Durmstrang nunca foi um lugar muito divertido do mundo, na verdade estava longe disso. Tudo naquela escola parecia ser puxada para a escuridão, era como se a luz tivesse se esquecido daquele lugar fazendo com que a escuridão fizesse de Durmstrang seu reino.

_Ainda me pergunto o que uma garota como a senhorita faz em um lugar como Durmstrang? – uma voz carregada por um sotaque britânico invadiu os ouvidos de Melinda fazendo com que a garota levasse um susto – perdão, não era de o meu gosto assustá-la.

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_O que quer Grindelwald? Não vê que estou estudando? – a voz da garota por mais doce que fosse possuía uma raiva incomum dentro de si, capaz de assustar qualquer um, menos ele.

_Não seja tão mal educada minha querida, estava apenas querendo tirar uma duvida que me atormenta desde em que a conheci naquela rua abandonada – o garoto parou por um momento fingindo pensar sobre o assunto – alias o que a senhorita fazia em uma rua abandonada de madrugada?

Melinda Dellatorre excitou antes de responder, e por um minuto pensou em dizer a verdade, precisava de alguém para desabafar, soltar todas aquelas coisas que estavam presas dentro de si. Só que como sempre as palavras se prenderam no meio do caminho.

_Tudo bem se não quiser me contar, mais saiba que estarei aqui caso queira se livrar do peso de todas esses segredos guardados só para si mesma.

_Não sei do que está falando Grindelwald, mais saiba que não tenho segredos, e mesmo se tivesse você seria a última pessoa a qual eu iria contar.

_Não tenho tanta certeza sobre isso minha querida Melinda Dellatorre. – o garoto soltou mais um dos seus sorrisos antes de sair deixando a garota de longos cabelos escuros confusa com suas palavras.

...

O frio cortava minha pele exposta pelo fino vestido que tive a infeliz idéia de vestir. Mais nem todo aquele frio parecia me impedir de ir atrás dele.

_Eu lhe daria um abraço com meus singelos parabéns se não soubesse o quanto me odeio minha querida filha – a voz de Grindelwald surgiu atrás de mim fazendo com que me assustasse.

Ele sorria como nunca tinha o visto sorrir antes. Um sorriso diabólico, cheio de maldade, e isso só fizeram com que a culpa dentro de mim aumentasse.

_Você está bem Lílian? – e por um segundo eu percebi um tom de preocuparão em sua voz, que logo desapareceu tornando-se fria e sem sentimento, exatamente como Grindelwald sempre foi.

_Como acha que estou? Dumbledore está morto, e quer saber o por quê? Quer saber o porquê dele estar morto? – eu despejei as palavras sobre ele com tamanha raiva que nunca pensei existir dentro mim – Você me disse para matá-lo, então eu matei. Pais não pedem para que suas filhas matem pessoas, eles lhe dão carinho, as amam e fazem de tudo para que elas tenham um bom futuro, para que sejam boas pessoas, mais você não, você Grindelwald pediu para que eu matasse Dumbledore, e agora ele está morto, você foi um péssimo pai.

E nesse momento toda minha sanidade se foi, era como se a realidade do que eu tinha feito tivesse caído sobre mim e o que sobrava das minhas forças se fora.

_Eu o matei... Eu matei alguém – e minha voz falhou ao enfim admitir tal ato – Eu matei Dumbledore – Grindelwald fez menção para me confortar mais tudo que eu fiz foi me afastar – não chegue perto de mim, nunca mais, seja um bom pai, pelo menos uma vez na vida e me faça o favor de nunca mais aparecer na minha vida.

...

O sorriso estampado no rosto do garoto poderia iluminar o lugar mais sombrio de todo o mundo mágico, e era isso que ele fazia, sua felicidade parecia se espalhar por toda Durmstrang, o tornando pela primeira vez um lugar menos sombrio.

_Vejo que Leandre está realmente feliz com a idéia de que será pai, alias de um filho que nem é dele – Melinda se assustou com a proximidade repentina de Grindelwald, porem tudo que fez foi sorrir ao repousar sua mão em seu ventre.

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_É uma menina, Lílian, minha doce Lílian – Grindelwald havia se esquecido dos danos que o sorriso de Melinda o causava, era como se no instante em que ela sorrisse o mundo todo parasse para olhar.

_Eu não compreendo Melinda, era para ser eu gritando para o mundo todo ouvir que serei pai, é a minha filha que está dentro de você, não dele, e você sabe disso – era visível a frustração de Grindelwald ao dizer aquelas palavras.

Melinda não respondeu de imediato, parecia pensar quais as palavras deveriam ser usadas naquele momento.

_Ela não merece o futuro que nós a daríamos meu querido, eu já a amo, e tenho certeza que você a amaria também, mais eu não posso deixar que minha filha seja criada no meio de mortes, que as pessoas a julguem pelo simples fato de ser filha de dois assassinos, ela não tem culpa de nada, ela merece ser feliz, felicidade a qual nós dois nunca conseguiríamos dar a ela – antes de prosseguir Melinda colocou as mãos de Grindelwald em sua barriga onde antes eram as suas que repousavam – me deixe partir com Leandre, prove que é capaz de amar querido, me deixe dar um futuro para nossa filha, prove que seria um bom pai, deseje o melhor para sua filha mesmo que o melhor seja longe de você.

_Tem dois dias para partir Melinda, fuja com Leandre, saia do país, o que precisar só não me deixe achá-la, pois no dia que isso acontecer eu irei querer o que é meu por direito, e matarei qualquer um que se colocar a minha frente.

A garota partiu deixando seu perfume preso na memória de Grindelwald que ainda parecia abalado com suas próprias palavras.

...

_Então é isso não é Lílian? Para provar que eu a amo, para provar que eu seria um bom pai parece que tenho que estar longe de você – Grindelwald gritou fazendo com que por um minuto o meu choro parasse apenas para prestar atenção em suas palavras – você coloca a culpa em mim, mais eu lhe dei um escolha, você a fez, não me culpe por suas escolhas querida, está apenas procurando alguém para despejar tudo isso e se livrar de toda a culpa que lhe coroe, mais você já havia matado inocentes antes, um a mais um a menos já não faz tanta diferença. Você é exatamente como sua mãe, sempre me culpando por erros cometidas por si próprias.

E então ele se foi, me deixando ali com sozinha em meio ao frio, perdida em minhas próprias palavras, me afogando em perguntas, e mais uma vez sem ninguém ao meu lado.