Capítulo 25 Heróis de guerra

EDWARD

Quando estacionei na mansão já estavam todos ali me esperando com olhos sedentos para o pacote que tinha nas mãos. Chris e Jasper se aproximaram. Entreguei o pacote e fui me sentar com minha mãe e o resto da minha família. Chris e Jasper descartaram o que acharam não ser de importância e foram para uma pequena folha de papel que tinha números. Eles se olhavam e ele logo ligou para alguém, falou nervoso, fez gestos. Chris olhava a folha com curiosidade.

- Vão matar todos de curiosidade é isso mesmo? – Alice falou depois que Jasper saiu do telefone.

- É um código, tem um especialista vindo.

- Código? Foi ele que mandou?

- Não acredito, esse código é muito específico. A mensagem está codificada dentro de números e pelo que conheço deve ter só algumas palavras. Nada demais. Ele é mais direto, sempre foi. Nunca fez questão de esconder que era ele ou colocar a culpa disso tudo num seqüestro.

- Quem fez isso esta com Bella? – Perguntei.

- Quem fez isso fez por ela. – Disse Chris. – Não quis se arriscar, mas mandou algo que pudesse avisar. Muito inteligente.

Uma hora, duas horas e nada do especialista chegar. Jasper já não tinha mais para quem ligar e gritar, ele estava nervoso.

- Alice onde Jasper esteve esse tempo todo? – Perguntei quando ele se afastou com Chris.

- O filha da mãe espalhou pistas pelo mundo, a cada pista Jasper ia correndo. Milão, Tóquio, Paris, Alaska... foi uma loucura.

E eu percebi a dedicação dele em encontrar Bella.

- E por que ele voltou? – isso me deixou intrigado.

- Falei que estava grávida. – e ela sorriu arteira.

Abracei minha irmã com profundo amor, queria que o momento fosse outro e pudéssemos todos estar na sala bebendo e falando de nomes esquisitos que poderíamos dar aos filhos deles, mas só o que pude fazer foi chorar com ela. Chorei como menino e me entreguei a dor de estar longe de minha Bella. Ela fez carinho nas minhas costas, chorou comigo e depois se afastou de mim.

- Comemoraremos todos juntos, vamos comemorar com Bella sim? – ela disse com os olhos cheios de lágrimas e vermelhos.

Jasper entrou na mesma hora e me chamou. Me recompus antes de voltar para o escritório.

- O que é Jasper?

Um homem baixo e gordo estava com o papel.Ele estava sentado com um ar esquisito.

- E então?

- Estávamos só esperando por você.

O homem baixo começou a ler o papel cheio de números com muita facilidade.

“Quando descobrir meu amor por você, seremos um na nossa linda cabana. Que nos espera todo esse tempo, onde nos amamos a primeira vez e onde nossos filhos serão concebidos.”

- QUE PORRA É ESSA? – Eu grito quando aquilo não significa nada. Olho para Jasper e Chris está frenética num computador. Alguém ia me dar uma explicação ou eu iria quebrar a cara do especilista.

- Achei. – disse Chris. – Lucas Florence Molné, poeta que morou em Nápoles no século XVIII e devotou sua vida a escrever sobre sua eterna amada Júlia, com quem casou e teve dois filhos. A casa dele foi vendida a mais de dez anos para um colecionador de suas obras.

- A mãe de James era uma colecionadora conhecida. – disse Jasper.

- Bella.. VAMOS ENTÃO!

Chris olhou de um jeito estranho para Jasper, aqueles olhares conspiradores estavam me matando.

- Vamos precisar de calma Edward, invadir uma casa requer risco e não vamos fazer isso sem estudar tudo primeiro.

- QUANTO TEMPO PORRA? MINHA MULHER PODE ESTAR MORTA TEM NOÇÃO? A MERDA COM SEUS PLANOS!

- Ele pode atirar nela assim que te ver. – Jasper disse com uma voz tranqüila. – Ele também pode te prender e fazer você vê-la morrer lentamente e tirar de você o sonho de sua família de volta. Ele também pode fazê-la perder aquela criança te torturando na frente dela. Isso são opções de acordo com o perfil dele. É isso que quer?

Fui vencido. Jasper tinha que agir com cautela ou aquele homem não hesitaria em matá-la. Era ele ou ninguém, Jasper disse uma vez com uma pasta que avaliava o perfil psicológico dele, um mosntro.

- Edward precisamos de sua total confiança sim? Quem mandou isso pode estar em perigo também. – Chris resolveu se pronunciar – Precisamos pensar nas vidas em jogo. Bella tem um aliado e ele precisa de ajuda. Colabore sim? Sair daqui e bancar uma de herói só vai fazer com que ela volte num caixão.

Eles conseguiam ser bem convincentes quando queriam. Sai derrotada, arrasado. Contei para meus pais o que dizia a mensagem e Alice sorria lindamente.

- Ela vai voltar. É a primeira pista em dias! Jasper não é nem maluco de não trazê-la.Vamos brindar... É HORA DE COMEMORAR.

Nem preciso dizer que aquela maluca abriu uma garrafa e bebeu praticamente sozinha um copo da bebida com Esme e meu pai abismado. Deixei para lá, Jasper a recriminou por conta da gravidez e ela sorriu dizendo que se ela estava feliz ele também estava. Fim de assunto porque minha mãe e meu pai resolveram abraçar e comemorar a gravidez. Eu já tinha parabenizado ela e fui para meu quarto, que Deus estivesse com ela até Jasper chegar.

BELLA

- Por Deus Bella! Não devia ter falado assim com ele. – Bree estava me ajudando com o banho.

- Eu não ia deixar ele falar daquele jeito sobre o Edward e ficar quieta, já chega!

- Pense nessa criança... – ela quase implorava – Se continuar assim, bancando a mulher maravilha não chega aos nove meses!

Meu coração parou de bater, pus as mãos na barriga que estava protegida por um roupão branco. Me sentei na cama e olhei no espelho. O estrago foi grande, meu rosto tinha marcas dos tapas, minha boca tinha cortes, meus braços marcados pela força que ele usou para me segurar. O que ele não fez foi me chutar como nas outras vezes em que estávamos juntos. Ele queria o menino tanto quanto me queria, doente! Ele era meu filho e meu marido! Não ia deixar que ele tocasse em nenhum dos dois! Precisava fugir daquela maldita casa daquela maldita cansada e voltar para meus amores, minha família.

Bree me ajudou com uma pomada e eu deitei, não dormi. Iria fugir, James não iria nunca mais tocar em mim.