You Make Me Crazier
Capítulo 23 - Visita Inesperada
Acordo por causa da luz em meu rosto. Não acredito na minha capacidade de esquecer as coisas! Nunca me lembro de fechar a porcaria da janela!
Me espreguiço na cama sinto um volume ao meu lado.
- Ai – ouço Peeta dizer
Abro os olhos e encontro-o me encarando.
- Desculpe – digo fechando os olhos de novo
- Bom dia pra você também – diz Peeta emburrado
Dou um sorriso e sinto seus braços me envolverem.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Bom dia – eu resmungo sorrindo
Peeta distribui beijos pelo meu rosto e eu percebo logo onde ele quer chegar.
- Não senhor – digo dando risada – Hoje não...
Ele faz bico.
- Ah Peeta, não enche.
- Katniss, você é uma pessoa extremamente chata – ele diz se levantando e passando a mão pelo cabelo bagunçado
Suas roupas amassadas dão um contraste perfeito ao cabelo bagunçado. Lindo até quando acaba de acordar.
- Ninguém mandou você se apaixonar perdidamente por uma pessoa extremamente chata – digo levantando também
Ele dá risada e vem e minha direção.
- Verdade – ele diz sorrindo – Mas aconteceu
Peeta me abraça.
- Está melhor? – ele pergunta
Meu sorriso desaparece aos poucos.
- Um pouco – digo me desvencilhando de seus braços – Eu só... Preciso de um banho.
Ao dizer isso entro no banheiro e me tranco lá dentro.
- Droga
Céus, eu estava mesmo rindo agora há pouco? Como posso me esquecer das condições atuais? Me sinto tão idiota.
Sento-me no chão para colocar a cabeça no lugar. Amanhã tem aula, e nós não podemos faltar. Vamos precisar encarar o pessoal nos fazendo perguntas...
Se todos fossem como Peeta, a vida seria bem mais fácil.
Tiro meu pijama e entro num banho frio, para acordar.
Como sempre, fecho os olhos e deixo meus pensamentos me levarem para um mundo distante deste. Depois de terminar, seco-me e me enrolo na toalha, pronta para sair e me vestir.
Só esqueci de um detalhe...
- Peeta? – chamo, na esperança de ele não responder
- O que foi Katniss? – ele resmunga
Droga!
- Ér... Eu vou sair – digo corando completamente – Será que você pode fechar os olhos?
Ele cai na gargalhada.
- Tudo bem, olhos fechados.
- Não sou boba – retruco – Prometa.
- Tudo bem, prometo. – ele responde divertido
- Como vou saber se não cruzou os dedos? – pergunto desconfiada
- Vai ter que confiar em mim...
Tudo bem, eu confio nele. Mas qual é, ele prometeu ficar de olhos fechados enquanto eu passo só de toalha pelo quarto!
- Feche os olhos, lá vou eu – digo firme
- Tudo bem, olhos fechados – ele responde rindo
Destranco a porta e prendo bem a toalha.
- Sem espiar – digo abrindo a porta
Assim que abro a porta tenho certeza de que ele mentiu, pois está sentado na cama com os olhos bem abertos.
- Nossa. – diz ele, seu olhar queimando pelo meu corpo
- Peeta! – digo e saio correndo para o closet
Me tranco lá dentro.
- Belas pernas – ele diz dando risada
- Você prometeu! – digo gritando
- Você também já me viu de toalha – ele se defende – E olha que a minha cobria muito menos...
- Ora, cale a boca. – digo emburrada, escolhendo algo para vestir – Pode usar o banheiro, já terminei.
- Não tem mais show? – ele diz tristonho.
- Não, vá se lavar – digo rindo
Ele entra no banheiro e eu coloco a roupa que escolhi. Uma blusa de manga comprida verde e uma calça jeans simples.
Tranço meu cabelo, saio do closet e coloco meus chinelos, saindo do quarto antes que Peeta acabe o banho. Sabe-se lá como ele vai sair do banheiro...
Passo pelo quarto de Prim e percebo que ela e Rue ainda dormem, uma em cada colchão, serenamente.
Ando mais um pouco pelo corredor e dou de cara com o quarto de mamãe. Reunindo toda a minha coragem, abro a porta.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Mamãe está imóvel, não se moveu se quer um dedo desde que Greasy arrumou-a.
Olho-a de relance e saio do quarto, batendo a porta.
Peeta está no corredor.
- Tudo bem? – ele pergunta visivelmente preocupado
- Sim – lanço-lhe um sorriso triste – Tudo bem
Ele me dá a mão e nós dois vamos preparar algo para comer.
Aos domingos a casa fica vazia.
Peeta entra na cozinha e logo resolve preparar panquecas para todos, ele acha que as meninas vão gostar...
Decido fazer algo que nunca faço: Pegar a correspondência.
- Já volto – anuncio
Vou para fora e atravesso o jardim, com o vento cortando meu rosto. Trinco os dentes e vou andando até a caixa de correspondência.
Têm umas dez cartas lá dentro, todas para meu pai ou minha mãe. E eu já sei o que dizem, mesmo sem abri-las.
Volto para casa e jogo-as em cima da mesa, pegando uma cadeira e me sentando.
Peeta está na cozinha, concentrado, e o cheiro já está muito bom. É, ele tem talento.
Pego um estilete e começo a cortar os envelopes para revelar o conteúdo. A maioria manda pêsames, o resto são contas.
Coloco as contas em cima do balcão e deixo as outras perto do computador, com o intuito de mandar respostas depois.
Vou até o quarto de Prim acordar as meninas e mandá-las se arrumarem para comer. Rue acordou de supetão com o cabelo todo bagunçado, o que me fez rir.
Ela é muito fofa.
Desço as escadas novamente e chego perto de Peeta.
- Quer ajuda? – pergunto prestativa
- Melhor não Kat, não quero queimar essas aqui – ele diz rindo
- Ei! Não sou tão ruim assim – retruco – Sei fazer muita coisa na cozinha.
- Gelo e miojo não contam – Peeta diz rindo
Abro a boca e fecho depois. Sou péssima cozinheira.
Peeta ri mais ainda e me dá um beijo na bochecha.
- Ponha a mesa vai
- Está bem – suspiro e pego as coisas de café da manhã
Depois de posta, a mesa parece até atraente.
Peeta põe as panquecas em cima da mesa e me abraça.
- Ficou bom – ele diz
- É... – digo olhando no fundo de seus olhos azuis – Muito bom...
Os olhos dele me hipnotizam, quase como se me mandassem beijá-lo imediatamente. E é o que eu faço.
Esqueço de tudo por um momento. De meu pai, de minha mãe, de meu estado. Só existe Peeta agora.
- Interrompemos algo? – uma voz risonha nos desperta
Nos soltamos e olhamos para Prim e Rue, que estão rindo ao lado do balcão.
- Na verdade sim – digo emburrada e Peeta solta uma risada
- Vamos comer, fiz panquecas – diz ele soltando-se do meu abraço
- Foi você que fez né? – diz Prim olhando desconfiada – Quero ter certeza de que não foram feitas pela Kat, a comida dela vai acabar matando alguém qualquer dia...
- Fui eu que fiz sim – responde Peeta rindo e eu reviro os olhos
Ah, minha comida é ruim, mas não vai matar alguém... Eu acho.
Nos sentamos e começamos a comer. As meninas elogiam Peeta pelas panquecas divinas e conversamos sobre coisas banais.
Depois de comermos, elas se oferecem para lavarmos a louça. Não nos opomos e vamos para a sala assistir alguma coisa.
Estou nos braços de Peeta, mais confortável impossível, quando a campainha começa a tocar.
Ele me olha confuso.
- Está esperando alguém? – ele pergunta
- Não – respondo me levantando – Não mesmo.
Vou até o interfone e atendo.
- Quem é?
- Oi Katniss, é o Marvel.
Marvel? O que ele faz aqui?
- Ah, oi Marvel – digo surpresa – Já abro pra você.
- Que era? – Peeta pergunta desconfiado assim que desligo
- Marvel, vou abrir a porta para ele. – digo saindo de casa
- Vou com você – Peeta vem atrás – O que ele quer?
- Não sei – digo sincera – Vou descobrir.
Assim que chegamos a garagem, dou o comando e a porta se abre revelando um Marvel muito bem arrumado.
- Olá Katniss – ele sorri, mas logo seu sorriso some ao ver meu namorado atrás de mim – E Peeta.
- Oi – Peeta diz seco, colocando suas mãos possessivamente sobre minha cintura.
- Sem querer ser indelicada, mas o que faz aqui? – pergunto ao moreno
- Bem, eu soube o que aconteceu e vim ver se você precisava de ajuda – ele responde sorrindo
- Ela já tem ajuda o bastante – diz Peeta friamente
- Eu estava falando com a Katniss – Marvel diz, entre dentes
- Está tudo bem Marvel, obrigada pela preocupação e por vir aqui – digo tentando cortar esse clima entre os dois
- Sério mesmo Kat? – Peeta trinca o maxilar quando Marvel diz isso – Se precisar é só chamar.
- Tudo bem, obrigada Marvel – sorrio para ele
Marvel me dá um beijo na bochecha e vai embora. Quando Peeta ameaça ir atrás dele eu o seguro.
- Calma – digo assustada – O que aconteceu?
- O que aconteceu? – Peeta pergunta indignado – Aquele abusado aconteceu.
- Abusado? – digo tentando segurar a risada – Ele só veio ver se eu estava bem
- É abusado – Peeta cruza os braços – Você tem namorado, e ele sabe disso.
- Eu chamaria isso de ciúmes – digo ficando na ponta dos pés para dar-lhe um beijo
- Ciúmes não – ele resmunga – Só cuido do que é meu por direito.
- Vem logo ciumento – digo puxando-o para dentro de casa
Quando entramos em casa, Peeta ainda reclama, mas quando voltamos para o sofá dou um jeito de calá-lo.
Voltamos a como estávamos antes e ele me abraça forte.
- O que será que ele queria? – ele pergunta mais para si mesmo
- Saber se estava tudo bem – digo revirando os olhos
- Para isto existe telefone – Peeta diz desconfiado – Não acredito nessa história, se eu não estivesse aqui não sei...
- Nada teria acontecido – eu o interrompo – Lembre-se de que eu gosto de você, só de você.
Ele parece satisfeito com a resposta e voltamos a assistir o filme.
Mas uma pergunta martela em minha cabeça: O que será que Marvel realmente queria?
***
POV. Marvel:
Voltei andando irritado para casa. Peeta acabou estragando tudo entre mim e Katniss aquele dia no maldito baile de escola e estragou tudo novamente hoje.
Chuto tudo o que encontro pela frente, por pura frustração.
- Droga – resmungo para mim mesmo
Então tenho uma idéia. Tem uma pessoa que quer a mesma coisa que eu quero. E eu tenho certeza que para o próprio bem dela, essa pessoa me ajudaria.
Disco o número na tela de meu celular e espero até que atenda.
- Alô Glimmer – digo – Precisamos conversar.
***
POV. Katniss:
Eu e Peeta nem nos mexemos depois de ficar sentados lá no sofá. É tão bom ter seus braços me envolvendo.
Conversamos sobre algumas coisas, mas não voltamos a falar sobre o assunto do Marvel, no intuito de esquecer o acontecido.
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- Katniss – ouço a voz de minha irmã me chamar
Olho para a direção dela e a encontro vestida com roupas mais quentes e com botas nos pés.
Antes de ela me pedir qualquer coisa, já sei o que ela quer.
- Eu quero ir ver o papai.
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