O Herdeiro do Primeiro Peverell

Capítulo XXIV - Alerta Vermelho


Capítulo XXIV

Alerta Vermelho

Rony correu até o Quartel General de Aurores como se sua vida dependesse disso. Ou ao menos tentou, já que a companhia de um Patrick Stane mancando o impediu de se mover tão rapidamente como desejava.

O Ministério da Magia estava um caos. Por todos os lados bruxos corriam aparvalhados, disputando lugar nos elevadores com o enxame de memorandos interdepartamentais. Todos pareciam ter muito a fazer e nenhuma idéia de como começar. Seja lá o que tivesse acontecido, um clima de desordem pairava no ar. Rony não pode deixar de se sentir pressionado quando a imprensa no saguão voou em cima dele e de Patrick atrás de respostas para o ocorrido.

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Mas eu nem sei o que aconteceu ainda, pensou amargurado enquanto abria caminho no meio da multidão. Malditos comedores de almas.

Assim que venceram esse obstáculo, o resto do trajeto percorreram num segundo e quando se aperceberam já estavam adentrando o Quartel General. Rony deu de cara com uma confusão ainda maior que a do lado exterior. Todos os Aurores se encontravam fora da salas de suas equipes, fazendo com que todo o espaço do saguão fosse ocupado. Os bruxos se revezavam entre distribuir e receber ordens, revisar papéis cheios de anotações, amarrar de novo as botas, vestir capas pesadas e desaparecer na área de aparatação nos fundos do recinto. O barulho era total.

De longe era possível reconhecer a silhueta de Loren e Steven num canto mais isolado da reunião. Ela estava cabisbaixa, e o loiro tinha a expressão inquieta. Rony e o colega ficaram parados um instante na entrada, sem saber pra onde se dirigir, ou o que fazer, até que Patrick avistou o restante da sua equipe e se despediu de Rony com um aceno de cabeça, enquanto mancava até o local.

Rony decidido a obter respostas, conseguiu, com muito custo, chegar ao centro da aglomeração. Num ponto elevado, Chris Hareston expunha um mapa de luz da Europa central, marcando pontos vermelhos aqui e ali com a varinha enquanto dois bruxos – líderes de outros esquadrões, Rony supunha – o questionavam. Quando percebeu a presença de Rony ele deu mais algumas instruções aos homens e os dispensou com um aceno de cabeça.

– O que aconteceu com vocês? – ele indagou com certa impaciência. – Onde está o Harry?

Rony não gostou do seu tom de voz.

– Ocupado. – respondeu secamente, mal ouvindo a própria voz. Deu um pigarro falando mais firmemente: – É uma longa história.

– Então resuma.

– Tudo bem. – suspirou. Precisava mesmo informar a situação. - Houve uma tentativa de seqüestro. Tentaram raptar o sobrinho do Harry. Houve um duelo, Jessica e Charlotte desapareceram e Patrick está ferido.

A expressão de Hareston se abalou um pouco.

– Vou fazer a ocorrência. Alguma pista dos atacantes?

– Não. Sabemos que eram quatro, que fugiram com uma chave de portal e que um deles foi capaz de extinguir o Fogomaldito.

– Elas foram seqüestradas. – concluiu. – Se estivessem mortas não haveria necessidade de desaparecer com os corpos, não depois de serem quase descobertos. Mas por quê? – ele parecia perguntar mais pra si mesmo do que para Rony. Depois de um instante voltou a realidade. - Vou mandar uma equipe de investigação. Vamos encontrá-las. Você disse que o Stane está ferido?

– Sim. – Rony não entendeu o sentido da pergunta. – Mas nada grave. O encontramos estuporado, e ele está mancando. Por quê?

– Nada.

Rony desistiu de tentar desvendar o motivo de tanto mistério e se voltou para o que realmente importava.

– O que está acontecendo? Qual o motivo do Alerta Vermelho?

Chris se aproximou para que o garoto o escutasse melhor no meio da confusão. A face carrancuda demonstrava seu nível de estresse.

– Estamos sendo atacados pelos Lobisomens Mutantes. – respondeu simplesmente.

– Como assim atacados? – Rony se sobressaltou.

Hareston franziu o cenho em reprovação e o guiou até o mapa luminescente.

– Há meia hora aproximadamente o Ministro acionou o Alerta Vermelho. Os lobisomens mutantes que tivemos o prazer de conhecer em nossa primeira missão atacaram. Vários deles, em todas as partes. – apontou os diversos pontos vermelhos na região do Reino Unido. – Um ataque em massa. Os trouxas estão em pânico. Os Ministérios de todas as regiões próximas estão envolvidos já que o sigilo mágico está sendo quebrado. Os meios de comunicação estão sendo cortados aos poucos, mas algumas coisas estão vazando pela internet. A polícia trouxa está desnorteada. Mandei três equipes de contensão pra essa parte. - o centro de Londres foi ampliado com um gesto de varinha. – Eles vão dar conta do recado até que possamos resolver o problema.

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– E como vamos resolver o problema? – Rony usou o mesmo tom de descaso do garoto para ocultar o pânico crescente. Pessoas inocentes morriam enquanto conversavam.

– Com a cura. – disse na mesma entoação calma. - Os lobisomens estão tentando contaminar o máximo de pessoas possíveis, como é esperado. Mas o St. Mungus está trabalhando num antídoto para aqueles que foram infectados pelo vírus e talvez possam conseguir algo para neutralizar os lobisomens também.

Rony se agarrou a essa solução com todas as forças. Ele olhou Hareston mais uma vez, o garoto parecia ter muito a fazer e não aparentava querer estar ali realmente. Mais Aurores chegavam e se aglomeravam em torno dele. Rony só então percebeu que ele era o chefe.

– Porque está no comando? – perguntou incapaz de se conter.

Rony esperou alguma resposta ácida, mas o tom do colega se manteve inexpressivo.

– Sou o segundo na linha de sucessão depois do Crowe.

– E quem é o primeiro?

– O Potter. – ele azedou a expressão um instante e depois voltou a face neutra. – Olha, quando vê-lo pode entregar isso por favor? – lhe passou um pedaço de pergaminho dobrado. Curioso, Rony acenou positivamente e guardou o embrulho nas vestes.

– E onde está o Siger? – indagou quando Hareston fez menção de sair.

– Ninguém sabe. – Chris lhe lançou um olhar estranho. – Desapareceu.

Rony sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha enquanto tinha a confirmação dos seus pressentimentos. Chris Hareston se limitou a deixá-lo ali e submergir na multidão. Num átimo Rony puxou o celular mágico do bolso, tirou as palavras da mente com a varinha e mandou-as para o aparelho de Harry.

Situação crítica. Lobisomens atacando.

S. não está aqui.


Parece que já temos nosso espião.



_._._



Harry Potter deslizou mais uma vez a mão sobre as vestes, sentindo o contorno sólido do objeto que escondia por debaixo da capa.



A Varinha das Varinhas parecia exercer um certo magnetismo em seus movimentos, pois a cada segundo o rapaz se flagrava apalpando-a nervosamente. Passar pelos obstáculos foi mais fácil do que esperava – embora, claro, contasse com o pergaminho onde Hermione escrevera as respostas dos seus desafios. Norberta não ofereceu muitos problemas quando Harry lhe jogou um pedaço de carne, e os Dementadores fugiram do seu Patrono como gatinhos assombrados. Estava saindo dos terrenos de Hogwarts com o objeto quando recebeu a mensagem de Rony no seu celular enfeitiçado.



Ela o deixou inquieto.


Quando abandonou a festa do seu noivado atrás de Teddy, ele já desconfiava a despeito de Siger. E agora, esse desaparecimento súbito confirmava suas suspeitas. Mas por quê Siger Crowe os trairia desse jeito? Ele mesmo os estava ensinando como se defender com a Maximum Potentia. Não fazia sentido.

Mas peço que não falem sobre isso aqui, as palavras de Siger quando Harry questionou sobre a Varinha reverberaram em sua mente. Nunca se sabe quem pode estar a espreita.

Realmente Harry não soube por todo esse tempo. Entretanto, o próprio Siger admitira que o PSEA fora praticamente controlado por ele. O chefe já havia espionado ele e Rony, e quase os matara ao enfeitiçar suas vassouras. O que o impediria de trair o Esquadrão?

Nada, Harry disse a si mesmo. Ele tentou pegar o Teddy para me chantagear e conseguir a Varinha. Ele não vai desistir, tenho que pegá-lo.

Depois de dar instruções via celular mágico para que Rony mandasse uma escolta até sua casa, pediu a Luna que esperasse a mesma junto com Hermione, Gina e Teddy. Era sua pessoa de confiança para aqueles tempos difíceis. Sabia que podia contar com Luna, independentemente do que acontecesse.

Atravessou os grandes portões de ferro e saiu dos domínios do Castelo. Era hora de voltar ao Quartel General.

​_._._

Chris Hareston se encaminhou até o Sexto Esquadrão com uma urgência visível.

Ao confrontar Jason – o chefe-, Sylena, Anthony, Stuart, Martin e Patrick sua voz saiu arrastada e áspera.

– Missão de Resgate. – informou a Jason. – Duas bruxas foram seqüestradas na Final da Taça Europeia de Quadribol. Isso há aproximadamente uma hora.

– Preciso de informações. – o chefe do Sexto Esquadrão o encarou formalmente.

– Vou mandar alguns do Quarto Esquadrão olhar a cena do crime. Acompanhe-os.

Jason fez um aceno para a Equipe e eles foram se retirando rumo a área de aparatação. Neste instante algo chamou a atenção de Chris.

– Stane! – chamou-o antes que ele desaparecesse na multidão. O garoto se virou e o restante da equipe aguardou, mais afastada.

– Sim? – ele se aproximou.

– Você estava na cena do crime, não? – indagou com displicência enquanto observava algumas anotações na prancheta em suas mãos.

– Estava.

– Pois bem, diga os detalhes para os Investigadores, tudo que disser será útil. – ele ergueu os olhos para fitar Patrick. – Você foi ferido?

Chris observou a surpresa do Auror com a pergunta. Passou-se um instante antes que ele respondesse sob o barulho da multidão.

– Não. Só mancando um pouco. – deu de ombros.

– E esse corte no braço? – Chris apontou para o hematoma que lhe chamara atenção.

– Ah, - ele pareceu desconfortável com o assunto, mas depois recuperou a postura. – Devo ter me cortado por aí. Provavelmente foi quando caí estuporado. – o Auror aproximou-se de Chris para confidenciar-lhe ao ouvido. – Mas não quero que isso me impeça de ir à missão entende?

– Entendo. – Chris forçou uma expressão amigável. Patrick fez um aceno com a cabeça e seguiu adiante com a Equipe Seis.

Chris Hareston ficou remoendo seus pensamentos enquanto retornava às anotações na prancheta. Havia algo errado. Duas coisas estavam fora do lugar. Primeiro, se Patrick não havia percebido o corte até que ele o apontara, como o ferimento estava cicatrizado? E, segundo, como e por quê, os bandidos deixaram apenas ele para trás? Por quê não levá-lo consigo também? O que havia de especial na Sra. Charpentier ou na Jessica Aley?

O garoto fitou o vácuo um momento enquanto as idéias se encaixavam na sua mente. Atônito largou a prancheta no chão, evitou as perguntas e os olhares dos poucos Aurores que restavam no saguão e caminhou até a área de aparatação.

Ainda bem que havia mandado aquele recado para o Potter. Pois, se o que estava pensando fosse verdade, o problema dos Lobisomens seria o mínimo com que teriam de se preocupar.

​_._._

Harry Potter não estava com paciência para a imprensa, então evitou a multidão de jornalistas correndo acelerado pelo saguão.

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Foi pego pelo clima de confusão, mas conseguiu chegar no Quartel General em tempo recorde. Quando adentrou as portas de madeira, sentiu quase como se todos os olhares se convergissem pra ele. Antes que pudesse ter qualquer reação porém, Rony estava ao seu lado.

– A coisa está feia. – o amigo disse sem rodeios.

Rony o atualizou de toda a situação desde que ele chegara. Contou como a horda de lobisomens estavam invadindo o Reino Unido, e de como eles estavam tendo problemas com o sigilo mágico. O informou da solução para o problema que era a cura do St. Mungus, do comando de Chris na sua ausência, e do misterioso desaparecimento do garoto após lhe entregar o pedaço de pergaminho dirigido a ele.

– Ele mandou você me entregar isso? – Harry mostrou surpresa ao abrir o pequeno pedaço de pergaminho.

– Sim. – o ruivo respondeu. – Antes de desaparecer por completo.

Mas Harry não prestava mais atenção nas palavras do amigo. Estava vidrado no conteúdo da mensagem a sua frente. Sem tempo para explicações, ele pediu a Rony que controlasse um pouco mais a situação para que pudesse checar algo.

Rony não teve chance de responder, pois quando abriu a boca Harry já tinha desaparecido no meio da multidão.

​_._._

Loren Price observou o colega com apreensão.

Steven Morris estava de olhos vidrados num canto a sua frente, a face irrequieta fazia suor brotar da fronte. Porem a menina admirava seu autocontrole. No seu lugar, nem mesmo com os punhos fechados como o garoto estava, ela não conseguiria evitar a transformação.

Talvez ele também não consiga, pensou temerosa.

Quando Kingsley mandara o Alerta Vermelho até o camarote, instintivamente ela pensou em levar Steven pra casa e ir para o Ministério. O Auror, porém, resistiu veemente e Loren não teve alternativa a não ser levá-lo consigo. O estado dele só piorara desde então, seja pelos testes que os pesquisadores do Quarto Esquadrão e do St. Mungus fizeram, seja pela situação extremamente desesperadora- e familiar- em que se encontravam.

Loren estranhou a ausência de Siger Crowe no Quartel, mas não discutiu quando Chris assumiu o comando. Ele já enviara grande parte dos Aurores para formar as linhas de contensão. Ele estava criando tempo para que pudessem encontrar a cura da transformação, e um jeito de aplicá-la em longa escala. Ainda assim a moça ficou inquieta esperando que lhe fosse designada uma função também, mas Chris insistira que eles ficariam ali até que Harry chegasse.

Ficou em choque e enraivecida quando viu Chris desaparatar sem dar nenhuma explicação, mas depois se acalmou convencendo-se de que ele fora atrás do colega. Entretanto quando Potter apareceu sozinho, diversas dúvidas brotaram em sua mente. Ela não poderia dividir isso com Steven, claro. Ele estava ocupado em não se transformar e matar todo mundo. E também, omitir isso dele fazia parte do plano.

Acontece que, a parte de deixá-la sozinha no escuro sem nenhuma informação sobre o que fazer, ela e Chris não haviam combinado.

​_._._

Harry Potter entrou na Sala Sete enquanto repassava a mensagem de Hareston mais uma vez na sua cabeça.

Sala sete. Mesa do chefe. Gaveta da Esquerda. Códig... diga Sete alças.

O meio estava borrado, o menino supôs, devido a alguma sujeira do bolso de Rony. Ansioso, sentou-se na mesa de Siger e puxou a gaveta da esquerda como mandavam as instruções. Para sua decepção estava vazia.

– Droga! – xingou baixinho.

Com um suspiro ele retirou a peça e a pôs sobre a mesa, para analisá-la de perto. Foi aí que percebeu a discrepância do objeto. Havia um fundo falso! Exultante com a descoberta, Harry o retirou com cuidado expondo um envelope preto. Se Chris Hareston lhe enviara um recado para que encontrasse aquilo, decerto deveria haver informações importantes ali, ainda que o pacote lhe parecesse absurdamente leve.

O Auror tentou abri-lo, mas nenhuma força que fizesse era capaz de romper o lacre. Tentou o Alorromora, mas o fracasso adveio novamente. Jogou o embrulho sobre a mesa enquanto tentava raciocinar. Seu olhar vagueou pelo aposento indo parar no bilhete de Chris em suas mãos que ele tirara do bolso inconscientemente.

Codig... diga Sete Alças.

Obviamente a palavra incompleta era Código, então só poderia ser a chave para abrir o envelope. Harry cogitou a idéia de voltar até Rony e perguntar o que estava escrito ali anteriormente, mas duvidava que o amigo tivesse aberto o bilhete. Sem opção Harry apontou a varinha para o envelope e fez o Feitiço- Código. Deparou-se com uma luz azulada que formava três espaços no ar. Três dígitos. Harry apostou em números, mas não podia ter certeza.

Passaram-se minutos enquanto o menino observava os três espaços vazios. Sua mente divagou sobre diversas combinações, até que num átimo uma em especial penetrou seus pensamentos. Desde o primeiro dia quando conhecera Siger Crowe que ele repara no objeto. O chefe o usava sempre, e tinha a estranha mania de acariciá-lo em momentos de concentração ou de alta tensão. O colar prateado com as insígnias gravadas. Três símbolos. Três números.

Harry rabiscou os algarismos no ar.

493.

O lacre se rompeu com um estalo e Harry despejou seu conteúdo sob a mesa. Ou assim esperava ter feito, pois de dentro do envelope não saiu absolutamente nada. O garoto olhou dentro do embrulho para ter certeza, mas não havia nada ali. Olhou mais uma vez para o bilhete de Chris, e se sentindo um extremo idiota, disse com a varinha em punho:

– Sete Alças.

Houve um tremeluzir de luz branca, e letras se formaram no ar. Era outra carta.

Se alguém está lendo isso então provavelmente estamos em extremo perigo. Algo deve ter dado errado em meus cálculos e estou impossibilitado de resolver as coisas eu mesmo, ou alguém deve ter me matado. Espero sinceramente que seja a primeira opção – ainda que seja tão improvável quanto a seguinte.

A questão é, Siger Crowe tem segredos. E se esta mensagem foi ativada, significa que ele descobriu o que sei sobre ele e varreu todas as informações consigo. Felizmente, eu anotei as mais importantes, que creio nos ajudarão a enfrentar seja lá o que esteja acontecendo.

Não confio no Siger. Isso é fato. E ele não confia em mim. Mas estabelecemos durante os últimos dias uma relação amistosa, com o intuito de descobrir quem estava por trás desses acontecimentos perturbadores. Existe um traidor entre nós. Se você, como eu, desconfia dele, então vai me entender por ter essa precaução. O Siger não só não confia em mim, como não confia em ninguém. Então, assim que “descobrir” quem é o culpado – se não for o próprio. -, ele irá atrás dele sozinho, pouco se importando se tem um Esquadrão pra cuidar.

Eu ainda desconfio dele, assim como desconfio de todos. Mas, se você recebeu esse bilhete, então estou arriscando o suficiente para confiar em você. O que precisa saber é que Siger tem conhecimentos biológicos para desenvolver aquele vírus, assim como o tem em diversas áreas sinistras e obscuras da magia. Seu passado é perturbado e mal resolvido, e por si só poderia convencer a qualquer um de que ele não é uma boa pessoa. Entretanto, eu o concedi o benefício da dúvida, e aproveitei para descobrir mais sobre ele.

Existe um lugar do seu passado que parece significar muito. Tanto que ele carrega uma referência dele no colar em seu pescoço. Refiro-me a casa onde ele morou quando pequeno. Número 493. O endereço aparecerá no fim da mensagem, não se preocupe. Enfim, se existe algo acontecendo, provavelmente lá esta a raiz.

E caso você esteja se perguntando, aqui está o meu veredicto: Siger Crowe definitivamente tem haver com toda essa confusão.

Preocupadamente,

C. Hareston.


Harry se aprumou na cadeira enquanto as letras luminosas desapareciam pouco a pouco na penumbra da sala. O endereço veio em seguida e o garoto o anotou num pedaço de pergaminho. Era relativamente perto, percebeu.



Mas agora um grande dilema pairava na mente de Harry Potter



Ele desconfiava que Chris e Siger estavam trabalhando juntos, e isso fora comprovado na carta. Porém, de acordo com o Autor, eles estavam se “auto vigiando” e não bolando planos conspiratórios juntos. O espião era outra pessoa. A carta, Harry percebeu, tinha o intuito de incriminar Siger Crowe e inocentar Chris Hareston.


A grande questão era:

Em quem Harry deveria confiar?

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