Dont Forget Me

A viagem. Parte 2


Quando entraram no centro do Canadá, Anne olhou em torno com interesse. As ruas estavam superlotadas de pessoas fazendo compras e turistas; todos usando uma mistura de inglês e espanhol para se comunicar. O calor era intenso, embora a maioria dos pedestres parecesse não senti-lo, e ela estava certa de que acabaria passando mal, se não parasse para tomar um liquido em algum lugar.

- Para onde vamos? – perguntou, observando Justin manobrar o carro com inegável habilidade.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Vamos até um riacho e lá fazemos nosso piquenique.

Anne sorriu como resposta. Justin continuou dirigindo, ficaram em silêncio até chegarem ao tal riacho, mas para chegar até ele, teriam que ir por uma trilha.

- Parece tão gostoso e fresquinho, mesmo com esse calor. – Anne comentou baixinho.

De perto, as flores da trilha eram ainda mais lindas, e a água to riacho parecia muito refrescante, e Justin seguiu-a, por todos os caminhos.

- Essa trilha leva ao topo da cascata; não é muito aladeirado, mas vamos ficar com um calorão se subirmos por ela nessa época do ano. Acha que é capaz de agüentar?

- Lá vem você de novo, duvidando da minha capacidade. Ainda vai reconhecer que me julgou mal, e pode ser que isso aconteça exatamente hoje. – Como uma gazela, ela começou a subir pela trilha, sem lhe dar chance de protestar novamente. Parou uma vez, para olhar por cima do ombro, mas a curva do caminho impediu que o visse.

No entanto, na velocidade em que estava indo, suas pernas logo começaram a doer e sua testa ficou molhada de suor. A dor irritante cresceu e, não podendo ignorá-la, Anne parou junto a uma árvore e encostou-se ao tronco, ofegante e meio tonta de calor. Quando melhorou, olhou de novo para trás, mas Justin ainda não estava á vista, e, com um suspiro, desencostou-se da árvore e seguiu em frente.

O topo não demorou a surgir, e, lá, uma surpresa estava á sua espera; sentando a um banco, sob a sombra de uma belíssima árvore, Justin recebeu-a com um sorriso triunfante.

- Como foi que você chegou na minha frente?

- Peguei outro caminho, mas fácil que esse. – Levantando-se, ele se aproximou e examinou o rosto dela, afogueado de suor. – E pela sua aparência, você deveria ter vindo por ele também.

- Ohhh, seu... – Só com muito esforço, Anne conseguiu engolir o palavrão que sentiu vontade de dizer. Em vez disso, lançou-lhe um olhar furioso, mas o sorriso que iluminava o lindo rosto, e o brilho dos olhos castanhos destruiu sua irritação, num passe de mágica. No entanto, era teimosa o suficiente para não querer revelar a facilidade com que ele podia dominá-la e, para não sorrir também, mordeu o lábio com força. Ele riu balançando a cabeça, estendeu á mão para ela – Venha, vamos sair daqui. Meu Deus, como sua mão está gelada!

- Mãos frias, coração quente. Pelo menos, minhas mãos não são quentes como as suas.

- Por quê? O que tem isso de mais?

- Mãos quentes, mente suja. – ela citou e corou, quando ele riu.

- Como toda garota normal tive encontros com rapazes de mãozinha boba. Os que tentavam forçar a situação eram os piores.

- Hmmm, não sabia que gostava de fineza. – Justin examinou-a por um momento, depois, num gesto inesperado, segurou-a pelos ombros e virou-a de frente para a cidade. – Não vou tentar nada, enquanto sua resistência estiver baixa por causa do cansaço, mas quando você estiver descansada, a história muda. Aí vale tudo.

- Obrigada pelo aviso. – Anne retrucou, arrepiada da cabeça aos pés. – Ficarei atenta, e evitarei a todo custo ruas escuras e desertas. Devo usar também camisolas grandes, de mangas compridas, e cinto de castidade?

- Deus me livre! Essas coisas foram inventadas apenas para atormentar os homens. Graças á Deus, os cintos de castidade caíram de moda há vários e vários séculos. Quanto ás camisolas grandes,deveriam ser consideradas fora da lei!

- Quer que as mulheres vivam resfriadas? Os invernos, em Nova York, são horríveis.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Existem outros modos de aquecer uma mulher, e não estou falando de cobertores. – Justin olhou-a com seriedade quando ela riu. – Vamos indo? Estou morrendo de fome.

Ela obedeceu e, pouco depois, os dois estavam de volta ao carro. Justin pegou a cesta e procurou uma mesa na área reservada para piqueniques ali perto.

- Foi você que preparou tudo isso? – Anne perguntou, ao ver os sanduíches de presunto, as saladas, os cozidos que ele estava colocando ao lado da garrafa de vinho, das peras e das maçãs que havia tirado da cesta.

- Só os sanduíches. O resto foi comprado numa loja de frios. Que tal um pouco de vinho para começar? – Justin pegou a garrafa, descobrindo, então, que não tinha trazido copos. – Eu sabia que havia me esquecido de alguma coisa. Vamos ter que beber na garrafa.

- Não tem importância. – Depois de tomar um gole, ela passou a garrafa para ele e, fascinada, observou-o beber.

Depois do piquenique, foram andar um pouco pelo centro da cidade.

O interior de uma loja mexicano era uma verdadeira festa de cores, e Anne adorou as lojinhas enfeitadas com flores de todos os tipos. Deliciada, puxou Justin de porta em porta, examinando as pinãtas* coloridas de vermelho, laranja, verde e azul; as flores contidas em vidros de todas as formas; as jóias feitas em prata e turquesa; os casacos de camurça, forrados com lã de carneiro; os vestidos de algodão colorido. Estava tão encantada com a variedade da mercadoria, que nem notou o olhar dele sempre fixo em seu rosto, observando com interesse suas reações.

- Quer essa vaquinha?- ele perguntou, quando a viu admirar uma vaquinha de cerâmica, presa a uma fita de couro, com um sininho no pescoço, feita para ser colocada junto á porta e anunciar visitantes com seu gostoso tilintar.

- Não, obrigada. Eu só estava pensando que minha amiga, Susan adoraria receber essa vaquinha de presente. Talvez eu volte aqui para fazer compras, na época do Natal.

- Susan era sua companheira de apartamento?

- Não. Eu morava sozinha no apartamento. Mas ela é uma das modelos mais bem pagas do país, e é o modernismo em pessoa.

- isso não criava problemas? Sempre pensei que fosse difícil viver com uma pessoa que tem um estilo de vida totalmente diferente do nosso.

- Os nossos estilos de vida são um pouco diferentes. Acha que seria difícil conviver comigo?

- Acho que poderia me acostumar a ver você andando pela casa com aquele babydoll. – Com o dedo indicador, bateu de leve na ponta do nariz dela. – Se já viu tudo que queria, acho melhor irmos embora.

- Espere um pouco – Anne disse, quando já estavam quase na porta do mercado, e passavam por uma loja que exibia uma coleção de pinãtas.

Ela entrou na loja e, depois de trocar algumas palavras com o dono, abriu a bolsa, mas Justin, que a tinha seguido, segurou sua mão e impediu-a de pegar o dinheiro.

- Qual delas você quer?

- Aquela. – Anne indicou uma pinãta vermelha, que o lojista já estava pegando. – Mas é eu que vou pagar por ela, Justin. É para a sobrinha de Susan, uma garotinha que adora vermelho.

Justin ignorou suas palavras e pagou o lojista.

- Justin, quer fazer o favor de me ouvir? Não posso deixar que pague por um presente de aniversário que... que nem é pra mim!

Sem responder, ele pegou a pinãta e dirigiu-se a porta do mercado. Ela teve que correr para alcançá-lo.

- Ás vezes você é insuportável, Justin Bieber! – exclamou entendendo-lhe alguns dólares. – Você vai pegar isso ou não vai? – E quando viu os olhos dele estreitarem-se perigosamente, avisou: - Se não pegar esse dinheiro, vou colocá-lo no seu bolso.

- Duvido!

* eu não consigo explicar o que é pinata, mas tenho certeza que vocês já viram algum em algum filme americano.