Caminhamos até que chegamos a uma caverna. Nos sentamos e ficamos conversando sobre nada. Ainda era sexta de feriado da independência e até agora essa praia só me mostrou coisas boas. Quando escureceu, eu pedi para voltarmos.
Chegamos em casa, cansados, jantamos e dormimos.

Deram mais ou menos 3 da manhã e eu acordei. Desci pra beber uma água e Justin estava na bancada, sentado.
– Sem sono também? - perguntei.
– A gente dormiu muito cedo. Eu tive pesadelo.
– Ah. Eu desci pra beber uma água.
– Pega lá. - então eu abri a geladeira, peguei um copo no armário e bebi água. - Posso dormir no seu quarto? - cuspi a água inteira da minha boca, que nem filme.
– Tá ficando doido?
– Por quê? Eu tive pesadelo! Por favor?- por que ele sempre faz essa cara que consegue tudo comigo? Argh.
– Tá, tudo bem. Eu odeio essa sua cara. Você consegue tudo o que quer!
– Exatamente. Só não funciona com a mamãe.
– Imaginei. Vamos? Se bem que acho que não vou mais dormir.
– Vamos. - ele apagou as luzes da cozinha e eu tropecei na escada, no meio do caminho, meu pé realmente latejava de dor, mas eu sabia que era só passageiro.
– Justin. Meu pé. - ele ficou preocupado. Pegou-me no colo e me levou até o quarto dele. Ele foi ao guarda-roupa, pegou um kit de primeiros socorros, tirou um daqueles sprays de gelo e passou metade do vidro, a julgar pelo tempo que ele passou apertando o dedo no aplicador. - Eu vou dormir aqui? O combinado era você dormir no meu quarto.
– Você quer ir pro seu quarto? Eu te levo.
– Quero. - eu falei. Ele me pegou no colo de novo e me colocou na cama, sentada. Depois, ele sentou-se ao meu lado. - Obrigada. Eu sou uma desastrada.
– Você não é desastrada, Cat. E foi um prazer te ajudar. - ele riu.
– Para de fazer piadinha de sentido duplo. Isso não é legal. - eu comecei a rir também.
– Shiu, a gente vai acordar meus pais. - ele parou de rir. - Sabe, no começo, eu jurava que você era toda esquisitona e antipática. Mas você é toda fofa e meiga, ri de tudo, é toda desse jeitinho assim, pequenininha e tudo mais. Sem falar que você é linda por fora e principalmente por dentro.
– Awn, que lindo isso! - mas na verdade eu queria falar: “cala a boca e me beija, acabei de encontrar o meu príncipe”. Então eu sorri. Ele sorriu também.
Algum tempo depois, eu acabei dormindo e eu sabia que ele estava me observando.

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O Sol batia no meu rosto, querendo me acordar. Justin ainda estava na cama, dormindo. Fiz manha, mas acabei indo pro banheiro. Levei minhas roupas pra lá. Tomei banho, me troquei e voltei pro quarto. Justin ainda estava lá. Ele parecia um anjo dormindo, embora estivesse todo esparramado na cama, com a boca aberta e uma babinha escorrendo pelo canto. Eu ri. Escutei uns barulhos vindos da cozinha e eram os pais de Justin. Desci pra tomar café.
– Bom dia! - anunciei.
– Bom dia Cat. - falou a mãe dele. - Você viu o Justin? Ele não está no quarto dele.
– Ele não está no quarto dele por que ele está no meu. Ele teve pesadelo e dormiu comigo. - a mãe dele ficou pensando coisa errada. Não vou nem falar dos pensamentos do pai. - Não aconteceu nada, se é isso que a senhora tá pensando. Fora que eu tropecei na escada e ele cuidou de mim. Nem tá doendo mais. Acho que ele colocou metade do vidro do spray de gelo. - ri.
– Você pode acordar ele? É que eu e o pai dele temos que ir hoje, temos uma festa pra ir. Então temos que pedir que ele seja responsável. Boa sorte pra acordar ele.
– Acho que consigo. - ou não. Subi novamente e tentei acordá-lo de todas as formas possíveis: cutucando, chamando, gritando, mexendo ele pela cama. Até que me lembrei do que a mamãe fazia comigo: soprava perto da orelha. E assim fiz. Ele acordou. Ficou com uma carinha de bebê… - Bom dia. - eu falei. - Sua mãe tá te chamando, lá embaixo.
– Mas eu quero dormir. - ele resmungou.
– Se você for eu te dou qualquer presente que quiser. - ele sorriu, maliciosamente, pensando ilicitamente. – Não esse. Qualquer outro, menos esse. Ele riu. Agora eu não conseguia mais ler os pensamentos dele, será possível? – Levanta, vamos descer. - ele desceu comigo e Pattie pediu para sentarmos no sofá e deixou bem explícito que amanhã deveríamos sair daqui às 7 da manhã. Eu e ele fizemos que sim e ela partiu novamente para Stratford. O celular dele tocou, era meu pai.
– Alô? Oi Sr. Füller. Não, estamos bem.
– Ele quer falar comigo?
– Ela tá perguntando se o senhor quer falar. Ele falou que não precisa pequena. Não, pode deixar que eu vou cuidar dela. - ele olhou malicioso. - Ela não está dando um passo sem mim. Pode deixar Sr. Füller. Tchau. - ele desligou. - Ele perguntou se você tava bem, se tinha chegado bem, pediu pra eu cuidar de você. - ele sorriu. - Relaxa, não vou fazer nada errado. Sou mais responsável do que você imagina. - ele se levantou do sofá. - Vamos na praia?
– Uhum. Vai se trocar que eu vou colocar o biquíni. - subimos e fizemos o que tínhamos que fazer. Depois descemos e fomos pra praia.