I Hate, You Hate, We Hate Summer
I scream, You scream, We scream.
Cato’s Summer
Já tinha ouvido praticamente todas as músicas que tinha no meu ipod e, acredite se quiser, são quase duas mil músicas, e a gente ainda não tinha chegado na droga do “Acampamento Escoteiro”. Passei meus olhos rapidamente pelo ônibus, a professora conversava animadamente com a motorista gordo e Clove, bem, acho que estava dormindo. Ela parecia tão quieta, inocente, legal... Se eu não conhecesse ela, tentaria fazer amizade, mas, como sei o quão idiota e ridícula ela pode ser, não aguento nem olhar para a cara dela. Lembro perfeita mente do dia em que conheci ela. Com certeza foi um dos piores dias da minha vida.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Eram exatamente quatro horas da tarde e eu, como sempre, estava esperando meus pai no portão da escola.
- Ei, garoto.- Ouvi uma voz feminina, porém, não consegui ver a dona dessa voz. Pensei em sair correndo, afinal, tenho apenas quatorze anos, vai que ela é uma assassina ou algo do tipo.- Qual é seu nome?
- Cato.- Procurei pelos arredores e, encolhida embaixo de uma árvore próxima, uma garota morena e bonita para uma garota de, talvez, quatorze anos.- Quem é você?
- Cato...- Ela se levantou e andou até mim.- É um nome bem incomum, não?
- Quem é você?- Insisti.
- Clove.- Disse e sorriu.- O que ainda faz aqui na escola?
-E o meu nome é incomum, né?- Alfinetei-a.
- Você é insuportável, sabia disso?- Ela disse, começando a ficar um pouco vermelha.
- Então porque você começou a falar comigo?
- Achei que você pudesse ser legal, mas acho que estava errada.- Ela disse emburrada e voltou a sentar embaixo da árvore.- Eu te odeio.
- Eu também te odeio, esquisitinha.- Ela revirou os olhos e, quando virei a cabeça, me deparei com a cabeça de meu pai praticamente pra fora da janela do carro.
- A quanto tempo você tá aqui?- Perguntei entrando no carro.
- Tempo suficiente para ver que você gostou daquela garota.- Ele riu e começou a dirigir.
- Ah, e eu também gosto de pular de cima do Empire State e escalar a Torre Eiffel com o Homem-Aranha- ri.
- Negação é sempre a primeira fase.- Ele disse e voltou a atenção para a estrada.
- Primeira fase do quê?
- Primeira fase da paixão.- Ele disse sonhador.
Por que eu me lembro perfeitamente desse dia? Porque, graças a ele, eu descobri uma coisa muito importante. Que meu pai é pirado e acha que um dia eu vou me apaixonar. Ou muito menos gostar da esquisitinha da Clove.
- Professora, quando a gente vai chegar nesse acampamento?- Perguntei, assustando a professora e fazendo o motorista se desconcentrar e quase bater o ônibus em uma árvore.
- Acho que já estamos chegando.- Ele virou para o motorista.- Falta muito para chegarmos?- Ele perguntou.
- Pelo que eu saiba, não vamos demorar muito.- O motorista gordo respondeu.- Umas duas horas, no mínimo.
- Duas horas?- Clove se manifestou.- Eu vou ter que ficar nesse ônibus por mais duas horas?
- Acalme-se Clove.- A professora disse, sorrindo. Argh, como ela consegue sorrir em uma situação dessas?- Porque você e Cato não conversam um pouco? Talvez se distrair encurte um pouco a viagem.
- É, esquisitinha, vamos conversar!- Disse com falso entusiasmo.
- Velho, Cato, por que você não pula da janela?- Ele perguntou revirando os olhos.
- Porque você não se joga também?- Retruquei.
- Se você se jogar primeiro, talvez eu me jogue.- Ela se levantou irritada.
- Se você se jogar primeiro, eu me jogo.- Me levantei também. Irritado? Concerteza.
- PORQUE VOCÊ NÃO SE JOGA LOGO PRA EU PODER TER PAZ?- Clove gritou.
- A ÚNICA PESSOA QUE DEVIA SE JOGAR AQUI É VOCÊ!- Gritei de volta.
- PAREM DE BRIGAR!- A professora gritou, transtornada. Nunca vi ela desse jeito. Ela sempre está sorrindo.
- Foi ele que começou!- Clove disse e sentou de novo no banco.
- Eu?- Perguntei indgnado.- Só tentei conversar com você, foi você que me mandou pular da janela!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Devia ter se jogado mesmo.- Ela resmungou e fechou os olhos, provavelmente com aquela mania que ela tem de achar que fechar os olhos vai levar ela de volta para a casa dela. Ridícula mania, se me permitem dizer.
- Como eu disse antes, a única pessoa aqui que devia se jogar da janela é você.- Disse e coloquei os fones de ouvido.
Aquela seria um longa viagem.
Clove’s Summer
- Como eu disse antes, a única pessoa aqui que devia se jogar da janela é você.- Ouvi Cato dizer, mas, como estava com os olhos fechados, não sei o que ele fez depois disso.
- Depois que você se jogar eu me jogo.- Sussurrei e, estranhamente, lembrei do dia em que conheci ele.
Meus pais, mais uma vez, tinham se atrasado para me buscar. Eram quatro horas e eu estava no meu local de costume. Encolhida embaixo de uma das árvores perto do portão da escola. Um garoto estava parado no portão e, o estranho era que eu sempre via ele lá, esperando pelo pai. Já tinha visto ele na sala, parece o insuportável do garoto popularzinho. Ridículo. Mas, talvez, ele não seja tão ruim assim.
- Ei, garoto!- Chamei, ele pareceu, por um breve momento, assustado. Será que estava pensando que eu era uma assassina?- Qual é o seu nome?- Arrisquei.
- Cato.- Ele virou o rosto. Provavelmente procurando por quem estava falando com ele.- Quem é você?- Perguntou assim que me viu.
- Cato...- Levantei e andei até ele.- Um nome bem incomum, não?
- Quem é você?- Ele insistiu.
- Clove.- Sorri. Ele não aprecia ser tão ruim assim.- O que ainda faz aqui na escola?
- E o meu nome é incomum, né?- É, ele é insuportável.
- Você é insuportável, sabia disso?- Disse e senti que estava ficando um pouco vermelha.
- Então porque você começou a falar comigo?- Ele perguntou.
- Achei que você pudesse ser legal, mas acho que estava errada.- Eu disse emburrada e voltei a sentar embaixo da árvore.- Eu te odeio.
- Eu também te odeio, esquisitinha.- Ele virou a cabeça e viu o carro que estava na frente do portão. Disse alguma coisa que não prestei atenção e entrou no carro que, provavelmente, era de seu pai.
Meus pais não demoraram para chegar e, quando chegaram, começaram a pedir desculpas pelo atraso e, como sempre, prometendo nunca mais se atrasarem. Adoraria que eles cumprissem essa promessa.
Mais duas horas nesse ônibus.
Esse viagem vai ser longa.
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