Depois da entrega das sopas, todos foram para seus abrigos, Sasuke pegou o endereço de Inoichi para ir a sua casa no outro dia, estava ansioso, era sua oportunidade, talvez a única em sua vida. Por quanto tempo ele esperou por isso?? Anos, desde que ele percebeu que precisava de dinheiro pra se alimentar.

Pela primeira vez em sua vida se deu o direito de tomar café da manhã, não sabia se o serviço ia ser muito pesado, vai que fosse muito difícil e ele acabasse passando mal? Não, passar mal ele não passaria, já estava acostumado a pegar pesado todos os dias, com certeza ele tiraria de letra. Logo depois do café ele foi até a casa de Inoichi com aquela roupa mesmo, não tinha outra.

Quando chegou em frente ao endereço deixado viu que era uma casa pequena, aglutinada com a pequena floricultura, que segundo Inoichi, ela ainda continuava em funcionamento porque ajudava nas despesas, principalmente de Ino e Sai, seus dois filhos.
Abriu a porta da loja e viu uma garota loira se virar, a mesma garota que lhe entregou sopa na noite anterior.

Bom dia – falou ela sorridente – O que deseja?
Bom dia, eu vim porque Inoichi pediu que visse ajudar a filha dele...
– Oh, então é você quem vai me ajudar?
– os olhos dela brilhavam – Espere um pouco que eu logo vou chama-lo.

Ele a viu ir até uma porta nos fundos e gritar por seu pai, que respondeu dizendo que já estava vindo, alguns minutos depois ele chegou e foi cumprimenta-lo. Conversaram sobre o que Sasuke deveria fazer e depois se foi, dizendo que só voltaria a noite, depois do trabalho, disse também que o almoço deles estaria lá dentro, bastava apenas esquentar.

– Por onde eu começo? – perguntou quando Inoichi saiu
– Bem, que tal se você retirar os vasos daquelas estantes da direita e limpar as prateleiras, e mover elas de um modo que fique alternadas as cores dos vasos?
– O.K. posso mexer não é?
– Claro que pode, não se preocupe, se algum quebrar eu faço outro, já me acostumei com isso


E então lá foi Sasuke remexendo em tudo quanto era vaso, primeiro os colocou em um lugar seguro das pessoas que poderiam acabar esbarrando se não olhassem pra baixo, e foi olhar as prateleiras.

– Ino, você não acha que elas estão precisando de uma pintura?
– Hum...
– ela analisou – Também acho, vou pegar duas cores que eu tenho aqui e você pinta cada uma de uma cor as alternando sim?
– Pode deixar

E lá foi ela buscar as tinhas, uma era da cor rosa e a outra era na cor verde.
– Essas são as tintas da testuda, não encontrei as minhas, sei que ela não vai ligar se eu usar
– Sua amiga?
– Sim, ela gosta muito de verde, e como o cabelo dela é rosa, eu lhe dei essa lata de tinta pra ela pintar seu quarto, ela ficou furiosa
– Se ela tem cabelo rosa porque ela odeia a cor rosa?
– Porque um idiota sempre a chamou de rosadinha, ela o odiava, e o pior era que ele vivia infernizando a vida dela até que ela saiu da escola, até hoje ela não gosta da cor.
– Entendo...


Pararam a conversa por ali por que chegou um cliente e Ino foi atender enquanto Sasuke pintava com agilidade as prateleiras, em uma hora havia as lixado e pintado, esperou secar pra poder colocar os vasos de flores no lugar e, como Ino disse, os colocou em cores alternadas pra chamar mais atenção.

Depois de terminado esse lado ele foi para o outro, fez a mesma coisa, retirou os vasos, lixou e pintou as prateleiras para depois colocar tudo no lugar, depois disso ele foi varrer e espanar as partes baixas da loja, quando terminou essa parte já era hora do almoço, Ino foi os buscar. Logo ela chegou com dois pratos, um bem cheio que ela lhe entregou e um menor. Sentaram-se ao lado do balcão e comeram trocando poucas palavras. Até que Sasuke se lembrou de algo, ou melhor de alguém.

– Onde está a garota de ontem?
– Que garota?
– Ino perguntou arqueando a sobrancelha.
– Eu não sei o nome dela, só sei que ela também estava ajudando com a sopa ontem
– Ah sim, era a testuda hihihi, gostou dela Sasuke?
– perguntou maliciosa o que fez com que Sasuke corasse levemente
– Eu queria lhe agradecer, ela que falou com seu ai ontem, e por isso, hoje estou aqui... você disse que ela é a testuda? Não me lembro de ter visto muita testa nela
– Claro que não, ela estava de touca e com os cabelos enfiados dentro dela, nem o cabelo você poderia ver, mas um dia ela aparece por aí.
– Ela sempre vem?
– No mínimo uma vez por semana, é que o meu irmão vende uns desenhos e ela é quem faz a contabilidade do que ele vende, ela sempre vem trazer os relatórios, essas coisas...
– Hum... entendi


Depois do almoço voltaram ao trabalho, Sasuke foi agora mexer e limpar o local dos vasos que ficavam na frente da loja, essa parte acabou relativamente rápido, depois de terminado ele foi até Ino que estava mexendo eu seu notebook.

Ino, terminei, tem mais alguma coisa pra eu fazer?
– Claro que tem, aqui o trabalho nunca acaba
– ela falava sorrindo e com as mãos na cintura –já tá querendo fugir do trabalho é? Venha até aqui comigo – e foram pela porta dos fundos até um pequeno quarto que tinha umas sacolas, caixas, ferramentas, essas coisas
– Já entendi, é pra eu arrumar isso tudo
– É sim, bom trabalho, se você quiser aí tem material, pra você colocar algumas pranchas e separar as sementes dos adubos e das outras ferramentas, se quiser, pode colocar as sementes de cada tipo em caixas separadas
– Certo, pode ir cuidar do seu facebook
– ele ria
– Você tem facebook?
– Claro que não Ino, eu sou morador de rua, você acha que eu tenho acesso a algo parecido com computador, eu não tenho nem um celular tijolo.
– iiii, é verdade, tinha me esquecido disso, é que você não parece ser um morador de rua te olhando assim

– Não parece porque aquela garota me deu algumas roupas ontem, por isso tinha com o que vir hoje.
– Hum... tá bom, chega de papo, vamos trabalhar!
– Não, não vamos trabalhar. Eu vou trabalhar e você vai pro face.
– Exatamente isso, tchauzinho Sasuke-kun
– Ele fez uma careta quando ouviu o sufixo que ela colocou em seu nome
– Aff...

Com certeza, limpar aquele quarto e organizá-lo foi a parte mais demorada e trabalhosa, eram muitas sementes de flores diferentes, quase não encontrou caixas para guarda-las, os sacos de adubo eram grandes e tinha muito adubo derramado pelo meio do quarto, mas com muito esforço ele colocou tudo no lugar e ainda colocou tijolos para suspender os sacos de adubo, com esse tempo frio também vinham as chuvas, se entrasse água poderia estragar.
Quando terminou já estava escurecendo, e Ino já estava fechando a loja, Inoichi tinha acabado de chegar e foi até onde Sasuke estava terminando de colocar as ferramentas.

– Olá Sasuke
– Oi Inoichi...
– Vejo que fez um bom trabalho por aqui, ficou bom, minha filha é desorganizada, ainda não sei como ela mantém a floricultura em bom estado
– nessa hora Ino chega perto deles...
– Não sou eu que faço a contabilidade nem que divido as despesas papai, esse é o motivo, tenho uma boa amiga que me ajuda com tudo
– Só ela mesmo pra te aturar.
.. – Todos se viraram quando ouviram uma voz diferente chegar perto deles
– Gaara-kun – os olhos de Ino brilharam ao olhar o ruivo e lhe deu um selinho
– Não se agarre com ele na minha frente Ino, sabe que eu não gosto
– Desculpe papai
– ela corou
– Bom, vamos jantar, venha Sasuke... – Inoichi o convidou e ele não podia deixar de aceitar
Jantaram calmamente, e logo era a hora de Sasuke ir embora.
– Sasuke, onde você vai dormir? – Perguntou quando já estavam do lado de fora da casa
– No lugar de sempre...
– Você pode continuar a dormir na rua, venha...
– o chamou de volta pra dentro da casa – podemos não ter espaço aqui, mas você pode dormir na loja, ajeitaremos um lugar pra você lá.
– Não precisa, estou acostumado com isso...
– Não diga não, esse é um tipo de ajuda que não se nega, vamos lá


Inoichi pegou um colchão inflável e foi com Sasuke até a loja, lá ele colocou o colchão no chão e Sasuke o encheu com uma bomba enquanto Inoichi pegava lençóis. Os deixou com Sasuke e o avisou que eles iriam entregar sopa naquele dia novamente, mas disse que Sasuke não precisava ir já que estava cansado do dia de trabalho, Sasueke ainda tenhou convencê-lo de que poderia ir mas Inoichi insistiu, e Sasuke acabou aceitando ficar em casa.

Continua...

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