Vira-tempo

O2 - Batendo a porta


Encontraram-se na frente da casa de número 12 meia hora após as compras já com tudo pronto e dando as mãos aparataram.

Os três estalidos que indicavam a presença deles foram ouvidos segundos depois, já na Londres trouxa. Harry observou com máxima atenção a rua e notou que estavam em um beco que ele costumava usar para se esconder quando menor, de Duda e seus companheiros. O beco agora parecia meio apertado, mas foi o único lugar que conseguiu imaginar para aparatar sem chamar atenção dos trouxas.

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Sem dizer nada, eles seguiram em linha reta até a calçada e continuaram seu caminho até a casa 4 – para onde os tios de Harry voltaram após o fim da guerra, embora a casa ainda tivesse leves feitiços de proteção para que um comensal da morte alheio não encontrasse a “família” de Harry – com Hermione de braços dados com os dois e, um leve sorriso no rosto, embora estivesse nervosa, aliás, todos estavam nervosos.

A rua não parecia muito diferente, continuava monótona e cinzenta, exceto por seus jardins bem cuidados e a grama verde aparada, seus habitantes pomposos cuidavam mais da vida dos vizinhos do que a deles mesmos. Rony fez uma careta.

–Não entendo ainda, Harry. Lembro quando viemos te buscar aqui no segundo ano... Eles te trancaram como um prisioneiro e foram terríveis com você. – Terminou com uma voz meio macabra, mas isso só fez Harry sorrir.

–Anda Ron, eu realmente não vou perdoá-los assim de uma hora para outra, mas eles ainda são a única família de sangue que eu tenho. – a voz dele falhou a essa altura e o assunto deu-se por encerrado, as palavras não ditas ecoando nos ouvidos dos três. Era como se o moreno tivesse deixado explícito que além dos pais não tinha mais Sírius, ou Remo e não pudesse perder as pessoas da família de sua mãe também.

Harry só tinha os Weasley e os Granger – Hermione partiu para a Austrália assim que a Guerra teve fim e então devolveu a memória dos pais, que, desde então pareceram adotar Harry e Ron como filhos também, o Senhor Granger radiante após descobrir o namoro da filha fez Rony cuspir todo o refrigerante em cima de Harry após começar um discurso sobre sexualidade durante um jantar para qual foram convidados – e os Longbooton também foram receptivos a ele, assim como Luna e seu pai, mas não era a mesma coisa que ter a sua família.

Então, finalmente chegaram ao destino e após Hermione cutucar o braço do amigo que parecia distraído, eles encararam a porta.

–Podemos esperar aqui se quiser Harry – Hermione sussurrou solidaria, mas o moreno negou de leve com a cabeça e sorriu para os amigos. Respirando fundo ele tocou a campainha e juntos deram um passo para trás, esperando.

Demorou uns poucos minutos para ouvir passos se aproximando da porta e um ao abrir-se deram de cara com a única pessoa que Harry esperava que não os recebesse.

Ele estava mais gordo do que nunca, o bigode antes preto estava com uns pequenos tufos de cabelos brancos e sua papada balançava quando se mexia. Ele encarou os três visitantes e quando firmou seus olhos no de Harry sua expressão assumiu uma aparência doentia e ele ficou com mandar púrpuras no rosto.

–O QUE VOCÊ PENSA QUE FÁZ AQUI, MOLEQUE? – Ele gritou.

Ron fez uma cara ofendida e fez menção de pegar a varinha, mas Mione segurou sua mão fazendo uma careta para o dono da casa.

Harry simplesmente suspirou e deu um meio sorriso forçado.

–Como está Tio Vernon?