Never Forget You

Prólogo


Quando a vida te guia por caminhos escuros você não sabe o que terá lá na frente. Em minha vida inteira vivi na escuridão. Então não tinha medo do que poderia encontrar. Talvez eu odiasse, talvez não. O futuro não está cravado em uma pedra, como disse Alice uma vez.

Eu não tinha medo da morte. Com certeza esse era o ultimo dos meus problemas. Tudo o que pensava agora era em Edward e no quanto ele sofreria se algo acontecesse comigo. E é claro Rosalie. Minha mãe. Quando ela me implorou por perdão, perguntei a mim mesma se conseguiria fazer isso mesmo depois de tudo. Depois de todo esse tempo. Quando olhei em seus olhos e vi toda culpa, arrependimento, dor e esperança, eu soube que a reposta era sim. Eu poderia perdoar. Mas eu poderia confiar nela agora? Bom, eu nunca saberia.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Meu coração não batia há anos, mas eu podia sentir ele se quebrar em pequenos pedaços, lentamente. A dor em meu peito fazia-me querer cair de joelhos, mas me mantive forte. Não poderia fraquejar agora. Não com a vida de Edward em risco. Eu precisava protegê-lo.

Caminhava lentamente pela densa floresta de Forks, não havia motivo para pressa, a agonia que eu sentia agora não se compararia com a que eu sentiria quando o encontrasse. Eu tinha total certeza disso.

Parei de caminhar quando cheguei ao centro da clareira.

Senti um frio na espinha, e sabia que não tinha nada a ver com o vento gelado que uivava como um lobo raivoso na madrugada, a frieza não me incomodava há décadas. Sentia os olhos dele em mim, virei-me para encontrar seus olhos vermelhos, frios como o gelo me encarando, mas desta vez havia um brilho malicioso em seus olhos, outro tremor passou pelo meu corpo ao notar que era o fim. O meu fim.

Ele se aproximou lentamente. Acho que foi mesmo para me torturar. Ele podia sentir o poder negativo que exalava de mim, ele estava jogando comigo. Se divertindo até se enjoar de mim, como da outra vez. Eu não sabia o que ele faria comigo a partir de agora, mas temia. Não só por mim, mas por Edward. É claro que ele se culparia por não me proteger, mas nada poderia ser feito em relação a isso.

Minha vida humana se resumiu em humilhação e maus tratos, e pelo visto minha vida como vampira não seria diferente.

Ele estava a menos de um passo de mim agora, eu queria recuar, mas minhas pernas não se moviam. A ponta de seus dedos retirou uma mecha do meu cabelo que caia sobre meu rosto. Aquilo pareceu me despertar por que rapidamente segurei sua mão e a joguei bruscamente ao lado de seu corpo.

- Olha só... Você continua a mesma gatinha que pensa ser uma onça. – ele riu debochadamente e se aproximou ainda mais, colando nossos corpos.

Eu já sentia falta de Edward, mesmo o tendo visto há poucas horas. Eu tinha consciência de que parte desta saudade era devido ao fato de que eu poderia nunca mais vê-lo.

Com este pensamento uma lágrima de veneno escapou de meus olhos. O rastreador riu outra vez, mais alto do que da primeira. Minha dor o divertia. Sua mão deslizou pelo meu rosto como em uma leve caricia, quando suas mãos frias chegaram ao meu pescoço ele apertou com toda força que tinha. Era agora!

- Ultimas palavras? – ele sussurrou.

- Edward, eu te amo! - sussurrei desejando desesperadamente que ele estivesse aqui para me ouvir.

Abruptamente as mãos do rastreador saíram do meu pescoço. Escaneei a clareira inteira o procurando, só para encontrá-lo prensado contra uma arvore, e as mãos da pessoa que eu pensei nunca mais ver estavam em seu pescoço, prestes a arrancá-lo.