Daisuki

Um Pequeno Contratempo


— Kagamine-san, aconteceu alguma coisa com o Kagamine-kun?

— Não. Por quê?

Era intervalo. Estávamos na sala dos Kagamine, o 1-D, conversando. Rin estava sentada em sua carteira e eu me apoiava numa mesa ao lado.

— Você não percebeu que ele tá conversando cada vez mais com Shion-kun?

— Tá com ciúmes? – disse ela, sorrindo maldosamente.

— Lógico que não! Mas, você não acha estranho?

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— Estranho?

— É. Antes, um mal olhava para o outro, agora, parece que não se desgrudam.

Já fazia duas semanas que eles estavam assim.

— Sério?! – aquele falso espanto era típico da Kagamine-san.

— Não adianta fingir. Sei que você tá sabendo de alguma coisa.

— E que coisa seria essa?

— Não sei. Mas você sabe de alguma coisa.

— Eu acho que você está um pouco paranoica, Hatsune-san.

O sinal toca, deixando-me sem tempo para fazer perguntas.

Aquilo era mal. Hatsune-san não poderia descobrir sobre os dois. Aquela fofoqueira ia contar para todo mundo.

Estava na aula de matemática, o professor falava e falava, mas eu não ouvia. Len sentava-se ao meu lado e ele prestava tanta atenção quanto eu.

Arranco uma folha de meu caderno, escrevo em caneta azul “a Hatsune-san está desconfiando”, dobro duas vezes pela metade e coloco-a em cima da mesa dele. – sentávamos um do lado do outro.

Meu irmão pegou o bilhete – acho que este já era esperado. – e abriu-o. Fiquei observando o rosto dele perder a cor. Agitado, pegou a caneta mais próxima, escrever, dobro e me devolveu.

Ele havia escrito: “O QUE EU FAÇO?” desse jeito mesmo. O coitado já estava começando a se desesperar. Também, eles ainda estavam no passo das mãos dadas. Era preciso um maior avanço para que, quando descobrissem, ele não deixasse meu Len.

“Quando Shion-kun chegar, você...”.

A aula havia acabado há poucos minutos. Eu já me despedira de meus amigos, saindo da faculdade.

O que havia acontecido? – vocês devem se perguntar.

Desde o segundo encontro, eu buscava Kagamine-kun todos os dias. No começo, apenas andávamos um do lado do outro, sendo que, com o passar do tempo conversávamos animadamente sobre os mais diversos temas.

Também começamos a andar de mãos dadas, parecendo um casal de namorados mesmo. Um casal... será que eu queria formar um casal com ele?

Não. Com certeza não, mas...

Já estava chegando à escola. Mal esperava para conversar com Kagamine-kun, ele era um ótimo amigo.

Ao chegar, o vejo correndo loucamente em minha direção:

— Shion-kun! – ele gritou, assim que me viu.

— Aconteceu alguma coisa Kagamine-kun?

O sinal tocou alegremente ao fim das aulas.

Arrumei meu material normalmente, despedi-me de minhas amigas e fui para a saída, encontrar-me com os gêmeos.

Quando cheguei lá, os três me esperavam.

— Oi, Shion-kun!

— Oi, Hatsune-san!

Essa foi a única conversa que tivemos.

Saímos de lá comigo ao lado da Rin na frente e os outros dois atrás. Eu me esforçava para ouvi-los, tentando ignorar o falatório da Kagamine:

— Então você descobriu?! – Kagamine-kun estava chocado.

— É.

Sobre o que eles poderiam estar falando? Seria fofoca nova?

— Mas... como?

— Meio na sorte, na verdade.

Meu deus! Será que tem haver com algum universitário? Será que tem alguém “ficando” com um universitário?

— É muito difícil?

— Um pouco, mas é só treinar.

Treinar? O quê?

— Você consegue lembrar a sequência?

— Agora não. Deixei anotado lá em casa.

— Você pode me trazer amanhã?

— Claro.

Eu não estava entendendo mais nada. Do que raios eles estavam falando? Eu tinha que saber, afinal, eu sabia de tudo que acontecia naquela escola.

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— Você sabe do que eles estão falando? – perguntei na cara dura para Rin.

— De novo com isso? Eles só estão conversando sobre um joguinho de luta. – não era tão óbvio quanto parecia...

— Ah...

Fiquei quieta. Os dois só deviam ter descoberto que o outro gosta do mesmo jogo.

Que chato! Esperava uma fofoca das boas.

Hatsune-san não saberia, mas, logo depois de ela desistir de ouvi-los, aquele casal ficou de mãos dadas, com os dedos entrelaçados entre si...