Nina, ou a doce punição de Loki

O desfecho, a batalha de suas vidas


Ninguém havia notado quando Nina entrou de maneira furtiva dentro de uma das naves negras que estavam a postos próximo ao palácio real. Dias antes Loki havia tido a ideia de usa-las contra os próprios elfos, então os asgardianos analisaram tudo o que continha ali, desde comandos a armas e apetrechos que eram encontrados. Agora a menina se escondia esperando o momento em que finalmente Heimdall os mandaria para o campo de batalha. A garota tinha um objetivo em mente: acertar as contas com Amora. Bem, como Sigyn havia recobrado a memória, a mesma também se lembrava do que havia ocorrido no último encontro que teve com a bruxa que resultou na morte de seu filho que estava no ventre e, em sua quase morte.

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Quando as naves foram mandadas para Svartalfheim, Nina mal teve tempo para respirar, apenas sentiu uma forte pressão em todo o ambiente, só havia se dado conta de que estava em outro lugar quando viu os soldados se mexendo e marchando para fora do veículo grande e preto. A garota se misturou entre eles, logo depois viu Thor e Loki dando os seus respectivos discursos para dar ânimo, a nave que chegara segundos depois com tantos gigantes de gelo e por fim gritos e início de uma luta.

Nina agia de forma furtiva, os elfos morriam sem saber o quê e quem lhes havia acertado, a garota tentou acompanhar Loki de longe, mas era algo quase impossível, mas ela tentou, e sem se expor a ele. A última coisa que Nina queria era deixa-lo desestabilizado, a vanir odiava o fato de saber que era uma fraqueza do caçula de Odin, mas não podia negar que aquilo era verdade, e por isso, odiava ainda mais.

Thor e Kurse se digladiavam em frente à entrada do enorme e cinzento castelo do finado Malekith, era difícil abrir um buraco naquela carapaça de Kurse, sem falar que o dito cujo tinha três vezes a corpulência do deus do trovão, as marteladas de Thor não pareciam surtir efeito algum no corpo do ex-elfo Algrim. Agora mesmo, o monstro insano derrubava Thor com mais um soco. O príncipe trombou contra a parede do castelo abrindo uma fenda, mas rapidamente se postou de pé e tratou de limpar o sangue que escorria no canto da boca, urrou e partiu para cima de Kurse novamente.

Um pouco distante dali Sif e Frandal lutavam com outros elfos, a situação era seis contra dois, quando por momento a guerreira havia sido desarmada por um dos elfos.

– Sif! – gritou Frandal que estava cercado por outros tantos.

O elfo apontou a bazuca para a cabeça da asgardiana, e Sif imaginava então que morreria em batalha como um bom guerreiro deveria fazer, mas não, não seria daquela vez. Uma flecha transpassou em cheio a cabeça do elfo que lhe mirava a arma, assim como outras tantas que acertavam os demais elfos que cercavam Frandal, os dois ficaram surpresos, ainda mais quando viram a figura que surgia adiante.

– Sigyn? – Sif falou enquanto se levantava e pegava sua espada.

– Princesa? – disse Frandal se aproximando das duas jovens – achei que estivesse no castelo?

Sigyn deu um meio sorriso.

– E vocês achavam mesmo que eu ficaria lá, esperando e perdendo a festa?

– Mas milady mal se recuperou? – disse Frandal.

– Eu estou ótima como podem ver, e ainda por cima salvei vossas vidas.

Um forte abalo chamou a atenção de todos que olharam para o castelo emitia rajadas de luzes ora negras ora esverdeadas.

– Loki... – Nina apertou o medalhão dentro de sua roupa.

No castelo as coisas não pareciam muito boas para Loki, o mesmo neste exato instante era atingido por uma rajada negra que o jogou contra uma das colunas do castelo que se partiu ao meio.

– Eu esperava mais de você, Loki – disse Amora com um visível tédio – Anda? Onde está todo o seu poder?

Loki se levantou tirando a poeira da roupa que já apresentava sinais de desgaste, o príncipe estava guardando suas energias, o momento certo para fazer o que deveria ser feito, mas o éter era muito poderoso. Loki tentava a todo momento manter a calma, diferente de Thor ele tinha mais paciência, se tinha umas coisas em que ele era bom elas eram: esperar, mentir e escapar. Mas naquela situação ele não poderia escapar, não se permitiria a tal, senão jamais poderia provar o seu valor como um guerreiro de Asgard, como um mago poderoso e acima de tudo, como um homem honrado.

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Amora desferiu mais um ataque, porem ele de forma ágil se esquivou e usando sua espada lançou uma rajada flamejante tão rápida que pegou Amora desprevenida, mesmo possuindo todo o éter, ela não pode evitar o ataque. A mulher se ajeitou apagando um pequeno chamuscado que havia em seu cabelo.

– Que abusado – sibilou a mulher.

Loki empunhou sua espada.

– Não esqueça que eu já derrotei-a uma vez.

Amora deu riso amargo.

– Como esquecer, o dia em que um garoto ousou me derrubar usando seus truques de quinta.

– Ousei? Muito pelo contrário, até onde eu me lembro era você que tinha jogado sujo pra cima de mim, me seduzindo quando na verdade queria era ficar com o meu irmão. E só para constar, na época você era considerada uma veterana quando eu ganhei.

Amora estreitou os olhos.

– E sabe o que mais? Thor nunca teria olhos pra você, mulheres como você não fazem o tipo dele, a não ser para... bem você deve saber. Mesmo que vocês dois reencarnassem mil vezes, Thor te ignoraria mil vezes mais!

– Ora cale-se – a mulher ficou furiosa e avançou contra Loki.

Loki pressentiu que era momento certo de agir, então segurando Leavanteinn, ele a arremessa em pleno ar e então ele pronuncia algumas palavras mágicas.

“Fast silhuetten” (Fixa silhueta)

Thor já aparentava um certo cansaço, antes que pudesse raciocinar era atingido por uma serie de socos consecutivos que o derrubavam no chão, Thor não tinha outra escolha a não ser se defender e chamar Mjonir para socorre-lo.

– Ei feioso! – uma voz fina chamou a atenção de Kurse que com seus olhos mirou há alguns metros uma garota de cabelos cor de fogo.

– Você...

– Si..gyn – disse Thor botando um pouco de sangue pra fora da boca.

– Vem aqui me pegar – a garota o provocou.

O monstro caminhou em direção a menina deixando Thor de lado feito um boneco.

– Ainda está viva? Mas não por muito tempo eu garanto...

Enquanto Thor se levantava Lady Sif correu até o seu encalço para ajuda-lo.

– Você está bem?

– Na medida do possível, sim – ele lhe encarou forçando um sorriso, e então os dois encararam Nina que enfrentava Kurse – o que ela está fazendo aqui?

– Ela veio escondida.

Kurse avançou em direção a garota.

– Nina! – Thor gritou.

Mas para a surpresa do trovejante a garota era apenas uma mera ilusão que fez Kurse cair no chão, o monstro urrou de raiva.

– Onde ela foi? – perguntou-se Thor.

– Estou bem aqui – disse a garota atrás de Sif e Thor.

– Você adora deixar os outros preocupados – disse Thor.

– Você parece não chegar a lugar nenhum com ele – disse a menina se referindo a Kurse – mas eu sei como derrota-lo.

– Como?

– Da última vez em que eles estiveram em Asgard, bem... eu enfrentei ele, minhas flechas podem romper a carapaça dele. O ponto fraco dele é no pescoço – disse a jovem – há um pequeno espaço entre o pescoço e a cabeça que fica exposto, talvez se eu acertá-lo ali, eu consiga romper a armadura deixando um espaço maior, dessa forma voce pode utilizar sua mjonir para arrancar a cabeça dele – concluiu a garota.

Thor piscou os olhos rapidamente.

– E acha que isso dará certo?

– Mas é claro, essas flechas são feitas de visco, atravessam qualquer coisa, inclusive a armadura de elfo deformado.

Antes que Thor pensasse em mais alguma coisa o urro de Kurse chamou a atenção dos três, a criatura então partiu em sua direção, ambos desviaram dele, Nina soltou uma espécie de pó que deixou o monstro desorientado, Kurse parecia uma barata tonta. A jovem então preparou o arco e atirou, a flecha passou na lateral da cabeça de Kurse, quebrando a carapaça e expondo uma área maior e desprotegida.

– Agora Thor! – Sigyn gritou.

Thor girou martelo e o arremessou com tudo, Kurse nem teve tempo de reação, e Mjonir levava a sua cabeça para longe, restando apenas aquele corpo grande e descabaçado que logo cambaleou e caiu no chão.

Thor e Nina se encararam.

– Obrigado.

– Disponha – disse a jovem.

– Pessoal – disse Sif chamando a atenção dos dois.

Nina e Thor viram então uma forte luz azul saindo dentro do castelo.

Mas para entender o que estava acontecendo, vamos voltar para dentro do castelo:

– O quê? – Amora não conseguia se mexer – O que você fez?

– Prendi a sua sombra – disse Loki.

No momento em que ele jogou a espada e invocou o feitiço, Leavanteinn de fixou na sombra de Amora impedindo que a mesma saísse do lugar.

Loki então tirou o fragmento do Tesseract e segurou com firmeza em uma das mãos, fechou os olhos dando início a invocação de um antigo feitiço:

“Ond kraft, nå lytte til meg,

Ubrytelig ånd, nu kan ikke overnatte gratis,

Nå og for alltid vil

Du være forseglet!”

(Força maligna, agora ouça-me,

Espirito inquebrável,

De agora em diante livre não podereis mais ficar,

Agora e para sempre selado estarás!!!)

Amora sentiu o sangue gelar, “como?” ela pensava, como ele conhecia aquele feitiço, e então para o desespero da feiticeira, ela viu o éter saindo aos poucos de seu corpo.

– Não! Volte! Não!

Logo não havia mais nela, e o éter agora não passava uma fonte inquieta e selvagem espalhada no ar, agora viria a parte mais difícil para Loki, trancá-lo. O príncipe usou mais de sua energia e então o fragmento do Tesseract foi tendo um brilho mais intenso, e lugar foi completamente tomado por uma luz azul, o éter estava aos poucos sendo contido. Loki usava de toda a magia que tinha, até que o impacto da força aplicada atingisse o seu próprio corpo, suava e seu nariz e boca derramavam um pouco de sangue. Ele fechou olhos com força, e a luz ficou mais forte e por fim o éter foi dominado se transformando em cubo preto e avermelhado, oTesseract na mão de Loki se fragmentou em partículas envolvendo o cubo que por fim o prenderam. O éter estava selado.

A caixa caiu no chão. Loki respirava com dificuldade, zonzo o príncipe tombou de joelhos, recuperando o folego, com um mão fez o movimento para chamar leavanteinn, mas antes que ela viesse, algo o interrompeu, logo seu braço estava imobilizado, e aos poucos o seu corpo. Ele então encarou Amora que o fitava de forma assassina, com um gesto a mulher fez corpo de Loki se erguer no ar.

– Você não deveria ter feito isso – ela sibilou – mas não será problema, eu matarei você com minhas próprias mãos.

Com um outro gesto e ela moveu seu corpo, fazendo Loki se contorcer, e o príncipe começou a sentir que o ar não lhe vinha aos pulmões.

– Vou matar você da mesma forma que eu matei a sua esposinha, aquela camponesa sem sal... – ela o apertou ainda mais.

Loki sentiu que sua visão estava prestes a escurecer, Amora ria enquanto o via desfalecer, mas algo a desconcentrou, ou melhor uma flecha certeira em sua mão. Mulher urrou de dor e o corpo de Loki desabou no chão, ele ainda estava semiconsciente.

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– Quem se atreve? – Amora bufou de raiva até que encontrou dois pares de orbes turquesas furiosas que lhe encaravam de volta – Você? Está viva?

Outra flecha. Agora na coxa.

Amora cambaleou um pouco.

Mais uma flecha.

– Essa foi por ter tentado me matar – disse Nina.

E mais uma.

– Essa foi pelo filho que você tirou de mim!

E mais outra.

– Essa é pelo Loki.

A essa altura Amora cuspia sangue, mas se mantinha de pé.

– E essa.... – Nina estreitou os olhos – é o meu presente para você, vadia!

E uma flecha atravessava a testa da bela e cruel feiticeira, e finalmente Amora tombou morta no chão. Nina saiu do breve estado de topor e correu direção ao corpo do marido.

– Loki, Loki – ela dava leves tapinhas em seu rosto.

Ele então abriu os olhos com dificuldade, e encontrou os olhos azuis turquesa de sua Sigyn.

– Ni...na?

– Meu amor – ela o abraçou.

– Como você....? – a pergunta ficou no ar – Você disse meu amor?

A jovem anuiu, tinha já algumas lagrimas em sua face.

– Eu me lembrei de tudo agora...

– Lembrou? – ele mal podia conter o sorriso – Como?

Ela então lhe mostrou o medalhão, e depois Loki viu o corpo sem vida de Amora do outro lado e no canto oposto a caixa com éter selado.

– Acabou? – ele disse baixo.

– Acabou Loki, nós conseguimos... você conseguiu...

O príncipe fechou os olhos deixando algumas lagrimas caírem.

– Eu consegui.... eu finalmente fiz a coisa certa...

Os dois então se abraçaram em meio aqueles escombros.