Malditos Marotos.

Eu não queria que você se envolvesse nisso


Lílian

Os meninos tinham saído. Desesperados. Bianca tinha me dito que ia ficar ali na Sala Comunal mais um pouco, porque precisava ficar sozinha e pensar. Okay, isso é estranho... Mas eu a deixei lá e subi. Marlene, por mais incrível que pareça, já dormia! E roncava! Alto demais pro meu gosto... Dorcas também dormia, mas quietinha. Hoje foi um dia cansativo, né moças?

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Deitei e fiquei alguns minutos encarando o teto. Eu não conseguia dormir! Só conseguia pensar nos quatro saindo correndo, Remus apressado... Mas eu não sei onde eles estão pra ir atrás!

Ei, espera... Nossa, como eu sou idiota.

Levantei, passei quieta até o dormitório masculino. Se os quatro estavam fora, ninguém ia me pegar ali! Era arriscado, tudo bem. Não só porque eu podia ser pega, mas porque o mapa também. E os meninos nunca iriam me perdoar! Mas vale arriscar.

Entrei no dormitório e estava uma bagunça! As camas estavam desarrumadas, as roupas jogadas, bolinhas de papel e embalagens de doces e... Isso é uma cueca? Meu Deus... Olhei em volta e achei a cama do James. Por que eu soube? A Vassoura era a única coisa em volta que estava bem-arrumada. E eu vi uma camisa dele ali.

Fui até ali e fucei (mas fucei muito!) e nada de achar esse maldito mapa! Olhei pro lado, desolada já. Vi um pergaminho em branco em cima da cama mais bagunçada do lugar: Sirius!

Andei até ali, afastei um... Sutiã? SÉRIO MESMO, BLACK?! E peguei o pergaminho. Peguei a varinha e apontei para ele. Ah, eu esqueci o que falar...

“Juro solenemente não fazer nada de ruim”. E NADA. OXE, NÃO ERA ISSO?

“Juro solenemente não fazer nada de mau”. DE NOVO, NADA!

“Juro que não vou fazer nada de ruim!” NADA!

ESPERA... ELES VVEM FAZENDO COISAS RUINS! Mas eu sei que era alguma coisa dessa e... LEMBREI!

“Juro solenemente não fazer nada de bom.”

“Misters

Moony, Wormtail

Padfoot & Prongs

Are proud to present

THE

MARAUDERS

MAP”.

Consegui! Isso! Espera… Padoot? Pad… Sirius… Ok, eles tem muito a me explicar!

E quem são Moony, Wormtail e Prongs? Qual deles é o James? E por que esses nomes?

Ah, foda-se. Abri o mapa ali mesmo. Se voltasse pro meu dormitório, uma das meninas podia me pegar e eu e Bia éramos as únicas que sabiam da existência daquilo, fora os meninos.

Corri o dedo pelo pergaminho tentando achar um dos nomes. Achei “Remus Lupin” no meio da Floresta. E achei os outros três a um pouco de distância dele, mas em volta. Remus começou a andar, correr ou sei lá o que, mas ele se movia muito rápido.

Os meninos sempre andavam assim, de longe, mas acompanhando no mesmo ritmo. O que estava acontecendo?

Fiquei brava. Levantei, peguei o mapa, a varinha e saí dali. Bianca nem me olhou, acho que ela estava chorando, mas eu estava tomada por raiva e por curiosidade. Corri até a floresta, sempre observando no mapa o quanto faltava. Estava chegando mais perto, mais perto... Estava chegando perto do Sirius. Ouvi um barulho e voltei atenção para a Floresta. Vi um cachorro de pelo muito preto passando correndo em outra direção. Assustei, mas continuei. Vi no mapa que Sirius agora estava ao lado de James. Mas eu não tinha visto nenhum dos dois.

Continuei andando, estava me aproximando de Remus.

Então eu vi. Um lobisomem. A alguns passos de mim. Eu arregalei os olhos e as lágrimas começaram a cair do meu rosto. Eu morria de medo de lobisomens! Desde que minha mãe contava as histórias da minha avó quando eu era pequena. Comecei a tremer e deixei o pergaminho e a varinha caírem no chão. A varinha bateu nas raízes de uma árvore.

Então, ele olhou pra mim.

Foi se aproximando, mais e mais. Eu estava estática. Eu queria correr, mas não conseguia. Cadê os meninos? Cadê o Sirius? CADÊ O JAMES?

Eu tentei dar um passo pra trás e tropecei na mesma maldita raiz! Ele me olhou, eu chorava muito, tinha certeza que ia morrer. Mas um cervo surgiu, do nada, e o empurrou. Ele tentava segurar o lobisomem, como se... Me protegesse. Eles travaram uma briga ali, mas o cervo parecia não querer ferí-lo, mesmo que ele mesmo estivesse cheio de cortes e arranhões. O cachorro que eu vira passar tinha entrado na briga com o mesmo propósito que o cervo. Eu estava assustada, chorando, parecia uma criancinha.

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Olhei pro céu: o sol estava chegando. Deu seu primeiro sinal.

O lobisomem que aquietou, começou a voltar a sua forma humana. Era algo agoniante. Ver todos os pelos voltando pra pele, as unhas encurtando, a feição mudando para... Espera, eu conheço aquele rosto. Tentei me aproximar, vi os dois animais ali que não me impediam e vi que era ele, meu amigo, que estava jogado no chão, de volta a sua forma humana. Remus Lupin era um lobisomem.

Eu estava aterrorizada. Voltei até a árvore, peguei o mapa e a varinha. O cachorro e o cervo se olharam. Eu olhei pro mapa e vi: Remus Lupin. Mas... Ao meu lado... Estavam Sirius e James. Onde? Só os animais estavam ali e... Eu olhei nos olhos daquele cervo. Eram castanhos e muito profundos. Eram os olhos dele.

–Me explica – eu pedi, entre soluços. Ele assentiu e voltou à forma humana. Era o meu James, machucado e sangrando, chorando. Ele me abraçou muito forte.

–Eu não queria que você se envolvesse nisso – ele murmurou enquanto me abraçava – Eu sabia que daria errado...

Ele olhou por cima do meu ombro pro cachorro.

–Padfoot, volta.

Olhei pra trás e vi aquele cachorro negro se transformar no um melhor amigo. Não mais machucado que James, mas igualmente ruim. Ele estava cabisbaixo. E quieto. Eu o abracei.

–Desculpa, desculpa... Eu não queria machucá-los e... – eu falava entre os soluços.

De repente vejo Peter se transformar da forma de um rato.

–Vocês todos são animagos, né? – eu falei ainda abraçada com Sirius.

Eles assentiram. Eu sentei no chão, apontei a varinha e murmurei “Malfeito Feito”. Isso eu lembrava.