E Se Não Tivéssemos Ido Para Os Jogos?
Final - Totalmente recuperada?
Narração
- Será que deu certo? - um médico pergunta.
- Não sei, não estava na cirurgia... só sei que houve uma briga e a mãe dela foi sentenciada a morte por tentativa de homicídio. Não achei muito justo, ela estava louca.
- É mas tentou matar a filha.
- Pois é. Fale com o dr. Persk, ele estava durante a cirurgia. A única coisa que eu sei é que tem algo errado.
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Clove
Abro os olhos e vejo Leance gritando desesperado e feliz.
- CATO! CATO! ELA ACORDOU! - ele berrava praticamente.
- O que? - alguém gritou lá fora.
- Ela acordou! - ele gritava e sorria.
- Oque...o que? - perguntei.
- Fique quieta, espera que tenho uma surpresa. - Leance disse com um sorriso.
Ao entrar pela porta do quarto hospitalar, Phoebe, Cato e uma pessoa eu reconheço... Annanda, a vencedora da Septuagésima Edição, nossa a quanto tempo eu não a vejo? A conheci antes de beijar o Cato então... faz acho que 1 mês. Há também meus amigos que não vejo a muito tempo, Edgar, Rachel, Trix, Kenny... nossa eles sumiram! Sabia que eles tinham ido descobrir os outros distrito mas foi há tanto tempo.
- Sumidos! - digo zonza e meio grogue.
- Pois é, viemos te ver, Pequena. Trouxemos até um presente depois que soubemos sobre a sua mãe. - disse a garota com olhos azuis e cabelos negros... Trix.
- Ah... não fale nisso. - digo grogue.
- Tudo bem, mas estamos felizes de te ver bem.
- Principalmente eu. - reconheço a voz de Phoebe, e reconheço ela quando sinto um abraço confortador.
- Phoebe...
- É, sou eu, sua drogada! Te injetaram muita anestesia?
- Talvez.
- Nós ficamos com saudade também, merecemos um abraço. - Kenny é um garoto ruivo e baixinho, tem 13 anos e mentalidade de 7, quando o conheci achei que tivesse 7 anos... mas me enganei e quase o matei por ser tão irritante. Com o tempo, ele virou um amigo... idiota, mas é amigo.
- Preciso dizer algo? - a voz grossa de Edgar... essa voz é horripilante, é engraçado e foi isso que me aproximou dele. Ele e Rachel são gêmeos idênticos, ambos com cabelos castanhos cacheados e sardas. Os dois me abraçam.
Nunca havia abraçado esse povo mais de 2 vezes, mas eu precisava nesse momento.
- O que vai fazer quando sair daqui? - pergunta Trix.
- Vou pro centro de treinamento.
- Não pode, você foi operada. - diz Cato.
- E?
- E que vai romper os pontos.
- Ah que bobeira, não rompe nada! - rebato.
- Rompe sim! Não vai ser legal te ver sangrando do nada. - Cato aumenta a voz.
- Te faço sangrar do nada agora mesmo!
- Então faça!
Todos olham pra nós... Cato sorri irônico e diz:
- É bom te ver arrogante e com um tom superior, de novo.
- É, é bom estar bem.
- Vocês são retardados. - diz Leance.
- Loucos. - completa Phoebe. - Melhor deixarmos a Clove um pouco sozinha.
- É... só quero falar com Cato.
Trix me olha maliciosa.
- Ah por favor!
- Tudo bem, tudo bem...
Todos saem e Cato se senta numa cadeira de frente pra mim e me observa, sério.
- Porque você tenta me matar? - ele pergunta.
- É divertido. - ironizo.
- Muito engraçada. Não faça isso de novo, Clove, não sabe como é difícil suportar uma coisa dessas.
- Não prometo nada. E quem foi forte fui eu e não você... como sempre.
- Eu fui mais forte porque eu sou. - ele não estava brincando.
- Acredite no que quiser. Apenas me diga o que aconteceu desde que eu... você sabe...
- Sua mãe foi internada em um manicômio e ela provavelmente vai morrer.
- Porque?
- Porque no distrito 2, tentativa de homicídio é crime. Por isso não te mato.
- Entendi... eu quero vê-la.
Cato me olha com raiva e surpresa.
- O QUE?!
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- E tentou te matar duas vezes. Qual é o seu problema?
- Além de você, minha filantropia.
Cato cai na gargalhada.
- Você? Ah ta bom.
- Tá vou parar com as brincadeiras, odeio essa gente. Mas sério... o que nós dois faremos agora?
- Seguiremos nossas vidas.
- Só isso? Esqueceu que só tem quinze anos e que vai ficar órfã?
Clove, a órfã... posso jurar que já vi algo parecido com isso.
- Desculpe. - ele diz.
- Tudo bem, eu não ligo muito. Tenho que prestar atenção em mim.
- Isso. Seja egoísta. - ele me incentiva.
- Mas e você?
- Bem... minha mãe me expulsou de casa e meu pai tá num processo de divórcio, nós somos agora a fofoca do distrito... bem nem tanto porque agora os Jogos estão acabando.
OS JOGOS! JACK! Tem ele, como me esqueci!?
- E Jack, como ele está?
- Quem?
- O garoto que representa o distrito 2 nos Jogos.
- Ah ele tá indo bem, ficou meio revoltado desde que sua irmã...
- Eufemismo, por favor.
- O que?
- Seja delicado em relação a Bianca.
Ele suspira e tenta buscas as melhores palavras.
- Desde que ela se foi, ele tem ficado com um ódio maior, ele deve estar na final de 3 com certeza.
- Não vou ver esses Jogos nunca mais.
- Ok. Mas e aí, e nós?
- Bem eu vou continuar morando na minha casa.
- E eu vou morar com meu pai... muito legal isso.
- Mora comigo.
- Somos menores.
- Nã, não, você tem 18.
- Ainda tenho dezessete.
Lembro de nós dois correndo quando grito:
"–Me deixa, isso é pedofilia!
–Não, não é, eu ainda tenho dezessete."
Sinto falta desses dias.
- Nós dois morando juntos? Não daria certo...
- Eu sei que não - digo. -, mas falta quanto pra você ter 18?
- Algumas semanas.
- Viu!
- Mas aí seria pedofilia.
Eu e ele rimos juntos relembrando de quando eu o acusei de pedofilia.
- Vou morar sozinha mesmo, ou peço pra Trix voltar a morar lá em casa.
Trix tem 23 anos, trabalha pra Capital e já morou na minha casa por um tempo até ter que viajar. Ela é como uma irmã, me faria bem.
- Bem isso você decide com ela e...
Um médico bate a porta e eu o deixo entrar.
- Cato, preciso falar com você. - o médico aparenta não trazer uma boa notícia.
Cato
Fui junto co o médico para o corredor. Ele não parecia trazer uma boa notícia.
- A srta. Fuhrman não está totalmente recuperada.
- Porque, o que houve?
- O exame de sangue dela aponta que o líquido que a mãe dela injetou nela não é algo que possa se misturar com o sangue, falando em suas palavras.
- Então...
- Ela tem 70% de chances de pegar um vírus e morrer.
Mais um choque? Pois é, parece que não tá fácil pra ninguém.
- E como pode impedir isso de acontecer?
- Bem com tratamentos avançados, mas não sei se isso eliminará com toda certeza o vírus do corpo, ele pode estar se espalhando.
Se ela morrer, não vai sobreviver nenhum Fuhrman pra contar a história. Pai, irmã, mãe e agora ela. Eu não consigo controlar minha raiva.
- Ué façam alguma coisa! - digo duramente, se eu gritar, ela vai perceber.
- Nós faremos, mas o problema é que ela está recém operada e se pegarmos pesado logo agora, causará danos a ela.
- Depois te quanto tempo poderá começar o tratamento?
- Poderia começar hoje, mas há um prazo mínimo de duas semanas pra ela se recuperar fisicamente e psicologicamente.
- Ah isso é verdade...
- O vírus não irá se espalhar com facilidade, e nós conseguiremos tirar ele de lá. Vocês dois vão conseguir
O médico me dá tapinhas no ombro, quando ia dar o terceiro eu o fuzilei com o olhar e ele parou.
- Bem, não conte isso pra ela agora, é muita coisa pra ela engolir... conte daqui a uns dias.
- Dias?
- Conte amanhã então. Ela pode não suportar.
- Ela vai suportar, ela é a Clove, ela é forte.
Clove
Logo depois que eu fui liberada do hospital, segui minha rotina e consegui fazer Trix morar comigo, ela aceitou de bom grado e sempre me ajuda na recuperação da cirurgia. Foi tudo muito bem mas eu não podia me esforçar muito.
Cato todo dia, depois da escola, ficava comigo e me animava um pouco, se não era ele, era o Leance... Cato não gostava muito de quando eu ficava perto de Leance mas ele suportava.
Phoebe, Kenny, Edgar e Rachel me visitavam também, todos me ajudavam e me davam uma força pra continuar mesmo que eu não precisasse. Eu estava bem, só que eles são frescos e idiotas demais pra perceberem.
Cato entrou na minha casa e sentou ao meu lado, começou a reclamar de tudo e me contou quando bateu na cara de um garoto que zombou de nós dois.
- Fez certo.
- Claro que fiz.
- Mas... Cato... você liga para o que falam de nós?
- Bem é meio estranho eu estar namorando você. É tão fria, arrogante, orgulhosa, se acha superior, mandona, briguenta...
- Chega.
- Enfim, é meio estranho mas eu realmente gosto de você. Não quero ser meloso mas eu... eu te...
- Hum?
- Eu te...
- O que foi?
- Eu te...
- É tão difícil assim?! Porque se for, tá eu me rendo pela primeira vez e digo que te amo.
Ele sorri vitorioso e diz:
- A recíproca é verdadeira.
Sorrio pra ele e por fim ele me beija, e eu estou feliz. Perdi meus pais, minha irmã e muitas coisas... mas se algo sai da sua vida de uma forma dolorosa, você vai ter algo bom lá na frente. E eu acredito isso, e eu acredito que Cato me ama e isso basta pra mim. Eu sinto que ele realmente sente algo por mim.
- Clove, tenho que te contar uma coisa. - ele diz se afastando. Seus olhos estão sem o brilho que tem diariamente.
- O que?
Não é algo bom, tenho certeza.
- Eu ia te contar antes mas... o médico exigiu que fosse depois de uns dias. Eu tô junto com você, juro, mas olhe... você está com um vírus, algo do tipo, em seu sangue e se não tratar você morre.
- Tá brincando né?
- Não, eu juro. Eu não sei como dar más notícias assim.
- Então eu tenho um vírus dentro de mim?
- No seu sangue. Ele não vai te destruir, eu prometo, você vai fazer tratamentos e e vai ficar bem.
- Não... não! Eu não preciso de tratamentos! - me afasto. - Eu vou acabar com isso sozinha.
- Não vai, é só uns remédios diários e umas idas ao médico, nada demais. Você vai conseguir.
- Óbvio que vou... - hesito e faço a pergunta que não quer calar - mas eu posso morrer com isso?
Cato abaixa a cabeça e fica frio.
- Sim... pode... mas não vai.
Ele me abraça devagar e eu retribuo.
Que venha o vírus, que venha qualquer coisa, eu vou conseguir... eu nunca perco.
Continua...
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