Ainda atordoada pelos recentes acontecimentos, entrei na classe de física, todos me olharam.

“É claro, Joan, você é a carne nova da escola, acostume-se” pensei.

Encaminhei-me para o fundo da sala, e me sentei perto da janela, a vista não era das melhores. Eu podia ver uma parte do estacionamento e logo ao meu lado uma enorme floresta, o que era comum em Cherry Hill.

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Virei para o quadro, o Sr. Hoffman começava os traços para explicar cinética, que para minha felicidade eu já havia estudado no colégio antigo.

Então comecei a pensar, naquele grupo. “Quem eram eles? Por que sabiam meu nome?” me perguntei mentalmente, foi o quando o Sr. Hoffman pediu para que eu me apresentasse a turma.

Levantei-me tremula da mesa, todos me olhavam.

__ Oi, meu nome é Joan. – pronunciei com dificuldade as primeiras palavras. – Eu viajo muito com meu pai a trabalho, viemos de Austin, Texas. Tenho 17 anos, e nenhuma habilidade em física. – brinquei com o Sr. Hoffman, que sorriu em seguida. Sentei-me apressada.

__ Obrigado por se apresentar para nós, Srta. Rosenthal, ficarei feliz em ajudá-la a ter mais habilidades na minha disciplina. – disse com ar de riso.

Eu me sentia envergonhada, acabara de contar minha primeira mentira na escola, eu tinha habilidades em física, na verdade era muito boa.

A aula continuou tranquila, sem interrupções, foi quando o Sr. Hoffman passava um trabalho enorme para a próxima semana que o sinal tocou.

Eu já estava saindo da sala, quando uma menina, de pele muito claro, cabelos escuros, olhos verdes, me segurou pelo braço, eu me assustei.

__ Prazer, meu nome é Megan Walsh, mas pode me chamar de Maggie, todos chamam assim. – disse ela animada.

__ Prazer, Megan, você é daqui? – fingi estar interessada.

__ Sou sim, nasci e fui criada aqui, para a minha infelicidade, odeio essa cidade. – disse ela com amargura.

__ Aqui parece ser acolhedor, por que não gosta? – comecei a me interessar no assunto, afinal não tinha nenhuma amiga na cidade, ainda.

__ Você acabou de chegar Joan, não serve de parâmetro. – disse ela meio animada.

__ É isso é verdade, e a propósito não precisa me chamar de Joan, pode me chamar de Jo. – disse começando a gosta da tagarelice de Maggie.

__ Tá certo, vamos para o almoço então. – me puxando.

Na cantina estava barulhento, por isso desistimos do almoço, e fomos para as arquibancadas do campo de futebol. No caminho fiz novas amizades, como Carter, o capitão do time de futebol da escola; Julia, a “famosa” da escola, no último verão Julia havia ganhado três medalhas de ouro no campeonato nacional de natação; conheci Oliver, um menino acanhado que aos poucos foi se abrindo, era tímido, me lembrou Gabriel.

Chegamos à arquibancada, estava vazio e sentamos no lugar mais alto, ficamos falando sobre nossas vidas e aos poucos já via uma amiga em Maggie, ela era atenciosa, engraçada, falante e de certa, forma protetora.

Enquanto conversávamos sobre uma ida a loja de roupas da cidade que os vi se aproximar novamente, Sebastian na frente como sempre, Kaory e Marc nos flancos, eles nos olharam com desprezo e se afastaram.

Virei-me para Maggie.

__ Quem são eles? – perguntei com assombro na voz.

__ Bem, eles são meio que os excluídos da escola, a garota, Kaory é minha prima, depois da morte da mãe, ela surtou, meu tio não sabe mais o que fazer; o outro o Marc, era namorado da Ana, aquela que sentou-se na sua frente na aula de história americana, Marc ficou sumido dois meses depois da morte do irmão, que foi há três meses atrás, ninguém sabe o que aconteceu com ele, quando voltou no mês passado se envolveu com a “turma excluída” como são chamados.

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__ Nossa, e o outro, Sebastian?

__ Ele é um mistério, desde a morte de ambos os pais, ele foi morar com o tio dele, mas é estranho, quase nunca vimos o tio dele, para falar a verdade, eu nunca vi o tio dele. Eles, Sebastian, Kaory e Marc, são inseparáveis, Kaory e Marc, passam o dia na casa de Sebastian, agora, o que eles fazem lá eu não sei. – disse sombria.

Dizendo isso, ela se levantou e fomos para a aula de inglês.

Quando entramos na sala de aula, descubro o meu terror, a garota, Kaory, assistiria essa aula comigo e a única mesa disponível era bem ao seu lado.

Passados quinze minutos de aula, ela deixa o lápis cair e abaixa para pegá-lo, é quando ela percebe que eu a estava olhado por entre meus cabelos caídos ao lado da cabeça. A partir desse momento, ela passou a me encarar mais e mais.

Quando, finalmente, o sinal bateu me levantei apressada para sair, encaminho-me envergonhada para o banheiro.

Eu saia do banheiro individual e me deparo com Kaory, encostada na pia, ela me encara. Buscando coragem, eu a encaro de volta.

__ Acho que começamos mal Joan, prazer meu nome é Kaory Wully. – ela estende a mão para mim.

Assustada com o acontecimento, logo estendo a mão para a garota.

__ Prazer Kaory, eu sou Joan. – disse pegando sua mão. De repente, nos tocamos, ela é simplesmente fria. Com o toque nós duas puxamos as mão rápido.

__ Bom, agora que nos conhecemos, quero te falar que Marc e Sebastian pedem desculpas por hoje cedo.

__ Tudo bem, mas só não entendi como vocês sabiam meu nome?

__ Aqui é uma cidade pequena, uma noticia de uma chegada espalha rápido. – disse ela com um sorriso.

__ É melhor eu ir, tenho aula de matemática agora. Foi bom em esclarecer as coisas. – disse.

__ Realmente foi bom, espero nos vermos mais, e, aliás, você não quer ir a casa do Sebastian, após a aula? – disse ela, quase excitada. – Para nos conhecermos melhor. – completou.

__ Desculpa, mas hoje eu não posso, combinei de ir a casa de Maggie.

__ Priminha que eu amo. – disse ela com sarcasmo, é claro que ela não gostava nem um pouco de Maggie. Com isso, ela ajeitou a franja e saiu do banheiro.

Aquilo tinha sido estranho e durante a aula de matemática narrei com detalhes tudo para Maggie. O Sr. Liu era um decente de chinês que lecionava matemática, ele nem se deu por conta que eu e Maggie conversávamos.

O dia acabou rápido, passei na casa de Maggie na volta para casa e peguei uns bons CDs emprestados com ela e fui para casa.

Parando o carro na garagem, vejo um vulto passar rápido pela floresta logo a frente a minha casa.

Entrei em casa o mais rápido possível, meu pai ainda não havia chegado e pela janela eu podia ver que alguém me vigiava da floresta.

Eu estava assustada. “Tomara que meu pai chegue logo, tomara que meu pai chegue logo” era a única coisa que eu podia pensar.