Cap. 15 - Descobertas estranhas

Assim que Zammy deu todas as informações que tinha para Gustavo saímos do escritório e eu finalmente pude perguntar o que tinha acontecido quando ela foi conversar com a mãe.

A resposta foi bem curta, mas já dava para ter uma ideia do motivo. A mulher não queria se envolver nisso. Provavelmente estava com medo. O resto da viagem foi silencioso e por um momento eu quis saber o que as duas estavam pensando. Era tão ruim não ser muito útil…

Chegamos em casa sem dizer uma única palavra. Eu realmente queria dizer algo que melhorasse o clima, mas naquela situação nenhuma brincadeirinha era bem vinda então apenas subi para meu quarto, abri o computador e comecei a pesquisar sobre o Lenisvaldo.

Ele era quase um fantasma. A única coisa que tinha era uma lista de empregados de uma empresa e era bem antiga, mas isso não importa. Eu irei começar desse lugar.

Tentei falar com Zammy, mas minha amiga parecia não querer conversar então apenas coloquei meu pijama e deitei.

–----

Na manhã seguinte acordei cedo, não poderia faltar aula novamente. Chamei Zay e saímos de casa faltando mais ou menos vinte minutos para começar a aula.

–Então Zay… Qual vai ser a desculpa por termos faltado aula?

–Simplesmente não fomos para a aula.

–Ok...

Estranho…

Chegamos à escola e bem enfrente da sala estava Leo - parecendo bem irritado- , mas naquele momento eu não entendi o porque.

–E hoje elas aparecem né?! - Leo comentou.

–O que foi? - Perguntei totalmente confusa.

–Nem venha me dizer que não lembra Anny! - Meirín comentou.

–Er… Não.

Zammy começou a me cutucar e disse que tínhamos marcado de fazer o trabalho na casa do Leo dois dias atrás.

–Caralho! Esqueci totalmente! O que posso fazer agora é pedir desculpas. Fim.

Todos ainda pareciam bem chateados, mas com certeza eu não iria divulgar para o mundo o porque de termos faltado.

–Anny e Zammy, vocês são umas malditas. O próximo encontro é amanhã, façam o favor de comparecer. - Leo disse e foi para seu lugar.

Nada poderia ser tão chato quanto a aula que viria assim que tocasse o maldito sinal que nos tranca dentro da sala de aula.

–Turma, Bom dia! - Era a voz do dêmonio da professora de matemática. Que comessem as horas no inferno.

Acabei não aguentando ficar a manhã inteira e consegui escapar na hora do recreio. Estava na hora de procurar pelo Lenisvaldo.

Fui ao Café de sempre para conseguir wi-fi de graça e achar o endereço da empresa, além de relaxar um pouco antes de começar minha caçada e, para minha total surpresa, Thomas estava sentado em uma das mesas.

–Você não vai para a faculdade não? - Sussurrei ao chegar bem perto de seu ouvido.

–Pelo que eu sei você também era para estar na escola. - Ele respondeu dando um sorriso de lado.

Ignorei, sentando-me a seu lado.

Rapidamente achei o endereço e bebi o resto do café de Thomas.

–Ei! Faz menos de uma semana que eu te conheço e você já tomou toda essa liberdade? -Ele brincou.

–Você que se aproximou de mim. Talvez tenha sido o pior erro de sua vida. - Ri e me levantei.

–Já vai?

–Sim. Tenho um assunto importante.

–Quer companhia?

–Não… Você me distrai. Tchau.

Cheguei rapidamente na tal empresa. Era realmente grande. Um prédio de seis andares com vidro espelhado e uma placa no topo chamava bastante a atenção.

–Bem vinda à TechPlus. - A recepcionista me cumprimentou.

–Bom dia… Estou procurando por um de seus empregados chamado Lenisvaldo.

–Vou procurar por ele no sistema. - A mulher disse e começou a procurar.

–Senhorita… Lamento te informar, mas esse homem não trabalha mais aqui.

–Ah… Tem algum registro que possa me passar para eu encontrá-lo?

–Aqui consta que ele morreu faz um bom tempo. Sinto muito.

–Er… Então vou indo...

Morto???? Como assim?

Eu simplesmente não poderia aceitar isso Zammy não era louca. Voltei correndo para a escola e logo avistei Zammy saindo pelo portão.

–Zay!!! - Gritei.

Minha amiga se virou.

–O que foi? Porquê faltou o resto da manhã?

–Ontem pesquisei por algum rastro do monstro na Internet e a única coisa que achei foi um registro de empregados de uma empresa: “TechPlus”.

–E…

–Fui lá essa manhã e perguntei por ele. A mulher disse que ele não trabalhava mais lá…

–Óbvio né Anny!

–Deixa eu terminar! Ela disse que ele não está mais trabalhando lá porque MORREU!

–Mas… mas… Como assim? Eu o vi uns dias atrás!

–Minhas duas opções são: Você está louca ou ele conseguiu fingir a própria morte e agora tem uma identidade falsa. Quero descartar a primeira opção então temos que achar como ele conseguiu fingir a própria morte.

–Nós vamos descobrir.

Voltamos juntas para minha casa discutindo teorias, mas todas pareciam impossíveis até que…

–Qual era a posição dele na empresa? - Zay perguntou.

–É isso Zay! Ele era um gênio da tecnologia! Que tal se ele tivesse hackeado o sistema do governo?

–Bom… É possível...

Chegamos em casa e assim que entrei em meus e-mails havia uma nova mensagem de uma das minhas meia-irmãs. Abri na hora esperando ser uma boa notícia do meu pai.

A mensagem dizia que no dia anterior meu pai havia mexido bem rapidinho os dedos da mão se significava que ele poderia sair do coma logo e bem embaixo uma foto dele.

Eu estava prestes a chorar. Queria que ele ficasse bem logo…

–Zay!! Vem cá. Quero te mostrar meu pai. Ele estava super mal, mas agora parece que ele vai melhorar! - Gritei, chorando de felicidade.

Minha amiga subiu bem rápido e quando viu a foto… Parecia bem espantada…

–Esse é seu pai? Eu conheço esse homem...