Skinny Love

Capítulo 20 - Mudanças...


– Cara, você precisa esquecer isso. Já fazem três anos! - Eu e Zack costumávamos não tocar nesse assunto, por isso me espantei quando ele começou a falar.

– Não enche Zack. Você tem a Melissa, não entende. - Zack suspirou.

– Eu vou sair, amanhã eu passo aqui. Qualquer coisa estou no celular. A gente se vê.

– A gente se vê.

– Ela não vai voltar, cara. - ouvi a porta do quarto batendo e levantei da minha cama. Resolvi tomar um banho e sair um pouco. Zack tinha razão. Já faziam três anos desde que ela tinha ido embora.

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Não é que eu não tivesse continuado com a minha vida, é só que agora, era como se fosse algo vazio e superficial.

Eu continuava o mesmo. Indo para a escola, e depois que eu me formei, fui para a faculdade. Fiz novos amigos, e só Zack continuou comigo. Matt foi mandado pelos pais para a França novamente, e só nos víamos quando ele passava as férias da faculdade em Nova York.

Eu nunca mais vi Sophie Foster, mas fiquei sabendo - através de Matt - que ela havia recebido um convite para ser modelo em Milão, e era lá que ela estava morando desde que se formou no Ensino Médio.

Eu tinha uma vida normal, com um trabalho de meio período, ainda morando com a minha mãe e terminando a minha faculdade. Saía às sextas com meus amigos, frequentava bares e boates como qualquer homem comum.

É, homem. Isso havia mudado em mim. Não era mais aquele garoto de antes. Tinha ideais e planos diferentes dos que eu tinha antes. Agora eu conseguia ver o futuro com mais clareza, e tinha mais maturidade para fazer planos. Pouco em mim mudou. Mas o que mudou, ficou completamente diferente. EU fiquei completamente diferente. E ao mesmo tempo permaneci o mesmo.

Também conheci garotas. Não garotas. Mulheres. Algumas maravilhosas e outras nem tanto. Algumas me encantavam pela personalidade, pela maturidade ou simplesmente pela beleza... Mas nunca alguém com quem eu imaginei passar o resto da minha vida.

E era isso o que preocupava Zack. Ele (e só ele) sabia que eu nunca mais fui o mesmo depois que ELA foi embora. E enquanto Zack, com 21 anos estava noivo da sua perfeita Melissa, eu continuava sozinho.

Peguei uma calça jeans e uma blusa branca e fui para o banheiro. Liguei o chuveiro e deixei que a água fria molhasse meu corpo gradativamente. Fechei os olhos e as memórias que eu tanto conhecia começaram a preencher minha mente. Dessa vez não as bloqueei. Repassei cada detalhe pela última vez. Decidi que daria um basta à essa situação.

"– E quem é você para falar isso da minha filha? - Os pais da Taylor escolheram a pior hora para chegar. Minha mãe decidiu se pronunciar.

– Tenho certeza de que existe uma explicação lógica para tudo isso, certo, Harry? - e todos os olhares se voltaram para mim, esperando que eu falasse as palavras que resolveriam essa bagunça. O problema era que o que eu tinha para falar só causaria mais discórdia. Antes que eu pudesse abrir a minha boca, Sophie foi mais rápida.

– Sra. Evans, com todo o respeito, acho que já está tudo muito bem explicado.

– Mas eu gostaria de me inteirar dos fatos, se você não se importa, srta. Foster. - o pai de Taylor disse com a voz grave.

– Então pergunte à vadiazinha da sua filha, John. - a mãe de Sophie gritou.

– Já disse para não falar assim da minha filha!

E de um segundo para o outro, aquele corredor apertado ficou insuportavelmente barulhento com as vozes de todos os adultos gritando uns com os outros.

Vi Ben trocar algumas palavras com Taylor, e os olhos dela se encherem de lágrimas. Ele deu um passo à frente, e ela segurou seu pulso murmurando algo, mas ele puxou seu braço e continuou a andar. Chamou seus pais, que foram embora da mesma forma que estavam quando tudo isso começou. Quietos e decepcionados.

Para mim, pouco importava como eles estavam. Mas eu tinha certeza de que isso deixaria Taylor mal.

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– Cara, eu acho que vou me mandar. Te ligo depois. - Não respondi ao comentário de Matt, apenas acenei positivamente com a cabeça.

Vi Matt dar um beijo na bochecha de Taylor e dizer algo em seu ouvido, e ela acenou sem dizer nada, como eu havia feito antes.

Matt se distanciou e puxou Sophie da discussão, que olhou para mim com uma mistura de ódio e tristeza. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.
Eu sei que mereci aquele olhar.

Restavam apenas eu, Taylor, minha mãe, os pais de Sophie e os pais de Taylor.

– Ok, chega! Minha mãe gritou. Vários fios do seu cabelo estavam despenteados, e ela não os penteou, o que era um mal sinal. - Vamos resolver isso como adultos.

– Jack, Linda, peço mil desculpas em nome do meu filho, e podem ficar tranquilos que eu vou falar com ele sobre isso. - um olhar furioso foi dirigido à mim - Se Sophie ainda estiver disposta a ver Harry, farei com que ele se desculpe pessoalmente.

Creio que agora vocês precisem conversar com ela, então peço que se retirem.

– Certo, nós vamos, Dora. E espero que seu filho pague pelo que fez com nossa filha.

– Pode deixar que ele vai. - mais um olhar assassino.

– John, Ella, precisamos conversar. Por favor, me acompanhem até a sala. Crianças, cada um para o seu quarto. - olhei para Taylor que estava quieta e apenas com algumas lágrima descendo pelo seu rosto.

Me aproximei e enxuguei o máximo de lágrimas que consegui. Ela fechou os olhos sob o meu toque. Beijei sua testa e me afastei, indo para o meu quarto.

Me joguei em minha cama e fitei o teto. Minha cabeça não parava de trabalhar e isso estava me dando nos nervos.

Algum tempo - eu não podia definir quanto - se passou e eu ouvi o som oco de saltos se aproximando. Mas não bateram na minha porta. Talvez fosse para chamar Taylor.

Continuei esperando que alguém batesse na minha porta, mas nada aconteceu, e por fim, a inconsciência chegou e eu apaguei.

Na manhã seguinte acordei com um pulo. As lembranças da noite passada vieram como um soco e eu me despertei. Queria checar se Taylor estava bem, e conversar sobre a noite passada.

Atravessei os três passos que distanciavam nossos quartos e bati algumas vezes na porta, mas não obtive resposta. Decidi abrir a porta, e encontrei nada. Absolutamente nada. O quarto estava vazio e arrumado, como se nunca ninguém tivesse pisado ali. Em cima da cama havia apenas um pacotinho vazio de M&M.

Corri para a cozinha onde encontrei a minha mãe conversando com a decoradora, que estava desmontando a decoração do jantar da noite passada.

– Mãe, onde está a Taylor? - minha mãe parou de conversar com a mulher e olhou para mim.

– Ah, bom dia Harry. O café está na mesa.

– Mãe, a Taylor? O quarto está vazio, onde estão as c...

– Onde está a sua educação? Não vai falar com a...

– MÃE, CADÊ A TAYLOR? - Minha mãe suspirou de forma cansada e olhou para mim quase que com pena.

– Ela foi embora, Harry."