Um Dia Tudo Muda
Capítulo 19

- Ele pensa que você não o ama mais Bella. É isso o que você quer? Que ele pense desse jeito?

Já se fazia cinco meses desde que aquelas palavras foram ditas por Alice. Foi no mesmo dia em que Bella se encontrava na cama, depois da noite em que Edward foi embora.

Já se fazia cinco meses, desde que ela não tinha notícias dele. Já se fazia cinco meses que ela lutava com a saudade para ir onde quer que ele estivesse na parte norte, sul, leste, oeste de Londres. Ela lutava contra si mesma, contra o amor que a fazia perceber todas as vinte e quatro horas do dia o quanto doía não ter mais aquele a quem amou; aquele quem mais a amou na sua vida.

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As vinte e quatro horas de um dia, se arrastaram durante esses cinco longos e tortuosos meses.

Alice havia ido naquele dia – depois de esconder as lágrimas quando percebeu que Edward falava sério quando disse que estava indo para Londres – para casa de Bella tentar de alguma forma, fazer com que ela percebesse o que estava acontecendo... Ela queria trazer a amiga para a vida real, para a realidade que ela teria que conviver assim como a realidade que Edward se deu conta de que teria que lidar.

Não havia um dia sequer que Bella durante esses meses não sentisse falta do que perdeu. Era uma perda diferente quando perdera a filha; essa perda poderia se discernir simplesmente pelo fato de que ela quis assim, e nada poderia ser feito a respeito.

Até que o dia, em que ela queria que tudo se esclarecesse, chegou:

Era uma imensidão de total escuridão. Bella não tinha a consciência de que estava sonhando, mas tinha a consciência plena de que se encontrava sozinha naquele lugar que nada se conseguia enxergar. Até que...

- Mamãe? – Uma voz melodiosa a chamava, mas Bella não sabia para onde deveria olhar, ou se estava mesmo com os olhos abertos, já que só havia escuridão e aquela voz, que Bella procurava em cada segundo de seu dia.

Ela não se sentia mais sozinha, mesmo que a realidade fosse outra.

- Mamãe!

- Querida, onde você está? – Bella falou pela primeira vez, tateando pela superfície plana onde estava sentada.

O desespero começou a tomá-la, quando assim, de repente um clarão surgiu a sua frente.

Se Bella se encontrava sozinha, sua pequena Elisa não: de mãos dadas com os avôs, Charlie de um lado, e Renée do outro, ela não sorria, carregava em suas feições doces e suaves um pesar que também era espelhado nos avôs.

Bella queria perguntar o que estava acontecendo, queria se aproximar dos pais, e antes de qualquer coisa, se aproximar de sua pequena.

Eles andavam lentamente, não havia precisão de apressar os passos, mas Bella se continha em seu desespero para ter sua pequena em seus braços.

Bella soube que não seria possível sentir sua filha junto de si, quando esta parou os passos lentos junto com os avôs.

- Mamãe. Eu quelia falá com você antes, mas nô conseguia. – Elisa começou, e soltou das mãos dos avós, e assim, esticou a mãozinha a sua frente, mesmo sabendo que sua mãe não seria capaz de tocá-la.

Bella só ouvia as palavras de Elisa, e tentava se concentrar plenamente nelas.

- Nô quelo que você sofla por minha causa. Nem você, nem o papai. Eu estou bem, mas nô consigo continuar se vocês não estão. – Elisa, sem deixar a sua idade eterna de 3 anos, possuía uma inteligência com as palavras, uma inteligência em a saber quando algo estava errado, quando na verdade, não deveria estará.

Bella naquele momento se viu sem conseguir proferir uma palavra sequer. Sentia as lágrimas se apossarem da sua visão, se tornando uma cortina, mas ela ainda conseguia ver o clarão onde sua pequena estava, e logo atrás seus pais.

- Não deixe Edward continuar pensando que você não o ama querida. – Renée disse. – Não deixe esse sofrimento te levar pra longe dos que te ama, pra longe dele.

- Não se sinta culpada, Elisa estará conosco, e estará bem. Por tanto, fique bem. – Charlie possuía uma voz de autoridade com a qual Bella já havia se acostumado.

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- Esqueça tudo mamãe. Eu amo muito você e o papai. Nô quelo que fiquem sepalados.

Foram as ultimas palavras que Bella conseguiu ouvir de sua Elisa antes de ser desperta do sonho que ficou intacto em sua memória.

Aquelas palavras eram um aviso, um aviso para que Bella não deixasse passar – ir embora – a esperança de que tinha para voltar a viver. Ela já havia perdido muito tempo, e o tempo não perdoa quando fazem pouco caso dele.

Essa era a hora de resgatar o que se foi perdido, mas antes, ela teria que colocar um fim a todo o sofrimento que se arrastou durante esses cinco meses. Ela faria justiça...