– Procedimento?

– Sinais vitais estabilizados. Pressão arterial em treze por sete. O hospedeiro não aparenta falhas em seu sistema imunológico e todas as precariedades foram feitas.

– Ótimo. Prossiga então conforme planejado.

– Entendido. Completar a fase final dos sedativos e logo mais iniciar a inserção do Animus.

– Espere. O hospedeiro pode sentir?

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– Bem pouco, está quase terminando. Por ter resistido às últimas operações, ela resistiu ao sedativo também.

– Não prossiga com o processo dos sedativos. Inicie a inserção do Animus imediatamente.

– M-Mas senhor?

– Eu quero que ela sinta tudo. Dor, derrota, fragilidade. Quero que essa escória morra gemendo e gritando e que perca completamente a lucidez de sua mente. Não a anestesie. Deixe que ela agonize.

– Senhor, eu entendo que seu desejo de vingança é completamente real e justo. Também sinto isso. Mas estamos em uma situação completamente diferente. Já não me sinto muito confortável em usar o Animus na garota. Agora... Deixar que ela sinta o procedimento? Ela é apenas uma criança.

– Ela não é uma criança, idiota! Ela assassinou nosso aliado, se uniu a aquela escória e ainda por cima é a chave para eles terem uma chance. Com ela aqui, podemos ter tudo. E eles... Nada.

– Mas...

– Faça o que eu digo, seu imprestável! Ou você será o próximo a testar o Animus sem nenhum tipo de amenização.

– Imediatamente, senhor. Iniciando o procedimento.

***

O avião estava caindo. Bianca não tinha certeza de mais nada. Apenas de uma coisa.

Estava morta.

Quando Desmond e Nico saltaram do jato, ela olhou desesperada para Jason. Não queria saltar. Em seu coração, algo estava sendo dito.

Que se ela saltasse, ela nunca mais o veria. Nem a ele... E nem a ninguém.

Jason lançou um olhar confiante a ela, mas ela pode ver a dor em seus olhos. Mas a sua visão ficou embaçada quando a imagem de Damon surgiu novamente em sua mente, fazendo seus membros congelarem por dentro.

Sacudindo a cabeça, Bianca desviou seu olhar de Jason e olhou para baixo com um grande nó no estômago. Ela não conseguia ver o solo, mas um grande mar verde e lúcido estava cada vez mais próximo e a uma velocidade nauseante.

Era apto para saltar ainda, mas se ela demorasse ainda mais, Jason e ela não passariam de belas panquecas.

Respirando fundo, ela cerrou a sua visão. E com um grande grito, ela se jogou do avião, vendo a sua vida passar diante de seus olhos.

Por um momento, ela estava em pleno ar, vendo o grande mar florestal se aproximar, e o paraquedas começar a ganhar impulso e ela desacelerar a queda.

Mas, depois, ela não viu mais nada disso. Tudo o que viu foi uma forte luz vermelho-dourada e depois não viu mais nada.

Mas de uma coisa ela tinha certeza. Ela preferiria a morte a ter que ver essa luz novamente.

***

– Tudo certo até aqui senhor. Esta é a última lembrança da menina. Por isso, devemos começar por ela.

– Correto. E então?

– Bem, agora que vimos que ela sobreviveu ao primeiro estágio do Animus, podemos prosseguir. Mas, devo alerta-lo, senhor. Ela não está sedada e está sofrendo mais do que o previsto. Ela vai resistir e pode morrer na tentativa. Os sinais vitais não estão nada bons.

– Eu não me importo com a vida dessa escória. Para mim, tanto faz a morte dessa menina. Mas os mandantes querem o terceiro elemento. Contanto que tenhamos esse terceiro elemento, a vida da menina não é mais importante do que uma mosca morta.

– E o que seria esse terceiro elemento?

– A terceira parte para do match point dos Assassinos. O sangue da prometida.

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– Literalmente?

– Exatamente.

– Bem, que seja feita a vossa vontade, senhor. Vamos extrair o sangue dessa menina antes que seja tarde demais.

– Perfeito. Antes que comece, preciso saber de mais uma coisa. Podemos utilizar o Animus em uma pessoa morta?

– Até onde eu saiba, senhor, não. Suas memórias irão junto com a sua vida. Não poderão ser revistadas pelo programa sem ter uma base de apoio, ou seja, o coração.

– Dê um jeito. Eu quero essas memórias. Contém os segredos dos Assassinos. Sabe o quanto isto é valioso para nós?

– Nem posso imaginar.

– Por isso, continue com o processo. Tire uma quantidade de sangue aceitável, mas deixe um último fio de vida na menina. Quero as últimas memórias e... Mata-la pessoalmente.

– Como quiser, senhor. Iniciando os procedimentos.

– Imediatamente?

– Como o senhor desejar.

***

Ela ouvia tudo. Ela não sabia explicar, mas ouvia cada palavra.

Estou viva?

A dor era alucinante, como se a sua mente fosse cerrada com uma faca sem corte, nunca cortando nada em particular. Apenas... Tentando mutilar.

Ela via memórias antigas tentando transparecer para fora e sentia que ela não podia deixar escapar.

Não. Não. Não.

Com toda a força de sua mente, ela tentava bloquear as imagens com um escudo imaginário. Mas ela sentia suas forças se esvaindo.

Ao mesmo tempo, ela ouvia vozes. Vozes frias e dolorosas, como a faca.

Dói. Dói muito. Por favor, pare. Pare, por favor.

A dor não a abandonava. Pior do que isso. Ela consumia a sua alma e invadia as suas memórias.

Ela não aguentava mais. A dor a estava consumindo e uma nova sensação penetrou seu corpo. De fraqueza.

Ela havia ouvido alguma coisa sobre isso. E isso a faria ficar fraca. Tão fraca que poderia leva-la a morte.

O que poderia ser?

Ela ofegou mentalmente.

Meu... Sangue.

NÃO!

Ela urrou em sua mente.

ISSO NÃO! PAREM, POR FAVOR! EU NÃO AGUENTO MAIS!

O sangue estava sendo tirado e a cada velocidade, ela se sentia cada vez mais fraca.

A dor a consumia e a fraqueza a dominava. Era uma guerra fria. Seus pensamentos contra a sua força. Ela não conseguiria mais.

Mamãe... Mamãe... Perdoe-me.

A dor era insuportável. A fraqueza era interminável. Ela não saberia se conseguiria sobreviver a mais essa.

Eu queria te vingar era isso. Eu queria você de volta, mamãe. Por que, mamãe? Por que eles tiraram você de mim?

Ela queria gritar. Mas algo a impedia. Eles estavam fazendo-a sofrer em silêncio, com toda a dor e a fraqueza a consumindo.

Mãe... Faça isso parar. Dói muito. Eu não aguento mais. Mamãe...

Lágrimas escorreram no rosto da menina moribunda, e ela ouviu o riso frio de triunfo da voz fria e metálica, aquela que queria a sua morte.

Não aguento mais, mamãe! Por favor, faça isso parar.

Ela percebia que a dor estava começando a ceder a fraqueza começando a domina-la.

Derrotada, Bianca se entregou.

Estou aqui, mamãe.

Meu amor? – Ela ouviu a mãe chama-la.

Mãe. Estou aqui.

Eu também, mi querida.