— E você parece uma menina falando desse jeito.

— Sou mais homem que tu, podes apostar. — retrucou.

— Como se pegar qualquer menina que passa é ser homem. — revirou os olhos.

— Você que é chato e não aproveita o melhor da vida. — revidou.

— Então tenho uma noticia ruim para te dar garanhão. Sinto em dizer, mas do jeito que tu estais não vai beijar mulher tão cedo. — comentou.

—Droga! Eu ainda mato aquela fedelha. — esbravejou.

— Quem mandou ser teimoso. — declarou.

Foi em direção a sacada e viu Ethan e Anne rindo do que o gato fazia. Wonka estava fazendo a dança do acasalamento com a pantufa da morena, parecendo completamente absorto ao que fazia.

— Esse gato mais parece um cachorro. — disse James assustando os dois.

Depois disso a pequena correu em direção ao animal e tirou o chinelo dele, acertando-o para que ele saísse. Yeap! Ela ficou com vergonha por estar perto do ruivo e não queria demonstrar isso, escondendo o tom de seu rosto com esse gesto.

— Mais uma pantufa que vai para o lixo. — suspirou e foi até o quintal, dando o sapato para que o jardineiro jogasse o objeto fora.

Quando olhou para trás viu que Ethan estava em seu encalço, querendo socá-lo com toda a sua força. Sabia que a convivência com eles não seria boa, pois a raiva que sentia do moreno e do loiro e a vergonha do ruivo faria com que se isolasse por um tempo.

— Não o culpe por querer amar, Anne. — começou em um tom divertido.

— Claro! Porém acho que fiz um favor a ele, pois deveria ser inteligente o bastante para saber que não era uma gata de verdade. — respondeu com seriedade.

— Tu sabes que o tratando como se fosse fêmea não fará com que ele se de bem com alguma de carne em osso. — declarou, encostando a mão em seu braço.

Por que estavam falando de um assunto tão bobo? Ninguém sabia, nem eles. Anne sentiu sua pele queimando com o toque, desvencilhando-se dele rapidamente. Após isso sentiu o local formigando, ansiando que ele fizesse isso novamente. O que estava acontecendo? Parecia mesmo uma vadia deste jeito.

— Não toque em mim. — rosnou.

— Está braba só porque disse aquilo? Se quiser eu te ensino a cozinhar. — declarou.

— Como se soubesse, não é mesmo? — questionou ao se lembrar do que viu aquele dia.

— E-eu só não estava acostumada com aquelas tralhas, mas posso te ensinar alguma coisa.

— Fechado. — disse apenas e foi em direção ao estripo.

— Não vai querer começar a aprender agora? — perguntou.

— Depois. Agora eu irei cavalgar. — declarou, saltitando.

— Vai lá com o seu unicórnio e aproveite para andar no país das maravilhas também, criança. — debochou e foi em direção à mansão.

Essa guria não tem jeito. Foi à última coisa que mentalizou antes de entrar.