When Youre Gone

Remember


– Este é o seu novo quarto. Espero que goste da decoração! A Pattie escolheu com carinho e... –Não o permiti continuar, empurrei a porta com força, logo fechando-a e deixando- o do lado de fora.

– Já que esse é o meu novo quarto, sua presença aqui não é bem vida! –Gritei com as últimas forças que me restavam antes de mergulhar em lágrimas que nessas últimas semanas são minha única companhia.

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Enquanto me encolhia e desejava de com todas as forças do mundo que isso fosse apenas um sonho, mesmo sabendo que não era, lembranças da minha vida inteira passavam em minha cabeça.


~Flashback on~

Acordei ouvindo vozes alteradas vindo da cozinha. Caminhei silenciosamente até a escada e percebi que meus pais discutiam. Lágrimas escorriam do rosto de minha mãe e meu pai também demonstrava que estava prestes a chorar.

Sentei na ponta escada e tentei ouvir o que eles falavam.

– Há quanto tempo vocês estão tendo um caso?- Minha mãe de cabeça baixa perguntava em um fio de voz que saiu de sua boca.

– Eu já te expliquei que não estamos tendo um caso. Eu não planejei isso, apenas aconteceu, não tenho culpa pro ter me apaixonando por ela. Não planejei isso! E antes que você imagine coisas, quero que saiba que nunca aconteceu nada além de um beijo. –Meu pai secou uma lágrima que escorreu em sue rosto, tomou fôlego e continuou a falar. - Mas para não ocorrer mais pra frente uma traição, desde já estou pedindo o divórcio. –Um choque percorreu meu corpo. Será que eu escutei bem? Posso até não entender muito bem essas coisas de “gente grande”, mas também não sou nenhuma boba de não saber o que é um pedido de divórcio.

– Você vai abandonar a sua família por uma qualquer? –Minha mãe o encarava incrédula.

– Ela não é uma qualquer, até ontem mesmo era sua melhor amiga. –Meu pai respondeu se alterando novamente.

– Você falou certo, ERA! –Dito isso minha mãe deu as costas pra ele e saiu chorando da cozinha, deixando-o sem reação. –Alice, o que você esta fazendo aqui meu amor? –Minha mãe me encarou surpresa, logo secando suas lágrimas que ainda insistiam em cair. Meu pai veio em nossa direção. Ele se abaixou pra falar comigo, mas minha mãe foi mais rápida e me pegou no colo. Fomos pro meu quarto e minha mãe trancou a porta.

– Mamãe, por que você e o papai estavam brigando? –Perguntei enquanto secava com a ponta de meus dedos as lágrimas que escorriam em seu rosto.

– Meu amor, nós vamos nos mudar. Vamos visitar o vovô e a vovó em Londres. – Minha mãe falou enquanto se levantava e retirava de meu guarda roupa minhas coisas de lá.

– O papai não vai?- Eu entendi o que estava acontecendo, mas ainda tinha esperanças de que tudo se resolvesse.

– Não, meu amor! Papai não vai mais morar com a gente. Mas, você vai poder sempre ver o papai. –Ela disse passando a mão em meus cabelos tentando meu confortar.

– Eu não quero visitar o papai, ele te fez chorar e eu não gosto quando você chora.

– Eu sei meu amor, eu sei. Nem parece que você só tem nove anos, tem uma mentalidade melhor do que muitas pessoas bem mais velhas. –Pela primeira vez ao dia ela deu um sorriso, não foi o seu melhor, mas senti que era verdadeiro.

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Dois anos depois, minha mãe se encontrava casada com um cara de quem eu particularmente gostava muito, tinha horas até que eu me esquecia que ele não era meu pai de verdade.

Eu agora morava em Nova York com a minha mãe, mas mesmo depois da separação dos meus pais eu ainda continuava visitando meu pai em Atlanta.

Por ironia do destino meu primeiro amor foi justamente pelo meu melhor amigo, que também era filho da ex melhor amiga da minha mãe e que hoje se encontrava casada com meu pai. Foi uma confusão total!

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Meu amor com o Justin foi muito forte, eu acho que nunca amei tanto uma pessoa quanto eu amei o Justin. Nosso amor foi tão puro e verdadeiro que quando acabou eu não podia imaginar que isso estava acontecendo, mesmo que o término foi anunciado por mim.

Eu me lembro bem que quando eu ia passar minhas férias com meu pai eu e o Justin não nos desgrudávamos nem por um segundo. Mantínhamos relacionamento a distancia. Até que um dia sem mais nem menos, eu recebo uma foto por e- mai, e nela se encontrava Justin e Caitlin, que era minha melhor amiga até então, se agarrando na frente da minha própria casa, em Atlanta.

A minha primeira reação foi chorar e chorar. Logo em seguida, quando eu tinha já tinha processado tudo, ou pelo menos eu achava isso, liguei pra Justin e terminei nosso namoro. Lembro-me que no começo ele fez de tudo pra voltarmos, mas de tanto eu me mostrar irredutível, ele acabou desistindo do nosso amor.

Pela primeira vez na vida senti o que minha mãe sentiu na separação. Ela também tinha sido traída por sua melhor amiga.

Depois disso nunca mais fui passar minhas férias na casa do meu pai.

Justin depois de um tempo, com ajuda de meu pai, deu início a sua carreira musical e acho que também nunca mais pensou em mim.

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Seis anos se passaram e eu não tive mais contato com meu pai. Só sabia que ele estava vivo porque eu escutava nas matérias de jornais, revistas, televisão.

“Justin Bieber e seu empresário Scooter Braun fecham contrato com empresa de perfume.

Scooter Braun, empresário do astro pop Justin Bieber, é visto com a cantora Mariah Carey, será que podemos esperar um novo dueto entre Bieber e Mariah?”

E por aí vai...

Mas eu nem ligava pro meu pai e sua nova “família feliz”, pois eu realmente tinha a minha família feliz.

Há cinco anos atrás ganhei Sophia como meia irmã. Eu cuido dela como se ela fosse minha bonequinha.

Ela é bem parecida com meu padrasto, Matthew. Tem a mesma cor de olhos, verde, mesma cor dos cabelos, mel. Mas o sorriso dela é gracioso e bondoso igual ao de minha mãe. Já isso foi a única coisa que não puxei de minha mãe. Ao contrário de Sophia sou muito parecida com a nossa mãe. Olhos azuis, cabelo castanho. Mas de sorriso infelizmente eu puxei o de meu pai. Não que seja feio, mas não chega nem perto do de minha mãe.

Depois do que aconteceu, nunca precise de meu pai pra nada. Meu pai de verdade agora era Matt. Papai passou a ser chamado de Scooter e Matthew passou a ser chamado de papai.

Pra ele também não tinha diferença, ele assumiu pra quem quisesse ouvir que ele era meu pai, e se alguém duvidasse dava briga.

Tínhamos uma vida feliz como qualquer família. Mas há exatamente seis meses atrás o destino mudou completamente a vida da nossa família.

Mamãe descobriu que estava com câncer em estado terminal. Matthew fez tudo o que estava ao seu alcance. Por mais que sua profissão fosse ser chefe dos investigadores do FBI, ele tinha muitos contatos e muita influencia na sociedade. Mamãe teve os melhores tratamentos do mundo, mas o câncer já dominara seu corpo e não tinha mais o que ser feito.

Até que um dia o médico especialista no tratamento de minha mãe anunciou a pior notícia do mundo.

– Fizemos tudo o que podíamos, mas a dona Cynthia não resistiu. Sentimos muito!- O choque foi muito forte. Não conseguia me imaginar sem minha mãe.

Seus lindos olhos azuis não seriam mais a primeira coisa que eu veria logo após ela me acordar como fazia todo dia. Não escutaria mais seus longos sermões sobre como eu deveria ser mais responsável e chegar mais cedo em casa. De como eu deveria estudar mais...

Eu não teria mais uma pessoa que eu pudesse chamar de mãe. Resumindo, eu não teria mais nada.

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O dia do enterro de minha mãe não teria como ser pior. Se já não bastasse o fato de que uma dor incurável se instalava sobre mim, ainda fui obrigada a ver uma pessoa que não deveria nem em sonho estar ali.

Meu pai ao lado de Justin e Pattie, caminhando em direção ao caixão de minha mãe e logo em seguida depositando um buquê de rosas brancas. Justo rosas brancas, será que ele nunca se tocou que minha mãe odiava rosas brancas? Ela sempre dizia que por mais que elas fossem belas, elas davam a impressão de um lugar sem vida. Por isso ela sempre preferiu rosas vermelhas. E pelo jeito só meu pai não tinha se tocado disso, pois a maioria das pessoas que levaram flores, levaram rosas vermelhas.

Eu só pelo fato de fazer seis anos que meu pai não olhava na minha cara já o odiava profundamente, mas como se fosse possível quando ele me deu certa notícia o meu ódio por ele cresceu mais ainda.

–Aly, sinto muito! –Me abraçou, afagando meus cabelos. Me soltei dele ríspida, tentando fazer força pra encarar aquele cara de pau.

– Não, você não sente muito. Por que essa doença dela não é de agora, mas como você nunca veio me visitar você não fazia ideia disso! –Olhei com desprezo pra aquele ser que até seis anos atrás eu chamava de pai.

Ignorando totalmente o que eu tinha falado, ele solta uma bomba em cima de mim. Quando se esta fudida, o que custa ficar mais um pouco?

– Eu sei que esse não é o melhor momento, mas você sabe que daqui em diante você irá morar comigo, não sabe? –Não, não sei! Da onde ele tirou isso? É impressão minha ou de uma hora pra outra esse lugar ficou sem ar. Sem conseguir respirar direito só consegui dizer:

– Do que você esta falando?

– Depois da minha separação com a sua mãe, ela ficou com a sua guarda provisória. Mas em caso de morte, como é o caso, a sua guarda passa a ser minha.

– Você não pode estar falando sério! Isso é alguma piada? Você não é o meu pai, meu pai se chama Matthew. Pois pelo que eu sei, pai é quem cria, não quem abandona pra ir cuidar da vida de cantorzinhos de meia tigela! –Agora ele realmente tinha me tirado do sério! Toda a atenção se voltava em nossa direção. Matthew, que tentava consolar meus avós, veio em nossa direção.

– Alice, o que esta acontecendo?- Sussurrou Matt.

– Esse pessoa –Disse como se Scooter tivesse algum tipo de doença contagiosa- esta dizendo que eu vou morar com ele. Mas ele só pode estar de brincadeira com a minha cara! Papai, ninguém vai me tirar de você e da Sophia.

– Ninguém!- Meu pai confirmou.

– Bom, vocês achem e pensem o que quiser! Aqui estão os papéis que confirmam isso. Você tem exatamente três dias pra arrumar suas malas e ir embora comigo! –Dito isso Scooter se virou, puxou Pattie e Justin pelo braço e foram embora.

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Matthew leu os papéis e com dor no coração confirmou o que Scooter tinha acabado de falar.

Eu realmente iria morar com meu pai.\"\"