Capítulo 1 - Chapéuzinho Vermelho

-MAS INU, ISSO NÃO É NENHUM SACRIFÍCIO! - gritou Kagome, com aquela voz cheia de surpresa

-COMO NÃO? EU NÃO VOU FAZER ESSE PAPEL NEM MORTO! - nunca! Nunca!

-Mas Inu... - Kagome agora sussurrava com uma voz melosa em um tom sexy, adoro isso. - Isso aumentara as chances de você ingressar em uma boa faculdade e você disse que faria qualquer coisa para ficar mais tempo perto de mim!

Deus, por que perguntei \'Você quer namorar comigo\' logo para a Kagome Higurashi? A garota mais barulhenta, chantagista, pirada, bonita, maravilhosa, gentil, sexy (para mim), meiga, sensível, atenciosa, que eu amo. Sim, eu a amo. E amo muito mesmo.

-É melhor você me recompensar depois! - murmurei para ela.

-Como assim? - perguntou com a carinha mais doce e ingênua, fazendo até biquinho.

Abri os braços e ela engatinhou pela cama até se aconchegar em meu peito. Abracei-a e beijei sua testa.

-Inu... - eu a fitei - Eu te amo.

Sorri, e encostei meus lábios nos dela. Onde foi parar a raiva? Ah, que se dane. E que se dane o fato de eu ter ganhado o papel da Chapeuzinho no teatro? Não importam se eu estiver com ela.

[...]

Vamos esclarecer as coisas:

1º - Kagome faz parte do grupo de teatro da escola, e achou ser uma boa idéia eu entrar também. Pois alega querer ficar mais tempo comigo.

2° - Os papéis foram escolhidos por sorteio. E eu, Inuyasha Taisho, fui escolhido para ser a Chapeuzinho Vermelho.

3° - Kagome não vai encenar, só vai ajudar em outras coisas como maquiagem, figurino, cenário...

4° - A Sango, que por ser a melhor amiga da Kagome também se acha minha melhor amiga, tem uma imaginação fértil somada à mente imaginativa da minha namorada resultam em uma nova versão de Chapeuzinho Vermelho, em que o lobo não morre, mas apaixona-se pela Chapeuzinho, eu.

5° - O lobo na peça não seria ninguém mais ninguém menos do que o próprio lobo, o Kouga. Ele vai ter que abraçar-me! Imagina como será! O Kouga, um homem, abraçando-me, um homem. As mentes poluídas vão fervilhar de pensamentos!

6° - Tenho que vim nesses treinos idiotas todo santo dia depois da aula e ficar no mínimo umas quatro horas. Só agüento porque a Kagome fica comigo o tempo inteiro, fazendo carinho ou sussurrando que me ama.

Hoje é outro dia de treino, pra variar, e eu não estou nem um pouco a fim de brincar de Chapeuzinho hoje.

-INUYASHA! PODE ME EXPLICAR POR QUE NÃO ESTÁ LÁ ABRAÇANDO O KOUGA?! - gritou Sango.

-Porque eu não sou gay como o Kouga.

-GAY A MÃE! - vociferou o gay do palco.

-InuYasha, por favor! - implorou a minha linda.

-Hoje não Kagome... - beijei sua testa.

-Você não atuaria de modo algum, InuYasha? - a voz de Sango era mais calma, mais controlada.

-Não mesmo. De modo algum.

-Já que é assim, Ka-chan, poderia atuar no lugar do seu namorado?

Kagome nunca faria isso. Coitada da Sango. Nem eu nem Kagome atuaremos. Ela sabe o quanto eu odeio o Kouga. Aquele idiota que fica cantando a minha namorada na maior cara-de-pau. Ainda mato ele.

-Claro.

Não acredito... Como pôde me trair assim, Kagome?

-NÃO KAGOME! EU VOU! - gritei raivoso

-Mas Inu você disse que não iria de jeito algum...

-AGORA EU VOU! NÃO PERMITO QUE O LOBO FEDIDO TOQUE EM VOCÊ!

-Muito bem então. Todos para o palco. - vangloriou-se Sango.

[...]

Hoje é a estréia. E adivinhem quem está na primeira fileira. Minha mãe. E acompanhando-a meu pai e Seshy. E minha mãe está com uma câmera! Traído pela namorada e depois pela própria mãe! Não vou agüentar por muito tempo.

-Inu, você tem que se vestir!

-Já vou Kagome...

[...]

Quando entrei no palco, o show começou. Não estou falando de mim, mas das vaias, risinhos, risadas escandalosas, comentários, dedos apontando para minha saia, para minha peruca, coisas assim.

Já deu para imaginar quando nós, eu e Kouga, nos abraçamos, não é? Vários \"Kyaaaaaa! Como são fofos juntos\" ou \"Gays bonitos são melhores que gays feios\" foram gritados pelas garotas e garotos... Além da coisa básica, como risos, mais vaias, mais comentários, mais dedos e muitas, muitas fotos tiradas pela minha mãe.

Entrei no camarim, troquei de roupa e abria porta para sair. Dois braços finos e delicados circundaram a minha cintura e me empurraram de volta para o camarim. Sim, ela era. A minha namorada, a mulher que eu amo a paixão de toda a minha vida, Kagome Higurashi.

-Você veio me recompensar?

-Só se você quiser...

-É claro que eu quero... Eu te amo.

-Eu sei... Eu também te amo, Inu...

Pousei meus lábios sobre os dela, pedi passagem e ela deixou. Sempre soube o porquê de tê-la pedido em namoro, a situação que me cegava, mas é quando estamos assim, eu e ela, que eu vejo as coisas claramente.