Tinúviel

Capítulo 15 - Anything


Reyna sentiu como se o sangue houvesse congelado em suas veias. Como ele sabia disso? Lembrou-se dos passos que ouvira mais cedo, quando conversava com Piper. Alguém tinha ouvido (e dito) mais do que deveria.

- O que você vai fazer comigo? - Reyna tentou soar desafiadora, mas teve consciência de que soou maisassustada.

- Agora sei porque você desaparecia por horas a fio. Traição? Eu poderia achar milhões de maneiras para te punir por isso. - Octavian parou e a olhou com escárnio. - Mas não irei. Você ainda me será útil.

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- O que quer dizer com isso? - Octavian sempre a intrigava quando dizia aquilo. 'Você ainda me será útil'... como? Para quê? Reyna não conseguia pensar em nenhuma maneira de serútilpara ele.

- Talvez um dia entenderá. Mas por enquanto, me pergunto o que iremos fazer quando esse bebê bastardo nascer.

As belas feições de Reyna se enrijeceram. Não importava o pouco tempo de descoberta e o choque pela notícia, ela já amava a criança que crescia dentro dela, e qualquer ameaça ao bebê era uma ameaça a ela.

- Vocênãotocará neste bebê. - Falou rispidamente.

- E o que você poderia fazer para me impedir? Caso não se lembre, Reyna, sou seumarido.Eumando em você. - O tom de voz de Octavian estava mais ameaçador e zombeteiro do que Reyna jamais ouvira.

- O que eu poderia fazer? - Reyna retrucou no mesmo tom de voz. -Qualquer coisa. Você não pode me ter, e não terá esta criança pornadaneste mundo.

Ela soara tão decidida que surpreendera a si mesma. Octavian ficou calado por algum tempo - talvez nunca se acostumaria com a coragem que Reyna tinha para desafiá-lo.

- Quem é o pai do bastardo? - Perguntou por fim. A raiva o atacava lentamente, mas ele tentava nada demonstrar além de puro escárnio.

- Não direi. Sei o que tem em mente. Quero que saiba que sou capaz de amar e posso fazer de tudo para proteger essas pessoas, não importa o que você tente fazer para atingi-las.

Octavian levou tempo para entender, e quando entendeu - ou ao menos pensou ter entendido -, riu.

- As histórias que os bardos contam andam ecoando demais em sua mente, huh?

- Não. Mas diferentemente devocê, aprendi que há coisas mais importantes que o poder e o domínio. - Reyna se retirou, mesmo aquele sendo seu quarto. A grande sala onde o fogo queimava na lareira certamente seria mais reconfortante. Mas uma coisa era certa: Octavian não a atingiria, não atingiria seu filho e nem mesmo Jason.

--x--

Dois meses se passaram depressa. O inverno estava chegando. As folhas das árvores caíam e em breve os altos pinheiros estariam cobertos pela neve, e ventos frios sopravam do norte. O sol estendia seus braços quentes pelo mundo, tentando quebrar o frio, quando Jason acordou subitamente. Ouviu sons de galopes e vozes ao longe. Não era Reyna, Jason tinha certeza - eram muitos galopes, vozes masculinas e vinham da direção contrária da qual Reyna sempre vinha.

Ele se levantou rapidamente e correu com passos rápidos e silenciosos como os de um gato, tentando achar a fonte das vozes. Logo avistou um bando de homens montados à cavalo - em média treze deles. Alguns usavam armaduras de cavaleiros, mas eram a minoria. Os outros usavam roupas de montaria, e um homem imponente ia na frente. Suas vestes pareciam mais caras e de melhor qualidade, e usava uma capa preta que chicoteava o ar matutino. Seu cabelo negro e ondulado serpenteava às suas costas, sua barba estava bem-feita e sua expressão era severa. Ele discutia com alguns homens, com sua voz grave e ríspida.

- O tronoserámeu. Eles o dar-me-ão, ou deles eu o tomarei. Não resistirão por muito tempo, Stannis tem plena consciência de que nosso exército é maior que o dele.

- O que pretende fazer, exatamente? - Um homem que vinha quase ao seu lado, apenas a alguns passos atrás, perguntou.

- Tentaremos o acordo do qual falei para vocês. - O comandante respondeu. - Prometemos deixá-los vivos caso se rendam, o que poderá ou não ser verdade. Se forem de alguma utilidade, quem sabe eu possa deixá-los viver, mas duvido muito. Apenas outra coisa vou querer, além do trono:ela. Terei-a como esposa também, quer eles queiram ou não. O preço que cobrarei é este. Eles podem pagar por vontade própria. Caso contrário, haverá guerra.

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