Skinny Love

Capítulo 8 - Ben


Não. Não, não, não, não e não. Por favor me diz que é uma miragem. Me diz que que eu bati muito forte e to tendo alguma alucinação... Pisquei umas, duas, três, cinquenta vezes e ele continuava lá. Não me reconheça, não me reconheça, não me reconheça...

– Taylor?

– Ah... oi Ben. - com sei lá quantas milhões de pessoas no mundo, eu tinha que me esbarrar justo com o último garoto que eu queria ver de novo em toda a minha vida? Por que vida? Por que?

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– Caraca! Eu não acredito que é você! O que você ta fazendo aqui? - ele perguntou de forma mais alegre que o comum. Suspeito...

– Ah... comprando M&M? - nossa Taylor, tem como falar alguma coisa mais óbvia?

– Cara... faz tanto tempo! - ele disse me abraçando de repente e me pegando totalmente de guarda baixa.

– É... faz sim. - fiquei sem reação quanto ao abraço. Ele pareceu não se importar e me soltou com um sorriso. Eu ainda estava meio retardada por causa do choque em ver Ben. Realmente, fazia muito tempo.

– Você não mudou nada. - ele disse rindo e negando com a cabeça, fazendo com que os cabelos castanhos dele balançarem e um ponto de dor surgiu dentro de mim. - Quer dizer, ficou mais bonita. Se é que isso é possível...

– Ah não, não faz isso comigo. De novo não.

Argh. Aquele triste momento em que eu tenho que explicar quem é esse ser detestavelmente lindo e porque ele me machucou. Eu tinha mais ou menos uns cinco anos. E tinha uma babá. Uma garota que devia ter uns vinte anos que só sabia ficar no telefone e mascando aquele chiclete. É, desde cedo eu não viva direito com os meus pais. Quando eu acordava eles já tinham saído pro trabalho e quando eu ia dormir eles ainda não tinham chegado.

Ben era meu vizinho. Nossa amizade começou quando eu joguei uma bola de beisebol pra provocar a puta que cuidava de mim e a bola acertou a cabeça de Ben. Depois daquilo foi "amor a primeira vista". Nós estudávamos na mesma escola, então ficávamos juntos nos recreios, brincávamos com os mesmos brinquedos, e na sala nós éramos inseparáveis. Só nós dois. Sempre. Até meus pais começarem a viajar.

Eu era pequena então a maior parte do tempo eu ficava e casa sozinha com a puta, mas eu nunca ficava realmente sozinha, porque muitas noites Ben fugia de casa e subia na árvore que tinha perto da sacada do meu antigo quarto pra dormir comigo. É sério. A gente só dormia. Não tínhamos safadeza na cabeça.

Então eu comecei a ir a algumas viagens com os meus pais, e eles acharam melhor contratar uma professora particular pra me ensinar em casa e viajar com a gente... e eu fui me distanciando de Ben, que foi ficando popular na escola, entrou pro time de basquete... Enfim, acabou se esquecendo de mim.

Em uma noite, eu tinha acabado de chegar de viagem e fui para o meu quarto, fazia muito tempo que eu não falava com Ben, e ele estava la na sacada do meu quarto. Naquele dia ele disse que não importava quanto tempo eu passasse viajando, eu sempre seria dele, e ele sempre seria meu. É, ele me pediu em namoro. Eu nunca pensei que gostasse tanto de uma pessoa como eu gostava dele. Além de namorados, nós éramos amigos, irmãos... Nós nos entendíamos como nenhum outro casal. Quase não brigávamos... Mas aí você se pergunta: o que aconteceu pro namoro acabar?

Um dia meu pai chegou no meu quarto e disse: "Taylor minha filha, você tem quarenta e oito horas pra fazer as suas malas. Eu e a sua mãe estamos vendendo a casa." E quando eu perguntei desesperada por que ele estava vendendo a casa, ele simplesmente disse: "Não precisamos mais de uma casa tão grande se nós vivemos viajando. Vamos comprar um apartamento em um local melhor." E com local melhor ele quis dizer Inglaterra. Mais especificamente em Londres. Eu até que gostei da ideia, mas não suportaria ficar mais longe de Ben.

Mas estava tudo bem, já que mesmo que estivesse longe eu sempre seria do Ben e ele sempre seria meu... mas não foi isso que ele disse quando eu contei pra ele que eu estava me mudando. Ele simplesmente disse: "Me desculpa Tay... eu realmente gosto muito de você, mas não dá pra te ver só nas férias... eu preciso de alguém que fique aqui comigo. Quem sabe quando se um dia você voltar pra cá a gente não recomeça as coisas?"

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E foi isso. Eu nunca mais ouvi falar de Ben Strider. É claro que ele nem sonha que eu fiquei um ano e meio sofrendo e chorando por ele. Mas eu pateticamente fiquei um ano, seis meses e treze dias chorando pelos cantos por esse panaca. Até o dia que eu decidi que realmente não valia mais a pena. E prometi pra mim mesma que nunca mais seria tão estúpida a ponto de me apaixonar por um garoto.

– Então, você ainda está viajando pelo mundo com os seus pais?

– Ah... não. Na verdade eu estou morando com...

– Taylor - senti uma mão no meu ombro e me me afastei em um pulo. Já estava cansada de pessoas se esbarrando e caindo em cima de mim. - Eu falei pra você se divertir com os M&M's azuis e não com a loja tod... - Ah, que legal, obrigada forças da terra, fazer o Harry me achar justo agora? Tem como isso ficar pior? - Acho que não te conheço.

– Ah... eu sou o Ben, o...

– O meu amigo que eu não vejo a muito tempo. - eu disse desesperada e torcendo pra que Ben tivesse bom senso e não dicordasse ou acrescentasse nenhum detalhe passado, como o nosso breve namoro ou nossa ex-melhor amizade.

– Ah... hm... eu sou Harry. - engraçado, Harry estava com uma cara de 'eu quero te matar' - Tay eu já acabei. Vamos? - ele estendeu a mão.

– Taylor, eu quero conversar com você. Sozinho. - ele disse lançando um olhar feio para Harry que retribuiu com mais uma careta de 'quero te matar' Vem comigo que depois eu te deixo em casa. Pelos velhos tempos. - Ben também estendeu a mão.
É, definitivamente a minha situação tinha como ficar pior...