Across The Ocean

Uma nova aventura.


Pov: Annabeth.


O que é o destino? O destino é a desculpa que damos para explicar quando as coisas acontecem sem que nós as façamos acontecer. Acho que tudo o que queremos é acreditar que as coisas acontecem por uma razão especial. Afinal, todo nosso caminho de sofrimento tem que que servir para alguma coisa no fim. Queremos ligar todos os pontos e achar que, de alguma forma, ainda podemos encontrar um caminho de paz e felicidade. Cada segundo que vivemos tem que te alguma relação, mesmo as coisas mais banais devem ter um sentido maior. E mesmo que o ato de jogar a culpa no destino seja aceitável, acabamos não percebendo que o nós mesmos fazemos o destino. Então, de uma forma ou de outra, tudo o que acontece é nossa culpa. Se as coisas acontecem assim, é porque algo que fizemos a causou de algum modo. Chegamos alguns minutos atrasados, pegamos o trem errado, falamos de um jeito e escolhemos o que nos parece bom. Nos fazemos nosso destino, nos fazemos nossa escolhas, e é a partir de delas que encontramos nos deparamos com as consequências.

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É difícil para o ser humano, sendo ele mortal ou não, acreditar ou mesmo aceitar que estamos em um mundo onde nem tudo pode ser controlado por nossa vontade, então a ideia de que as coisas podem simplesmente acontecem sem o nosso controle nos assusta bastante. Então, seja o destino feito ou não por nós, não deixaremos de culpá-lo quando a coisa ficar feia. Sendo assim, vou culpar o destinos por minha atual situação e pelo saco de mágoas que ando carregando pelo meu caminho.

-Você vai mesmo fazer isso? -perguntou Nico quando o navio ancorou no porto de uma cidadezinha rodeada pelo mar e cercada por uma floresta colorida por várias árvores de todas as formas e cores que se possa imaginar.

-Tem certeza que não há outra opção?

-Tenho. -respondi suspirando.

-É o melhor que tenho a fazer agora. Talvez possa recomeçar aqui. É bem distante de meu reino natal e ninguém deve questionar a presença de uma princesa aqui. -eu disse tentando sorrir. -É um bom lugar para tentar encontrar um final feliz.

-Deixe-me ir com você. -ele pediu. -Você precisa de um protetor. -ele disse segurando uma de minhas mãos.

-Tudo o que eu preciso agora é de um amigo. -respondi. -E você já está fazendo isso. -eu sorri e ele também. -Mas talvez seja melhor você ficar aqui no navio, você e Perseu ainda têm uma missão a cumprir, precisam derrubar Luke e salvar os meio-sangues. Eu sei que você é uma das peças fundamentais para que essa missão dê certo. -eu disse apertando sua mão.

-Mas e você? -ele perguntou preocupado.

-Eu vou tentar... viver como alguém normal, na medida do possível, claro. -eu disse.

-Você sabe que não será fácil, não é? -ele perguntou.

-Sei, não poderia ser diferente.

-Annabeth eu não sei se isso é uma boa ideia. -ele disse. -Estou preocupado com você. -ele disse me trazendo um pouco mais para perto, logo depois me prendeu em um abraço apertado.

-Tente não ficar. Vou fazer de tudo para ficar bem, além do mais... sou filha de Atena, vou dar um jeito em tudo. -falei tentando parecer animada.

-Sabe ao menos por onde começar? -ele perguntou me soltando.

-Vou procurar uma casa ou algum lugar para dormir. Depois vou procurar um emprego ou coisa do tipo. -respondi e ele riu. -Do que está rindo? -perguntei.

-Você é um princesa, Annabeth. Não deve nem saber o que é trabalho. -ele disse e eu o repreendi.

-Sei sim. Quer dizer... eu posso tentar... e aprendo rápido. E, só para constar, antes eu era só mais uma condessa.

-Isso não muda muita coisa. -ele disse.

-Você tem que ter mais confiança em mim, Nico. -falei empurrando-lhe de leve no ombro.

-Eu confio em você, não confio no resto do mundo que quer te machucar. -ele disse.

-Ficarei bem. -eu disse. -prometo.

-Isso é a sua forma de me dizer adeus? -ele perguntou um pouco triste.

-Não. -respondi calmamente. -Essa é minha forma de te dizer até logo. -expliquei e ele sorriu um pouco mais animado.

-Então... até logo. -ele disse. -Até logo. -falei aproximando-me um pouco de seu rosto para dar-lhe um beijo na bochecha.

-Eu sentir sua falta. -ele confessou em um tom mais baixo, quase em um sussurro.

-Eu também vou. -disse eu segurando-me para não chorar.

Preferi não prolongar aquela despedida, afinal, eu nunca fora muito boa com elas. Dei as costas para Nico e desci para o bote que me esperava em um nível mais baixo da lateral do navio, pronto para ser colocado no mar e dirigir-se até o porto. Assim que cheguei no bote, notei que havia alguma coisa errada. O bote era bem grande, quase como um outro barco preso ao navio, um grande embrulho estava disposto do outro lado, bem na minha frente.

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O estranho era que o embrulho tinha o mesmo tamanho de uma pessoa. Resolvi chegar mais perto para saber do que se tratava. Assim que cheguei mais perto, o embrulho se mexeu, fazendo-me recuar e cair sentada no bote. Segundos depois, o lençol que cobria o embrulho foi lançado para o mar, revelando quem estava escondido debaixo dele junto com algumas roupas e suprimentos. Era Thalia. Ela parecia se divertir com minha cara de assustada em meio aquela situação.

-Thalia, o que você está fazendo aqui? -perguntei depois de respirar fundo e me acalmar.

-Calma aí, Annabeth. -ela disse rindo da minha cara. -eu vim encontrar você você, ora! O que mais seria?

-Espera aí... você... vai comigo? -perguntei um pouco confusa.

-Sim. Algum problema? -ela perguntou com a mão na cintura.

-Não, mas... Nico e Percy sabem disso?-

-Percy sabe. Já Nico... acho que ele não precisa saber.- ela disse dando os ombros.

-É claro que precisa, vocês são... parceiros, ou algo assim... -eu disse enquanto ela encarava o nada, mas parecia prestar atenção em tudo o que eu dizia.

-Acho que nossos tempos de parceria chegaram ao fim. Estamos prontos para seguir caminhos diferentes agora. Talvez isso seja até bom. -ela tentou explicar, mesmo não mostrando muito convicção.

-E por que isso não parece deixá-la feliz? -perguntei.

-Ora, Annabeth, pare de me fazer perguntas estúpidas e vamos logo embora daqui. -ela disse irritada comigo.

-Então, tá... -eu disse. -Mas tem certeza de que quer mesmo ir comigo? Tem certeza de que quer deixar tudo isso para trás?

-Nunca tive tanta certeza de alguma coisa. Você quer seguir em frente e eu também... por que não podemos fazer isso juntas? -ela perguntou olhando-me com um sorriso de "eu sei que você não tem outra boa resposta para isso, se não sim".

-Bom, acho que vai ser legal ter compania. -eu disse sorrindo para ela.

-Ótimo! -ela disse sorrindo também. -Além do mais, você sabe que não pode ficar aqui sozinha. Comigo você tem menos chance de morrer.

-Obrigada pelo discurso animados, Thalia. -eu disse ironica.

-Você sabe que somos amigas, não é mesmo? Sabe que, a pesar das verdades ditas por mim, gosto de tem compania feminina. Andar com Nico todos esses anos me fez... perder um pouco os sentidos. -ela disse e eu a encarei. -Quero dizer... os instintos femininos. -ela se corrigiu rapidamente.

-Sei... Vou perguntar mais uma vez, juro que será a última, é só para ter certeza: Quer mesmo deixar Nico e ir embora comigo?

-Eu já disse que sim. -ela disse. -Eu preciso disso para seguir em frente.

-Você mesma quem disse, tente não se arrepender depois. -eu disse soltando as correntes que prendiam o barco, nos levando direto para o mar.

-Que venham as novas aventuras! -disse Thalia.

-Espero que sejam boas. -falei.