Persona

Quinta Memória


Não importava quantas vezes Leonardo encostasse nas mesmas dormideiras, vê-las fechando as folhas ao seu toque nunca ficava menos divertido. Já fazia meia hora que ele e Abel vasculhavam os arbustos do lado de fora dos muros do orfanato em procura dessas mágicas plantinhas e nem por isso estavam menos animados do que quando começaram. Em meio a essa empreitada, ouviu uma voz chamando seu nome. Olhou para o outro lado da rua e viu Alex vindo em sua direção.

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Sorriu ao ouvir seu nome sendo chamado daquele jeito alegre por uma pessoa tão querida, mas... Ei! Isso não é hora de se perder em devaneios! Tinha que ser rápido! Uma oportunidade como essa não aparece toda hora! Olhou para o lado e viu que Abel já fazia menção de sair dali, mas não era dessa vez que ele escaparia. Com um movimento rápido ele agarrou o amigo pelo braço e o arrastou em direção de Alex. Usando o braço livre, segurou também o braço de Alex e se ajeitou no meio dos dois, agora apertando propriamente a mão de cada um. Balançando exageradamente os braços disse que os três sairiam em uma aventura e guiou os amigos ainda desnorteados pela rua de terra batida.

Leonardo não sabia o porquê daqueles dois se evitarem tanto. Bem... na verdade, ele nem se esforçava para saber. O que importava é que quando estava junto daquelas duas pessoas ele se sentia extremamente feliz, a ponto de não se importar tanto com o fato de não ter pais. Afinal, quase todo mundo tem um pai ou uma mãe, mas quem pode dizer que tem o melhor dos melhores amigos e a mais bela das pessoas amadas? Ao pensar nisso Leonardo segurava ainda mais firmemente aquelas duas mãos.

Estes foram dias de um céu extremamente azul.