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Capítulo 28 - De um erro tem-se o desfecho
Capítulo vinte e oito
De um erro tem-se o desfecho
"O cinema possibilita o contar histórias diferentes por mais que o tema seja o mesmo: flagrar o movimento do homem rumo à redenção. Há sempre uma alegria por trás da história"
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Cold no domingo mesmo ligou para a morena e pediu para que fosse em sua casa. Ela foi, sabia que era sobre o que tinha dado. Mas ao chegar se surpreendeu.
Charlotte também estava lá.
— Mary, eu te chamei para me desculpar. — declarou.
A outra começou a chorar, eles provavelmente já tinham conversado antes.
— Por quê? — sabia o motivo, mas queria irritar mais a de olhos azuis.
— Eu vi o que colocou, todas aquelas mensagens que ela me chamava de bêbado, idiota e miserável, além de me repetir diversas vezes que não ficaria com um pobre. — as mãos em formato de punho.
— Sinto muito. — não por ele saber a verdade, mas por descobrir ter se iludido novamente.
— Não sinta, eu que agradeço por me abrir os olhos. Essa vagabunda não merece ficar com ninguém. — respondeu.
— Eu te amo meu motoqueiro, tanto, tanto, tanto! — sussurrou Char enquanto o abraçava em desespero.
Ele apenas a afastou com brutalidade. Motoqueiro? Pior apelido que já ouvi. Mentalizou a de olhos pretos.
— Pensasse nisso antes de falar e fazer isso. — gritou.
— Eu perdi minha virgindade com você. — berrou.
— Isso não me comove mais, não somos mais crianças. — revidou.
— Quero que um dia possa me perdoar. E você também Anne, fui consumida pelo ódio que meu pai tinha do Luís, por ter ficado com a empresa do vô. Então quis acabar contigo, fazendo com que ficasse sem amor e atenção e perdesse a herança da sua mãe. Mas estou arrependida, espero que um dia voltamos a ser amigas. — sussurrou.
É tão manipuladora e convincente que pode ser mentira. Pensou a Evans.
— Não posso responde-la ainda, é tudo tão recente. — confessou.
— Entendo. Então é melhor eu indo. — declarou.
Quando estava indo para a porta com o Justine a acompanhando tentou beijá-lo, mas ele desviou. Anne deu apenas um aceno de mão como despedida e quando saiu o bad boy a fitou.
— Tem algo que não perguntei a você. — comentou.
— O quê? — nervosa.
— Se o James é seu primo por que vai casar com ele? Charlotte até pode ser má, mas disse que não é. — perguntou.
— Mas não é mesmo, desculpa se menti aquela vez. É uma longa história, e prefiro não contar agora. — explicou sem graça.
— Okay, não está mais aqui quem falou. — com as mãos para o alto em rendimento.
— Mas e ai? Quer ser testemunha no meu matrimonio? — mudou de assunto.
— Com toda a certeza. — aceitou.
— Posso convidar seus pais? — questionou.
— Para quê?
— Para agradecer pelo que fez por mim.
Então ele simplesmente passou o endereço, que ainda se lembrava. Era em um lugar rico da cidade, e se a prima soubesse disso enfartaria. Ela o abraçou e foi em direção a sua casa, sendo bombardeada com coisas sobre o casamento que aconteceria daqui alguns meses.
☮
2 meses depois.
Nesse tempo Anne ficou ocupada com os preparativos que não deu de conversar com o gênio depois daquele dia. O momento passou muitas vezes por sua cabeça. Tanto o gosto dos seus lábios quanto as três palavras ditas pelo moreno.
“Vou levar a Char porque não arranjei outra.” — bad boy.
Esse apelido, frase, mensagem a arrasaram. Teria de encarar a de olhos azuis e seus pais. A vontade de se matar era grande. Não sei como ele conseguiu ser enganado por ela pela terceira vez.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!“Faz o que quiser. Tenha um péssimo dia.” — Anne
Tinha dezoito anos, o aniversário tinha sido perfeito e havia ganhado um carro e a mansão sendo colocada no seu nome. Tinha agora que encarar um casamento praticamente arranjado.
James se encontrava direto com Ashley para ver as roupas, sapatos. Era muito boa em moda e poderia ajuda-lo com isso. A morena pouco gostou, mas como era corno e tinha colocado pares de chifres no noivo não ligava. Até seria melhor se fugisse com ela.
Estava terminando de provar o vestido quando um ser apareceu na porta.
— Olá. — cumprimentou o ruivo.
Parecia querer contar algo.
— Sai daqui, não pode ver o vestido que dá azar no casamento. — berrou o enxotando.
E como queria que fosse verdadeiro o que disse. Quando virou de costas percebeu uma presença, alguém ainda nesse quarto.
— Eu disse para sumir. — irritada.
— Tem certeza? — questionou.
Quando virou percebeu que era o Ethan, o gênio, o corredor, funcionário do seu pai. E começou a dar passos em sua direção, o sorriso no rosto.
— Não. E ai? Como estou? — iniciou enquanto rodava.
— Perfeita. — a expressão triste.
— Onde estava que não te vi há tempo? — curiosa, porém era para alegrá-lo.
— Trabalhando na empresa, sua mãe ficou o importunando com os preparativos que tivemos que fazer tudo dobrado. — explicou.
— Dona Márcia não tem jeito. — rebateu aos risos.
— Queria saciar uma dúvida. Poderia me responder?
— Se souber. — alegre.
— Por que você e Charlotte não são mais tão amigas? — questionou.
Ah! Nunca havia contado para eles, não queria. Só seu noivo, mais ninguém. Então Anne trouxe uns documentos e a fita, pois tinha deixado uma cópia consigo.
Então o moreno observou tudo e ficaram alguns minutos vendo a filmagem, o tapa, tudo. A morena que nunca tinha tocado nisso ficou surpresa e até com mais raiva da prima.
— Ela não mereceu sua amizade, é uma ingrata. — sussurrou.
— Dá para trocar de assunto? — questionou, o tom magoado.
— Está bem. Até tentei adiar o que tinha de contar, mas não há como deixar mais para depois. — sussurrou ao sentar-se na cama com ela.
— Pode dizer. — apoiou-o, entrelaçando sua mão na dele.
— Eu menti para você. — sincero.
— No quê? Por favor, seja mais direto. — esbravejou.
— Não sou gênio, tudo o que fiz foram truques de mágica, aparecia nos telhados de repente porque fiz um curso de Le Parkour. — confessou.
Em resposta recebeu um tapa no rosto, daqueles bem doloridos. Chegou a ficar a marca no local, e ela só não desferiu socos porque estava com vestido.
— Não vou reclamar, eu mereci. — continuou.
— E aquele dia que flutuou? — em dúvida.
Dava até vergonha, por ter deixado de ser cética com esses seres de repente. E saber que era falso o alivio vinha.
— Max tirou rapidamente a corda para que não descobrisse e quando vimos o barulho do portão resolvemos fazer esse truque. — a voz embargada.
— Falou tudo o que tinha a dizer? — questionou.
— Sim. — sussurrou.
— Aparece apenas no casamento, depois nunca mais quero te ver. Nunca mais. — irada.
O choro veio com força enquanto apontava para a porta, lágrimas molhando o vestido branco.
— Ainda vai casar? — desesperado.
— Por que não iria? — revidou.
— Se eu não sou gênio não está presa mais a esse matrimonio! — exclamou.
— Mas é agora que eu caso, ninguém mandou esconder e me enganar esse tempo todo. — respondeu.
— O que não entende é que eu amo você. Tanto, mais tanto, que eu não vou permitir. Por acaso você gosta do James? — questionou.
Nesse instante ele também estava chorando.
— Isso não importa mais. — falou.
— Claro que sim, e é por isso que eu não a deixarei desgraçar a sua vida. — gritou e foi saiu do quarto e bateu a porta com força.
Ficou trancada no cômodo até que o maquiador chegasse e o cabeleireiro. A veste já estava seca e colocaram um pano por cima para que não manchasse. Eram praticamente oito horas e os convidadas já deveriam estar na igreja.
Quando ficou pronta foram correndo com o Zacky a levando, mas agora em uma limusine branca. E era nesses momentos que não sabia para que ter um carro próprio.
— Chegamos madame. — declarou, abrindo a porta.
Estava tão nervosa que suas mãos tremiam. A última frase do Ethan pairava sobre a sua cabeça. Notou que Cold estava na frente do local, assim como Alex, Robertha, sua mãe, pai, Charlotte, Max, Penélope e seu amado com a Ally. Os pais de Justine estavam presentes e devem ter feito as pazes com o filho por estarem juntos dele. Ashley também estava, mas olhando para o altar.
“É pecado desejar homem do próximo, sua lambisgóia”. Pensou a morena. “E também é ficar xingando outros em local sagrado”. Rebateu.
— Está linda querida. — comentou Luis.
O resto a elogiou e ela deu a mão para ir no altar. Os padrinhos, testemunhas e ela com a daminha atrás – que provavelmente foi contratada. Parecia que estava em uma prova, em um primeiro dia de aula. Olhou para o ruivo e não viu aquele brilho, porém no dela também não estava.
Ethan só a mirou com a expressão mais dolorosa que já vira. Aquilo dilacerava seu coração e a fazia ficar arrependida, mas só um pouco. Quando lembrava-se de que era um mentiroso aquilo sumia.
— Mary Anne Evans, aceita o James Collins como seu esposo?
Pensei tanto que já estamos aqui? E esse é o sobrenome dele? Não sabia. Questionou-se. O peso de não amá-lo, arruiná-la e passar a vida inteira (ou não) infeliz não a abalaram.
— Sim. — sussurrou.
— E você James Collins, aceita Mary Anne Evans como sua esposa? — calmo.
O suspense reinou o ambiente.
— Não padre. Eu passei a minha vida inteira não tomando as decisões por mim, me preocupando com as reações das pessoas, mas não serei mais assim. Amo a Ashley. Desculpe Anne, entretanto não posso continuar com isso.
Gritou e foi em direção a garota, a faladeira, desbocada, que não para quieta em um prova. E em contrapartida foi atenciosa o bastante para ajuda-lo, coisa que a morena não fez.
Percebeu que sua mãe desmaiou e alguns ficaram atônitos.
— Podem ir para a festa, o casamento acaba aqui. — berrou Max e foi junto com o pessoal.
Por comida são capazes de tudo. Parecia uma maratona para irem até seus carros e chegarem no salão. Apenas ficando Anne, seus pais e o gênio.
— Farei nos pagar por esse prejuízo, meu anjo. — declarou dona Márcia ao despertar.
— Sim. — respondeu simplesmente, olhando o moreno com um sorriso.
— Isso não vai ficar assim. — o pai.
— É. — novamente ficou entretida com o amado.
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Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Os dois foram indo na frente falando sobre o que ocorreu enquanto deixaram o casal na igreja. Então o de olhos cinzas se aproximou e ofereceu seu braço para ela engatar.
— Como está se sentindo ao saber que seus amigos estão com as garotas que mais detesta?
— Péssima, até a Robertha tem um gosto melhor que o deles. — argumentou.
— A Ashley até que é legal. — deu sua opinião.
— Mas é atirada, e a próxima vítima pode ser você. — declarou.
— Não deixarei, meu objetivo é ficar com outra. — indireta.
— Pode até ter sido romântico agora, mas não me faz esquecer a sua mentira. — parecia braba.
— Desculpe-me, por favor. — sussurrou enquanto a abraçava de forma gentil.
— Responda-me rápido: qual o motivo de ter feito isso? — questionou.
— Demos esse golpe para que um de nós fique com alguém rico e o resto foge e tenta fazer isso de novo. Éramos de um grupo grande que moravam em um orfanato, mas só sobrou nós três. Estavámos terminando o ensino médio em uma cidade próxima e quando passeavamos por aqui vimos a sua mansão. O resto você sabe. — explicou.
— E por que escolheu ser o gênio?
— Era a minha vez apenas. — deu de ombros.
— E o que disse é verdade? Sobre me amar. — questionou.
— Não sabe o quanto, e não é só porque é rica, mas também por ser divertida, maravilhosa e no fundo ter um bom coração. — divertido enquanto dizia baixinho em seu ouvido.
— Ama quanto? E a Ally?
— Ela sabe sobre o que eu sinto e entende, até aconselhou para eu lutar por você. Eu sou apaixonado ao ponto de te deixar ficar com o Cold se quisesse, se a fizesse feliz. — confessou.
— Bom saber. — disse.
Ele engoliu em seco.
— Você o ama então? — a voz esganiçada.
Anne então o olhou quando estavam em cima das escadas da igreja, na parte da frente, ficou o mirando e de súbito passou a mão pelos seus cabelos de forma lenta. Sorriu, o maior que teve.
— Está com ciúme?
— Ainda dúvida? Eu não acredito que vou te perder! — exclamou nervoso.
Colocou as mãos na cabeça enquanto lágrimas caiam de seus olhos, virando-se de costas.
— É você que eu amo, seu bobo, mesmo depois de me enganar. Porque foi você que me ajudou e mudou minha vida. Com esse erro eu tenho amigos, a família está unida e um amor. — finalmente pode dizer enquanto o abraçava por trás.
Então ele deu um selinho nela, não aqueles beijos de cinema. Não poderia, até porque os pais dela estavam no local. Mas a rodopiou no ar e ao soltá-la deram as mãos.
— Anda Anne, senão nada vai sobrar para nós. E pode vir também garoto. — gritou o Luís.
Foram com a limusine que estava com latas atrás e o “felizes para sempre” escrito no vidro. Eles ficaram se olhando de forma atenta, analisando-se.
— Ficaria feliz se fosse meu genro Ethan. — começou a mulher.
Nada disseram por causa da vergonha. Sabiam que logo seriam apresentados como namorados, talvez virassem noivos e casassem. A roupa tinha e até era irônico pensar como conheceu seu amado. Iria para Harvard com ele e talvez até tivessem um cachorro chamado Max e dois filhos ou um.
— Saiba que está linda e queria muito que esse fosse o nosso casamento e que estivéssemos indo para a nossa festa, mas temos tempo ainda. Desejo muito aproveitar ao seu lado, só quando estiver pronta eu possa te levar para a cama e passar o resto da vida contigo, Anna. Minha pequena. — sussurrou.
— Nós ouvimos! — exclamaram os pais.
Ai que vergonha. Pensou. E esperava que continuasse como está. Mesmo que o ruivo tenha a deixado no altar, foi um alivio, considerado até como um presente. Já sobre perdoar sua prima, só o destino sabe a resposta.
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