Across The Ocean

Caçadoras


Pov: Annabeth.

-Quem são as caçadoras, Thalia? -perguntei enquanto seguia minha amiga que tinha simplesmente dado as costas para o senhor que estava no balcão e fora embora.

-Eu já disse. -ela falou enquanto revirava os olhos e andava cada vez mais rápido em direção a Bahia.-São velhas inimigas.

- Você tinha dito conhecidas. -comentei- O que elas são? -insisti enquanto tentava fazê-la parar.

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Thalia parecia realmente irritada com a citação do nome das caçadoras, como se lembrasse de alguma coisa repulsiva. Não me lembro de ter visto Thalia tão irritada antes, e olha que ela é do tipo que se irrita com qualquer coisa, mas não daquele jeito. Ela estava praticamente marchando até o bote que usamos para chegar naquele reino.-Mas onde raios você está indo? -perguntei seguindo-a o mais rápido que minhas pernas podiam.

-Quer para de fazer perguntas? Não consigo andar e responder rápido. -ela disse enquanto estava chegando bem perto do porto.

-Thalia, você não pode entrar nesse barco novamente, ele não vai aguentar muito tempo e o próximo porto está longe. -eu disse pegando-a pelo braço.

-Você não entende. -ela disse parando por um segundo e me encarando com raiva. -Temos que sair daqui o mais rápido possível, as caçadoras não gostam muito das meio-sangues que não são como elas. -ela tentou explicar.

-Tente me explicar. -eu disse.

-Olhe. -disse Thalia em um tom mais sério. -Posso explicar tudo o que você quiser assim que você entrar nesse barco e me deixar nós levar para longe daqui. -ela disse rapidamente.

-Sem chance. -eu disse. -Você sabe muito bem que esse barco não aguentará muito mais tempo. E também sabe que não iremos muito longe nele, só chegamos aqui graças aos poderes de Percy.

-Então, qual é sua ideia brilhante, filha de Atena? -ela perguntou cruzando os braços e me encarando com os olhos azuis brilhando.

-É simples, vamos encontrar abrigo e passar a noite. -eu expliquei calmamente. -Você me explica qual o seu problema com as caçadoras e, logo ao amanhecer, procuramos um lugar novo.

-Tudo bem. -ela disse revirando os olhos e voltando para o reino.

Suspirei, algo me dizia que a convivência com Thalia iria requerer um série de abdicações e tentativas de convencê-la. Pelo menos eu não estava sozinha. Seguimos em direção ao mercado novamente. O senhor do balcão contou que poderíamos encontrar um pensão em alguns metros. Seguimos para lá um pouco mais apressadas do que eu esperava, Thalia não falou nenhuma palavra, agora ela parecia assustada com a situação, o que só atiçava minha curiosidade sobre as caçadoras. Para minha surpresa, a pensão indicada pelo senhor do mercado ficava muito próximo da floresta, era a última construção antes do emaranhado verde das árvores. No meio do caminho, Thalia parou e passou a encara a simpática casinha com um olhar assustado.

-Não vamos entrar lá. -ela disse para mim.

-Por que não? -perguntei.

-É muito perto da floresta, estaremos mais próximas das caçadoras. -ela disse já pronta para se virar e ir embora.

-E para onde você acha que nós vamos? -eu perguntei irritada. -Você ouviu muito bem o que aquele senhor disse: não temos outro lugar para ir além desse aqui. -eu disse já cansada de discutir com ela.

-O que as caçadoras fizeram para você? -perguntei, Thalia já tinha dado alguns passos para voltar, mas quando perguntei ela parou para me encarar.

-Não são todas as caçadoras... é só... -Thalia estava dizendo, mas se deteve e passou a fitar alguma coisa que estava atrás de mim.

-E só o quê? -peguntei ficando assustada.

Os olhos de Thalia estavam vidrados, tive a impressão de que ela parara de respirar por alguns segundos. O azul elétrico de seus olhos ficou mais escuro e juro que o céu, antes limpo e claro, passou a ficar repleto de nuvens. Um raio queimou no céu, seguido de um estrondo. As feições de Thalia se contorceram em uma expressão de puro ódio. Ainda não estava com coragem suficiente para virar e ver o que ela encrava, mas sabia que mais cedo ou mais tarde teria de fazê-lo. Devagar e com muito cuidado, me virei na direção em que Thalia olhava com atenção. "Que os deuses me ajudem", pensei.

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-Fique parada aí mesmo. -disse uma voz desconhecida de uma garota trás de mim.

Finalmente consegui me virar completamente para ver quem estava falando. Encontrei uma garota, com roupas próprias para caçada, rodeada por um lobo branco e segurando um arco prateado, a qual ela apontava diretamente para mim. Ficou me olhando com raiva e ameaçadoramente. Vi que ela não estava sozinha. outras garotas iguais a ela estavam um pouco mais trás, cercadas por outros animais da floresta. Algo me dizia que aquelas eram as caçadoras. Agora eu sabia os motivos de Thalia para temê-las.

-Aponte esse arco para longe dela, Zoe. -disse Thalia autoritária.

-Você não está em condições de exigir nada, Thalia. -a garota que se chamava Zoe respondeu.

-Está em desvantagem. -ela disse sorrindo maleficamente.

-Vocês se conhecem? -perguntei, mesmo sabendo que era uma pergunta idiota, era claro que elas se conheciam e se odiavam.

-Sim. -disse Zoe. -A filha de Zeus e eu já nos conhecemos a muito tempo...

-Infelizmente. -comentou Thalia. -Abaixe seu arco, Zoe. Annabeth não é sua inimiga, assim como eu. -ela declarou diplomaticamente. Zoe a encarou não acreditando naquelas palavras. -Pelo menos não hoje. -ela explicou e Zoe pareceu finalmente acreditar.

A garota baixou o arco e continuou nos encarando, entendi que ainda estávamos em perigo.

-Então, -Zoe começou a falar animada -o que trás vocês duas até este reino? -perguntou ela.

-Estamos apenas de passagem. -disse Thalia. -procuramos apenas um lugar para ficar.

-Onde está aquele... garoto... que andava com você? -perguntou ela, ao falar a palavra "garotos", seu rosto se contraiu como se ela estivesse sentido nojo ao pensar em Nico.

-Está longe -ela disse.

-Estamos apenas entre irmãs. -seja lá o que foi que ela quis dizer com isso, fez a postura de Zoe mudar, ela parecia estar mais relaxada.

-E quem é essa aí? -perguntou ela apontando para mim.

-Sou Annabeth Chase. -me apresentei rapidamente.

-É meio-sangue?

-Sim, filha de Atena. -Zoe pareceu se interessar pelo fato.

-Interessante.

-Podemos, por favor, ir até a pensão? -perguntei para ela.

-A pensão é uma fachada. -ela respondeu prontamente. -É onde nós nos abrigamos quando estamos a serviço de Ártemis.

-Estão utilizando-a agora? -perguntou Thalia

.-Sim. -ela respondeu. -Podemos abrigá-las por algumas noites.

-Por que está sendo gentil? -perguntou Thalia. Senti vontade de repreendê-la, na situação em que estávamos, ela não poderia fazer esse tipo de questionamentos. -Você estava pronta para nos atacar minutos atrás. -ela disse.

-Você mesma disse que estávamos entre irmãs, não vou discordar disso. -ela explicou. -Venham! Isto é um convite e quero profundamente que aceitem. -ela disse, parecia estar sendo sincera, mesmo achando isso virei para trás para conferir a resposta de Thalia. Ela me encarou e assentiu com a cabeça.

-Tudo bem. -eu disse. -Iremos com vocês.

-Ótimo. -ela disse. -pelo que pude perceber... talvez vocês tenham muito a ganhar com essa estadia. -ela disse.

Não entendi muito bem o que ela quis dizer com isso, mas preferi ficar na dúvida. Thalia e eu seguimos com as demais caçadoras até a pensão que estávamos procurando. Era um prédio muito bem cuidado com um arquitetura clássica, feita de mármore branco e brilhoso, tinham várias flores rodeando o lugar, trazendo um sensação de "estar em casa". Thalia ainda parecia estar digerindo tudo o que estava acontecendo, pelo menos ela parecia melhor, não estava mais tão desconfiada como antes. Ela e Zoe pareciam ser boas e velhas conhecidas agora, como se não estivessem prestes a matar um a outra pouco tempo atrás. Nos hospedamos em um dos quartos dentro da pensão. Duas camas estavam dispostas em um quarto pequeno, mas aconchegante, que as caçadoras acharam para nós. A pensão toda era repleta de quartos iguais a esse. As outras garotas pareciam ter mais ou menos a mesma idade que eu, eram bastante unidas pelo o que pude ver, assim como nós carregavam pouca bagagem e muita coragem. Pouco antes da noite cair totalmente, Zoe chamou-nos para uma reunião com as outras. Não entendi o que ela pretendia com isso, afinal, não tínhamos ainda muita intimidade para já participarmos de uma reunião com elas.

-Bem, estamos aqui para fazer uma proposta para vocês duas... -disse Zoe assim que chegamos e nos sentamos nos devidos lugares reservados para nós

.-Não! -disse Thalia antes mesmo que ela pudesse continuar.

-Você nem mesmo ouviu o que tenho a dizer. -ela contestou.

-Eu não preciso em ouvir para saber o que você quer propor. -Thalia disse se levantando.

-O que está acontecendo aqui? -perguntei, estava cansada de estar tão perdida no meio daquelas conversas.

-Ela quer que nos juntemos à caçada. -disse Thalia olhando para mim. -Ou seja, firmar um juramento com Ártemis e abandonar a companhia dos homens, para sempre. -ela explicou rapidamente. -E eu sei que você não quer fazer isso. -ela disse para mim.

-Eu... -não consegui dizer mais nada.

-Na verdade... - Zoe disse se pronunciando antes que eu pudesse continuar atentar falar alguma coisa -Eu iria apenas propor um período de experiência ao nosso lado. -ela explicou. -Depois... que terminarmos essa experiência, eu farei a proposta mencionada por Thalia. A decisão cabe a vocês. -ela explicou.-

Não vamos mudar de ideia. -disse Thalia.

-Isso você me dirá depois.

-O que seria essa... experiência? -perguntei.

-Temos o mesmo objetivo: Deter Luke. Por que não podemos fazer isso juntas e ajudar umas as outras? -ela perguntou olhando para mim.

-Ela tem razão. -eu disse a Thalia.

-Pois bem, nós aceitamos. -ela disse, olhando para mim para confirmar a resposta.

-Muito bom... Aposto que conseguiremos encontrar um caminho para resolver todas as nossas diferenças.-Zoe disse. -Será um honra trabalhar com vocês duas, mais ainda se decidirem se juntar à caçada

-Ainda não Zoe... ainda não...

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Pov: Narradora.

Nico e Percy estavam em meio a tripulação jantando no primeiro dia sem Annabeth e Thalia. Aquela noite estava mais fria do que as outras o que apenas contribuía para deixar o humor dos dois bem pior. Eles se sentiam sozinhos e bastante tristes, mal conseguiam comer a bela refeição feita por Grover. Por algum motivo, o belo frango assado não estava tão bom na boca deles quanto nas doas outros piratas. Os dois decidiram se recolher mais cedo, deixando a celebração dos demais acontecer sem a presença dos meio-sangues mais poderosos.

Antes que Percy pudesse voltar a sua cabine, parou na porta e passou algum tempo tomando coragem para entrar... aquele lugar lembrava Annabeth demais e ele não queria ter apenas lembranças, ele queria ter Annabeth de novo em seus braços

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.-Você sente a falta dela, não é mesmo?-perguntou Grover tocando em seu ombro.

-Está tão na cara assim? -ele perguntou.

-Não me diga que está tentando esconder? -Grover disse tentando animar o amigo, mas não conseguido tal feito. -Por que você a mandou para longe? -ele perguntou, não era a primeira vez que fazia-lhe aquela pergunta, mas também não seria aquela vez que teria a resposta.

-Foi necessário. -ele disse cortando o papo.

-Você ainda não quer falar, eu entendo, mas não fique pelos cantos com essa cara. -Grover disse. -A tripulação está percebendo isso e estão preocupados, como você deve saber, não há nada pior do que piratas preocupados. -ele disse e Percy conseguiu dar um sorriso. -Mas lembre... quando você quiser falar, eu estarei aqui para ouvir.

-Obrigado, Grover. -Percy disse realmente agradecido. -Você é um bom amigo. Mas agora eu só quero ficar um pouco sozinho, amanhã estarei melhor.

-Espero que sim. -ele disse. -Boa noite, capitão.

-Boa noite. -disse Percy, antes de entrar e encarar a cabine vazia. Ele não pode deixar de imaginar sua linda Annabeth sentada na cama com seu lindo sorriso no rosto, esperando por ele.