I Hate, You Hate, We Hate Summer

I get it, You get it, We get it


“–O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?”

Esse grito ficou ecoando na minha cabeça enquanto a professora “tagarelava” indo em direção ao que ela chamou de “diretoria improvisada”, ou seja, o quarto dela.

Eu também não parava de pensar em Clove, no jeito que tínhamos nos beijado. Sim, eu a odiava, mas aquele beijo foi...bom.

Bom demais pra ter vindo dela.

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Ou eu achava isso.

Ela andava ao meu lado em silêncio, com a cabeça baixa. Será que ela estava corando? Ou estava envergonhada? Talvez os dois, mas arrependida eu sei que ela não estava, afinal, não é todo dia que se beija um cara gostoso como eu.

Dei um pequeno e discreto riso e isso foi o suficiente para a professora me lançar um olhar assassino, como se dissesse: “Abra a boca para respirar outra vez e eu juro que enfio uma caneta em seu olho.”

Quando chegamos na “diretoria improvisada”, assim que sentamos nas cadeiras que estavam lá, Clove ainda olhava para seus pés e durante todo o tempo em que recebemos gritos e mais gritos sobre “o quão irresponsável era termos nos beijado em um acampamento para crianças enquanto estávamos cumprindo nossa punição”, ela não se moveu e eu, bem, eu fiquei pensando em Clove.

Clove’s Summer

“Isso não aconteceu”, era tudo que se passava por minha cabeça. Eu não podia, era contra tudo que eu já disse durante grande parte de minha vida.

Eu beijei Cato! Isso não está certo.

Sra. McWaren gritava e gritava conosco, mas eu não conseguia prestar atenção, não queria prestar atenção.

- Desculpe-me, professora.- eu disse com a voz abafada, ainda encarando meus tênis vermelhos.

- Clove, você não precisa se desculpar por não ter resistido aos meus encantos.- Cato disse, galanteador, e eu, quase, levantei-me e comecei a estapear ele.

- Calados!- a professora gritou, tentando, em vão, impedir-me de soltar um enorme “acéfalo” e chutar a canela de Cato.

- Qual é o seu problema, garota?!- Cato perguntou, furioso, tentando amenizar a dor que sentia em sua canela.- Eu fiz uma piada, você não tem senso de humor ou algo que possa ser confundido com isso?!

- Você é um acéfalo,- disse me levantando e saindo do quarto.- e eu não suporto acéfalos.

E saí, batendo a porta com força.

[...]

Assim que entrei no quarto que, infelizmente, dividia com Cato e me joguei na cama, preguiçosamente estendi minha mão e puxei meu celular de debaixo do colchão.

- Não, não, não...- sussurrava enquanto passava os olhos pelas músicas que tinha em meu celular, até achar a perfeita para o momento, ou seja, uma música inexistente, porque nada no mundo conseguiria encaixar-se nesse pesadelo que estava acontecendo.- Merda.- disse e joguei o celular na cama.

Olhei para o relógio que ficava pendurado na parede. Já eram quase sete horas, um horário bom para dormir.

Ainda suja de tinta (e de sujeira de Cato), puxei as cobertas até meu pescoço, me encolhi e fechei os olhos, pronta para cair num sono profundo e a imagem de Cato sorrindo tomou o lugar da escuridão.

- Não!- gritei um tanto desesperada, pulando para fora da cama.- Não seu idiota, sai daqui, sai!

- O que?- Cato estava parado perto da porta do banheiro, me olhando com um misto de medo e deboche.

- Quando você chegou aqui?- falei um pouco mais alto do que meu tom “normal” de voz, que já era bem estridente, devo acrescentar.- Como eu não ouvi você abrir a porta?

- Você não estava dormindo?- ele disse.- Eu juro que achei que você estava dormindo.- olhou para minha blusa toda manchada de tinta e fez uma careta.- Não vai pelo menos trocar de roupa? Sabe, você ‘tá toda suja.

- Não, não vou.- respondi deitando de novo.- Se não quiser dormir ao lado de uma pessoa que está toda suja de tinta e germes de um garoto que se acha o fodão, durma no chão.

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- Você teve relações com um garoto que se acha fodão?- ele disse risonho e entrou no banheiro correndo, bem a tempo de desviar do travesseiro que joguei em sua direção. Pude ouvir sua gargalhada antes de cair no sono.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.