Um Prefeito Dançarino

O sinal havia tocado, indicando que a aula havia acabado, guardei meu material e me aproximei de Matt.

– Vamos na casa do Max comigo ?

– Acho que não vai dar .. - ele se virou pra mim.

– Mas por que?

– Esqueceu que hoje é o aniversário do prefeito e que fomos convidados? - ele bateu de leve na minha testa.

– Nossa, é verdade. Como esqueci? - ele riu - Matt, por favor, vamos? Não vai durar muito, só quero tirar uma dúvida, prometo.

– Não. Vai. Dar. - ele disse pausadamente.

– Pooor Favor, por favorzinho! Você não vai me deixar ir sozinha né..

– Nós vamos amanhã - ele pegou a mochila, e foi caminhando até a saida da sala. Fui na frente e tampei a saida.

– Nós vamos hoje - eu disse séria - por favor?

– Você não vai parar de pertubar né?

– Não..

– Então está bem, eu vou. Mas tem que ser rápido.

– Ah que bom. - eu o abracei - Já disse que te odeio hoje?

– Não - ele disse confuso.

– Eu te odeio Matt! - ri e o puxei pelo braço até o carro, onde Félix estava nos esperando. Dei o endereço de Max. - Então, você nunca me falou de sua vida amorosa Matt, quantas pessoas você já namorou?

– O que? Por que está me perguntando isso? - me olhou confuso.

– Por que eu quero saber, vai me diz...

– Ahn, namorei com três garotas..

– Legal, com quem foi?

– Marcela, 9 meses. Carla, 1 ano e ...

– E?

– Você não precisa saber da próxima.

– Mas por que?

– Desculpe incomodar, mas ja chegamos senhorita. - Félix disse, interrompedo.

– Obrigado Félix, não vou demorar muito. - sai do carro, acompanhada de Matt - Eu vou querer saber viu.

– Não vou contar...

– É o que veremos - bati na porta, e logo Max abriu.

– Bom Dia garotos,Entrem - entramos e sentamos nosofá - o que fazem aqui?

– Tão sinico - cantarolei baixo - Eu quero saber aonde eu encontro o chip...

– Eu também queria saber, acredite. Seu pai escondeu em algum lugar, e não me contou.

– Bom saber disso. - revirei os olhos.

– Era isso que eu queria te dizer da ultima vez que esteve aqui. Jade, é preciso você entender, que nossa missão agora é encontrar esse chip, e fazermos algo para que ele caia em desuso.

– Como assim?

– Eu estava pensando, e se a gente entregasse o chip pra eles, e fizessemos que ele se auto-destruisse enquanto estivesse com eles. Eu poderia colocar um vírus no computador, no mesmo momento em que eles irão usar. Então não poderia nos acusar de nada.

– Que ideia Perfeita - disse Matt, que até agora estava calado.

– E você consegue fazer isso?

– Não sei, preciso do chip. O mais rápido possível.

– Vou dar um jeito nisso. - me levantei - agora vamos embora, temos uma festa hoje. - olhei para Matt, que estava impaciente.

– Claro, podem ir.. E boa sorte com a procura do chip. - ele fechou a porta, e entramos no carro de volta.

– Viu, doeu nada. Agora só temos que achar o chip. - bufei.

– Só né, quero saber por onde vai começar...

– Vou começar pela pergunta, quem foi sua terceira namorada Matt?

– Pra que você quer saber que a So.. - ele parou logo.

– Quem é Sô?

–Ninguem, você nem deixou eu terminar a frase.

– Não me diga, que é a ..

– Não é ninguem - ele olhou pela janela do carro.

– É a Sophie..

– Como pode ter tanta certeza assim?
– Me contaram..

– E por que me perguntou, espera.. quem te disse foi a Melinda?

– Não, por que?

– Sim, foi a Melinda. Vou matar ela..

– Claro que não vai ... - logo chegamos em casa.

– Eu vou logo, antes que minha mãe tenha um ataque cardíaco. E Melinda que se prepare...

– Eu obriguei a ela me contar, não teve escolha...

– Ah, vou fingir que acredito. Até mais tarde Jade..

– Até - entrei em casa, e minha mãe estava se descabelando no meio da sala.

– FILHA, ONDE VOCÊ ESTAVA? SABIA QUE TEMOS UMA FESTA PRA IR HOJE? CADÊ O SEU VESTIDO? COM O QUE EU VOU?

– Mãe..

– Ainda bem que comprei o presente ontem..

– Mãe..

– O QUE VAMOS FAZER??

–MÃE, PARA DE FICAR RODANDO NESSA SALA. DAQUI A POUCO CRIA UM BURACO NO CHÃO. - ela parou e me olhou - Vai com o seu vestido verde, ele combinará com a ocasião, e deixa o meu comigo. - subi para o meu quarto, fechei a porta e abri meu closet.

O problema era: O QUE VOU USAR?

x-x-x

A festa estava um tédio. Só tinha adultos e velhos, que conversavam coisas sobre política, ou então, sobre as riquezas da família. Mas percebi que minha noite poderia ficar melhor quando Matt e seus pais passaram pela porta. Ele estava usando uma blusa social vermelha listrada, com uma calça jeans escura, sua mãe usava um vestido azul escuro elegante e seu pai usava um terno preto com azul. Já eu, resolvi usar um vestido roxo curto, com alças finas, fiz um coque simples deixando a franja solta. Logo Matt me viu e acenou.

– Mãe, eu vou ali falar com Matt, já volto.

– Claro, pode ir. - me levantei e fui até o outro lado do salão.

– Oi - eu disse.

– Oi, está linda - ele me beijou o rosto.

– Obrigado, você também está bonito. - ele riu. - A festa está chata... só tem pessoas da - fiz aspas com o dedo - ''alta sociedade''.

– É, deu pra perceber.. O que vamos fazer?

– Não tenho a miníma ideia - bufei.

– Que tal a gente, explorar a casa do Prefeito?

– Quando você diz explorar..

– Sim, vamos revirar essa casa procurando algo legal.

– Vamos então! - ele riu, e saimos em direção á uma porta, - O que deve ser?

– Vamos descobrir se abrirmos - ele olhou para os lados - vem! - abriu a porta, e era uma biblioteca.

– Ai que chato, pensei que fosse outra coisa - eu disse passando a mão sobre alguns livros.

– O que pensou que fosse? Uma sala de torturação?

– Seria interessante - eu disse, e parei a mão em um livro chamado 'O Diario da Paixão', retirei ele da pratileira - Não sabia que ele gostava de Romances, logo o de Nicholas Sparks.

– Interessante, vamos tentar outras portas? - assenti e o segui. Todas as outras portas, eram de escritório, banheiroe outros, mas logo chegamos ao quarto do Prefeito - Isso vai ser legal. - entramos no quarto dele, não tinha nada de estranho, tudo bem organizado.

– Nunca que alguem iria deixar algo comprometedor exposto no quarto, vamos olhar no closet - fechamos a porta do quarto, olhamos se tinha algo na escrivaninha e seguimos para a porta do closet - Pronto? - Matt assentiu , e abri a porta. - MEU.DEUS. Não estou acreditando no que estou vendo.
– Se isso caísse nos jornais, a fama do prefeito ia a baixo... - olhei para Matt e começamos a rir,quer dizer: gargalhar - Não estou acreditando..

– O Prefeito tem tudo da Beyonce, Lady Gaga e Madonna. - posters, Cds, fotos e entre outros materiais estavam em cima de um balcão, tinha sido feito especialmente para aquilo.

– Olha isso aqui - ele estava com um album de fotos - parece que ele gostava de dançar balé.

– Não estou acreditando nisso - eu disse, vendo as fotos. Mas logo fomos interrompidos, com um barulho - O que foi isso?

– Eu acho que alguem entrou no quarto...

– Droga, o que fazemos?

– Se esconder, vem - ele me puxou, para dentro de um dos armários e ficamos abaixados, bem próximos um do outro. Então ficamos escutando o que eles diziam.

– Eu não encontrei ela, você disse que estaria aqui. - um homen disse.

– Sim, ela está. Eu a vi, ela deve ter ido embora - disse o prefeito. Olhei para Matt, de quem eles estavam falando?

– Olha prefeito, eu quero o chip entendeu, você vai ganhar a sua parte. Então eu espero que não esteja apaixonadinho pela mãe da garota e desista do nosso plano. Ah não ser que queira que todo mundo saiba que eles tem um prefeito dançarino e que gosta de Beyonce.. - o homen ameaçou.

– Não irei desistir.. acredite..

– Que imbecis - sem querer chutei uma caixa, que havia perto, fazendo barulho - Droga - sussurrei, e não escutei nenhum barulho vindo dos homens.

– O que fazemos, eles vão vir abrir a porta? - então, alguem gira a maçaneta.

– Me beija!
– O que? - ele arregalou os olhos, que se eu não estivesse correndo risco, iria rir.

– Me beija logo, e não deixa mostrar meu rosto!! - o puxei pela gola da camisa e o beijei, no começo ele não estava entendendo nada mais retribuiu e colocou a mão na minha cintura, e as famosas borboletas invadiram meu estômago - o beijo não durou 10 segundos e ..

– MAS QUE POUCA VERGONHA É ESSA? - exclamou o prefeito. - SAIAM DO MEU GUARDA ROUPA SEUS DELINQUENTES! - Matt demorou pra me soltar, então dei um beliscão nele.

– Aii , desculpa senhor prefeito, só queriamos um pouco de privacidade - ele disse e eu virei o rosto.

– PRIVACIDADE NO MEU GUARDA ROUPA ?SAIAM AGORA DAQUI ! - Matt se levantou e me ajudou , sai com a cabeça baixa. - VAMOS ANDEM , ANTES QUE EU CHAME A POLÍCIA !

– Será que eles ouviram algo? - antes de sair deu pra ouvir o homen perguntar.
– Acho que não, estavam ocupados demais se pegando.. Estão com os hormônios a flor da pele. - saimos correndo para o jardim, e se escondemos atrás de um arbusto.

– Acho que meu coração vai pular pra fora. - eu disse.

– Se fosse só o seu! - ele me olhou e começou a rir.

– O que foi? Por que está rindo, isso é sério! Eu quase morri! - eu disse e dei um tapa de leve no seu ombro.

– Desculpa - ele tentou reprimir o riso, mas não conseguiu e voltou a rir, eu também não consegui reprimir e ri junto.

– Preciso ir embora.. - eu disse.

– Por que?

– Por que? Esse cara está procurando por mim, tenho que ir.

– E sua mãe?

– Vou mandar uma mensagem pra ela avisando que não estava me sentindo bem.

– Então vou com você, a festa está horrível..

– Vamos então ! - acenei para o táxi que passava perto. Entramos e fomos o caminho inteiro calados. Até mesmo por que, eu tinha obrigado ao Matt a me beijar, não conseguia nem olhar pra cara dele de tanta vergonha. Logo chegamos, ele insistiu em pagar o táxi.

– Acho melhor eu entrar, por que eu não estava me sentindo bem né - rimos.

– Concerteza - estávamos em frente da minha casa. -Até que não foi nada mal né, decobrimos coisas do prefeito, a gente pode até chantagiar ele ..

– Isso seria uma boa ideia, agora preciso afastar ele da minha mãe. Não posso deixar ele enganar ela.

– Isso seria ótimo! - olhei para o meu celular, minha mãe estava ligando.

– Vou entrar, obrigada por tudo ! - o abracei e beijei se rosto. Fui andando até em casa, mas me lembrei - Ah, MATT ! - gritei pra ele, que estava quase entrando na sua casa.

– O que foi?

– Me desculpa pelo beijo, sério..

– Não, tudo bem, mas quando precisar, é só avisar - ele deu um sorriso de lado e piscou o olho e entrou.

– Ah seu idiota - corei. E entrei em casa, antes de subir para meu quarto, peguei um pacote de batatas no armário e um copo com refrigerante e subi. Coloquei meu pijama e me deitei de bruços na cama assistindo qualquer besteira na televisão. Normalmente que não está se sentindo bem não come batata com coca, mas eu sou um caso especial. Logo me lembrei do beijo, mas que droga de borboletas que apareceram no horário errado, sorri ao me lembrar.

– Mas quando precisar é só avisar - eu disse que uma voz nojenta e joguei uma almofada na janela que dá em direção ao quarto dele. Está tudo dando errado, não era pra ser assim, tenho que o juntar com a Sophie, e não me apaixonar por ele.