You Make Me Crazier

Capítulo 6 - Capítulo Bônus


Clove POV.

Fazer trabalho com o Cato não foi tão torturante como imaginei.

Na verdade, quando nosso nome foi anunciado, eu me senti nas nuvens. Sou apaixonada por ele desde a 7ª série, quando ele fez um pequeno, porém lindo poema e leu para a sala inteira. Desde então nutro uma paixão secreta e absolutamente normal (Talvez nem tanto).

Eu ouvia todos dizerem que fazer trabalho com ele era um pesadelo, porque ele nunca faz nada, igual à Katniss. Além do fato de eu gostar dele.

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Mas na verdade, Cato está até demonstrando interesse. O que eu acho muito estranho, porque ele geralmente dorme nas aulas.

- Clove, você me ouviu? – pergunta Cato

- Ãhn, o que? – respondo saindo de meus devaneios

- Perguntei o que você acha – diz ele rindo

- Ficou bem legal – digo sorrindo

Ele sorri também e volta ao trabalho. Decido ajudar também, isso me faz não pensar nele.

Ficamos trabalhando em silêncio por um tempo e Cato diz:

- Que tal uma pausa? – sugere

Como a casa é dele, aceito a proposta.

- Ótimo, estou morrendo de fome – digo me levantando

- Você está sempre morrendo de fome – diz Cato rindo

Olho para ele ofendida.

- Estou em fase de crescimento – respondo

Ele ri e vamos para a cozinha.

Cato pega uma tigela de morangos. Como ele sabe que eu adoro morangos? Quando vou pegar um, ele desvia a tigela.

- Cato, eu quero! – digo

Tento pegar outro inutilmente, ele é alto demais e eu baixa demais.

- Cato! – grito

Ele ri e me imita.

- Clove!

- Eu quero um! – digo pulando

Ele continua com a tigela lá no alto. Continuo a pular e puxo sua camisa.

- Me dá!

- Vem pegar! – diz ele começando a andar em direção ao jardim

- Cato! Isso não é coisa que se faça com uma dama! – grito acompanhando-o

- E daí? – diz ele

- Cato! – grito

- Eu sei que você é minha fã, mas pode parar de gritar meu nome? – diz ele

Dou-lhe um tapa.

- Ai! Pra uma menina baixinha até que você é forte.

Fecho a cara.

- Não quero mais – digo me virando

- Ah, qual é Clovinha – diz ele me abraçando – eu tava só brincando

Quando ele me abraça um choque elétrico atravessa meu corpo e sinto arrepios.

- Não adianta – digo, tentando fazer ao máximo para prolongar aquele abraço – agora fiquei brava.

Ele me abraça mais forte e me controlo ao máximo para não retribuir.

- Desculpa, se quiser pode pegar – diz ele

- Não quero mais agora. – continuo com meu joguinho

Ele para de me abraçar e se senta na grama.

- Acho que eu vou ter que comer tudo – diz ele – sozinho, aqui na grama.

Olho para ele, desejosa.

- Comer esses morangos vermelhinhos – continua – sozinho, que coisa mais ruim...

- Tá bom, eu me rendo! – digo sentando-me ao seu lado – posso pegar um agora?

Ele me estende a tigela e eu pego um. Nunca comi melhor morango em melhor lugar.

- Hum... delicioso! – digo

Cato está me observando com um olhar esquisito.

- O que foi? – pergunto

Ele não responde.

- Cato, o que foi? – repito

Ele não altera a expressão.

- Cato – digo sentindo meu rosto queimar – Tem algo errado?

Ele sorri.

- Pra falar a verdade, tem sim – responde

- O que? – pergunto

- Você – responde

Isso me atinge como uma facada no coração.

- O que tem de errado comigo? – digo me segurando para não chorar

- Clove, você me faz sentir estranho – responde – Nunca me senti assim na vida. Quando estou com você, quero que dure o maior tempo do mundo, mas ao invés disso as horas voam. Tenho vontade de te abraçar a todo momento, e na maioria das vezes não posso. Minhas mãos soam quando falo com você.

Estou boquiaberta, nunca imaginei que ouviria isso vindo dele.

- Eu te amo Clove – diz ele – Eu sei que é estranho eu te dizer isso, assim do nada, mas eu não aguentava mais.

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- Eu também te amo Cato – respondo, com lágrimas nos olhos – Você não imagina o quanto.

Ele chega mais perto e me beija. Um beijo calmo, porém necessitado. Eu não sei explicar o que estou sentindo. É um contraste de todas as emoções boas que existem, além da batida forte do meu coração de dos arrepios quando ele me abraça. Logo o ar se faz necessário e nós dois nos separamos.

- Eu esperei tanto tempo por isso – sussurro

Continuamos abraçados por um bom tempo, minha cabeça deitada em seu peito, ouvindo as batidas de seu coração.

Madge POV.

Gale é um cara super legal. Inteligente, engraçado e bonito, além de ser a primeira pessoa que não tenta se aproveitar de fazer trabalho comigo.

No caminho de volta para casa, conversamos de tudo o que gostamos de fazer entre outras coisas. Gale me falou que perdeu o pai em um acidente de carro, quando tinha 9 anos e que tinha sido bastante difícil para ele.

- Meu pai era meu melhor amigo – suspirou – foi bastante difícil aprender a viver sem ele.

Agora estamos em minha casa, terminando a parte escrita sobre o trabalho no computador de meu quarto.

- O que você acha de fazermos um cartaz, tipo uma linha do tempo? – pergunto concentrada

- Ótima idéia – diz ele – Como sempre

Procuramos por folhas na casa inteira, mas não achamos uma sequer.

- Acho que teremos que ir à papelaria aqui do lado. – digo – Desculpe Gale, eu achei que tinha folhas...

- Tudo bem Madge – diz ele – Não tem problema algum, vamos lá

Sorrio para ele e vou pegar dinheiro para comprar as folhas.

Gale me impede.

- Nada disso – diz ele – eu pago

- Mas...

- Nada de mas – diz ele – eu pago e acabou

Desisto e vamos até a papelaria. O dono de lá está até acostumado a me ver, mas quem está tomando conta da loja é sua filha, da minha idade, Lana.

- Oi Madge – diz ela com sua voz irritante

Como você pode perceber eu não sou muito fã da Lana

- Oi – respondo seca

- Não sabia que você estava namorando – diz ela apontando para Gale

- Ah, eu não... – respondo encabulada – você não entendeu, Gale é apenas meu amigo

- Hum... interessante – analisa ela – Achei estranho um cara lindo como você namorar a Madge, já que você está livre, lembre-se desta papelaria – diz ela piscando para ele

Cerro os dentes.

- Tem como você me dar um pacote de folhas e cartolina brancas? – digo

- Claro – diz – Ah Mad, já que você sabe onde está pega lá? Estou esperando minhas unhas secarem...

- Claro – digo irritada e vou pegar

Gale me acompanha.

- Não ficou lá por que? Parece que ela gostou de sua companhia – digo

Ele ri.

- Ela é insuportável – diz ele – Vamos, eu te ajudo.

Pegamos o que precisávamos, pagamos e vamos embora.

Continuo emburrada no caminho.

- Ainda brava Madge? – pergunta Gale

- Não – minto – Por que estaria?

Ele continua quieto, mas percebo que ele se segura para não rir.

- Gale, para – digo

E isso é o bastante para ele soltar uma gargalhada.

- Por que você odeia tanto ela? – pergunta ainda rindo

- Lana é minha vizinha há bastante tempo, sempre foi chata e esnobe. Argh, não a suporto.

- Percebe-se

Chegamos em casa e começamos a parte visual do trabalho. Se Peeta estivesse aqui, isso seria bem mais fácil. Ele sempre fez esse tipo de coisa melhor que eu.

Quando chegamos à metade, decidimos que é melhor continuar amanhã.

- Bem, acho melhor eu ir – diz Gale

- Tudo bem, acompanho você até a porta – digo

Andamos pelo jardim e quando chegamos à porta, Gale vira para mim.

- Tchau Madge – diz me dando um beijo no rosto

- Tchau – digo com um fio de voz

Há um formigamento na minha bochecha e sinto meu rosto queimar.

Madge, o que está acontecendo com você?