Dont Forget Me

A viagem. Parte 3.


Anne hesitou por um momento, mas depois ergueu o queixo, aceitando o desafio. Depressa, para não perder a coragem, enfiou o dinheiro no bolso da calça dele e puxou a mão com um gesto brusco, como se tivesse tocado algo quente. Então, girou nos calcanhares e afastou-se rapidamente, ignorando a ordem para que voltasse.

Com longos passos, Justin alcançou-a em dois tempos e obrigou-a a parar segurando-a pelo braço. Rindo de sua zanga, ele alisou a ruga de irritação em sua testa e passou os dedos carinhosamente por suas faces afogueadas.

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– Porque está zangada? Eram só três dólares.

– É uma questão de principio, não de dinheiro. Detesto que me imponham algo que não quero, e era exatamente isso que você estava tentando fazer. Pode ser que a Selena goste disso, mas eu não. Até agora eu tenho me saído muito bem sozinha.

Em vez de fiar zangado, Justin divertiu-se muito com o desabafo dela, embora só o leve tremor de seus lábios revelasse este fato.

– Você é uma pessoa estranha. Qualquer outra ficaria zangada se eu não gastasse dinheiro com ela, e você quase se mata, por causa de uns míseros dólares.

– Eu já lhe disse que não sou como as outras mulheres que você sai ou deixa de sair. Não faço joguinhos, você sabe disso Justin. Quando parei para olhar aquele pinãta, não foi com a intenção de que comprasse pra mim. Eu tinha dinheiro para pagar por ela.

–Eu sei que tinha, mas queria comprar alguma coisa pra você, nem que fosse aquela estúpida pinãta. Da próxima vez, perguntarei sua opinião antes de tomar uma atitude, embora não garanta que vá segui-la. Agora senhorita Independente, posso levá-la para jantar ou vai discutir contra isso também?

Os olhos de Anne, que momentos antes brilhavam de raiva, estavam agora risonhos.

– Jantar?! Mas nós acabamos de comer! Você só pensa nisso?

– Nós comemos há três horas, e foi só um lanche. Mas se prefere esperar, conheço um modo muito agradável de passar o tempo.

– Sabe, de repente, fiquei com uma fome de leão – ela replicou com o ar mais inocente do mundo, embora estivesse corada – É melhor irmos jantar.

Justin balançou a cabeça, fingindo desgosto.

– Eu estava achando que você ia dizer isso. - Logo depois estacionou o carro de novo e, segurando a mão dela, ajudou-a a descer.

Diante deles, estava um restaurante italiano, Justin sempre amou comida italiana e achou que seria legal levar Anne lá.

O sol estava acabando de se por no horizonte, quando saíram do elevador, e o céu apresentava um colorido que ia do laranja ao rosa - pálido. O maître conduziu-os á uma mesa junto ás janelas, de onde ele puderam apreciar o momento em que as luzes da cidade foram acessas, lançadas sobre todo um brilho dourado.

Anne já estava intoxicada com a paisagem, o vinho e Justin, e pouco se importando em demonstrar seus sentimentos ao mundo inteiro. Como pudera odiá-lo por todo aquele tempo? Justin a encantara novamente, como havia encantado-a quando á anos atrás tinha a levado á esse mesmo restaurante e a pedido em namoro. A garota estava no sétimo céu de felicidade, se dependesse dela, a noite jamais terminaria.

– Obrigada por me trazer pra jantar aqui Justin. Foi maravilhoso. – murmurou pouco depois, com um sorriso trêmulo e os olhos fixos nos dele.

Justin fingiu surpresa.

– E eu pensei que você ia me matar por ter escolhido esse restaurante. Lembra quando viemos aqui pela primeira vez?

– Como poderia esquecer?

Na volta a Stratford, Justin ligou o rádio e a música de Chris Brown os envolveu. Encostando a cabeça no banco, Anne fechou os olhos; estava cansada, mas feliz. As poucas palavras hostis que havia trocado com ele não tinham estragado o dia, e depois de tantas horas de convivência estava mais certa do que nunca que ainda o amava como á anos atrás. Ela gostaria de passar o resto de sua vida ao lado dele, mas esse era um sonho impossível, já que dali dois meses ela voltaria para Nova York e ele continuaria com Selena, e tudo voltaria a ser como antes. Anne sabia que quando todo esse sonho acabasse ela sofreria novamente por longos anos, mas não queria deixar de aproveitar os meses que tinha para ficar juntos.

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Quando chegaram á casa de Anne, tarde da noite, ela notou que as luzes da sala estava acesa, será que sua mãe já havia voltado da viagem á trabalho? Diana só voltaria dali dois dias. Raciocinando que Justin provavelmente a acendera antes de sair, como medida de segurança, desceu do carro e olhou para casa de Caitlin, talvez todos já estivessem dormindo. Era uma noite sem lua, mas não havia nuvens no céu, havia esfriado um pouco. Anne pensou em tudo que aconteceu e o que estava acontecendo ali naquele momento, a garota ficou emocionada que, mesmo que sua vida dependesse disso, não seria capaz de pronunciar uma única palavra. Quando Justin a puxou para junto de si, depois de acariciar com os olhos seus cabelos, suas faces e sua boca, não protestou, deixando-se levar docilmente.

– Aqui está mais uma coisinha para você colocar em seu livro – ouviu-o murmurar com a voz rouca, um instante antes de, finalmente, tomar posse de seus lábios.

Como se fosse uma droga, o beijo tirou a sua vontade de resistir, envolvendo-a num turbilhão de emoções. O desejo cresceu em seu íntimo, como a força de um maremoto, e, sem querer, ela se viu correspondendo á carícia com paixão e ardor, agarrando-se a ele como se mais nada existisse no mundo.