A coordenadora cortou as rizadas, mandando-os diretos para os camarins, refazer as maquiagens. Sai não deixou nenhum dos garotos em paz, até que a cena começou. O cenários mostrava a cela de Frei Lourenço. Entram Shino e Shikamaru.

Shino — Quinta-feira, senhor? O prazo é curto.
Shikamaru — Foi o senhor Capuleto que assim quis.
Shino — Mas disse que não sabe ainda o que a donzela resolveu sobre isso. Esse caminho não o considero certo; não me agrada. Para casar-se com Julieta você não tem preguiça, né?
Shikamaru — Chora sem pausa a morte de Tebaldo. Por essa causa, pouco conversamos a respeito de amor; não sorri Vênus numa casa de lágrimas. Agora, senhor, ficai sabendo que, primeiro, eu não sou preguiçoso, apenas poupo energia e, segundo, o pai dela está com pressa pois a menina não sai do quarto, não come, não sorri. Não é certo se entregar às lágrimas.
Shino — Se você soubesse da verdade... Ah, Páris, veja! Aí vem sua dama.

Entra Hinata, tentando disfarçar seu sorriso.

Shikamaru — Feliz encontro, minha esposa e dona!
Hinata — Assim poderá ser, quando casar-me.
Shikamaru — O \"poderá\" será na quinta-feira próxima.
Hinata — O que tiver de ser, será.
Shino — É um dito muito certo.
Shikamaru — Aqui viestes para vos confessar com este monge?
Hinata — Se eu te responder, será me confessar convosco.
Shikamaru — Revelai-lhe que me tendes amor.
Hinata — A vós diria que lhe dedico amor.
Shikamaru — Do mesmo modo lhe direis que me amais, tenho certeza.
Hinata — Se assim fosse, teria mais valor não vos dizer no rosto, mas nas costas.
Shikamaru — Pobre alma, o rosto as lágrimas te ofendem.
Hinata — É vitória pequena para as lágrimas, pois, antes disso, ele já era feio.
Shikamaru — Mais o ofendeste agora, assim falando, do que com tuas lágrimas.
Hinata — Calúnia não foi, senhor; só disse o que é verdade.
Shikamaru — Teu rosto é meu; com isso o caluniaste.
Hinata — Pode ser, que a mim mesma não pertence. Tendes tempo agora, santo padre, ou devo voltar à tarde, para a missa?
Shino — Tenho tempo agora, minha filha pensativa. Senhor, será preciso que nos deixe sozinhos.
Shikamaru — Deus não queira que eu possa perturbar a devoção! Julieta, quinta-feira, bem cedinho, hei de vos despertar. Até esse instante, adeus: Ficai com este beijo pio.

Shikamaru rouba, literalmente - já que isso não estava no roteiro - um \"selinho\" da Hyuga e sai. Hinata cora mais do que pode, mas se endireita e volta a cena.

Hinata — Oh! Fecha a porta logo! E, após a teres fechado, venha chorar comigo. Já não há esperança, nem remédio, não há socorro algum.
Shino — Ó Julieta! Já sei do teu desgosto. Disseram-me que vais casar na quinta-feira próxima com o Conde Páris, sem que nada possa adiar a cerimônia.
Hinata — Se em toda tua ciência não achares nenhum recurso para impedir isso, juro, me matarei. Meu coração e o de Romeu foram reunidos por Deus. Por tudo isso, com tua experiência, dá-me logo um conselho. Não retardes a resposta. Viver me causa tédio, se falar não tiver remédio.
Shino — Pára, filha! Virou emo, é? Se tens energia suficiente para suicidar-te, só para não dar a mão ao Conde Páris, será melhor, então, que pense em outra solução, assim lutando com a morte, para dela te furtares. Se ousares isso, arranjarei os meios.
Hinata — Oh! mandai que eu me jogue daquela torre, mas de casamento com o conde não faleis; ou vou andar pelas estradas de assaltantes, ou vou esconder-me em ninhos de serpentes; amarrai-me com ursos rugidores; jogai-me num doente com peste negra; mandai-me entrar num túmulo recente, para esconder-me, ao lado do defunto, sob sua própria mortalha; coisas essas que, só de ouvir, tremer já me fizeram. Sem a menor vacilação, sem medo, tudo farei, contanto que prossiga como esposa sem mancha de quem amo.
Shino — Escuta, então: vai para casa, mostra-te alegre e dize que está disposta casar com o conde. Quarta-feira é amanhã; amanhã, à noite, deita-te sozinha, sem que fique a ama no quarto. Toma este frasco, e quando te deitares em tua cama, bebe seu conteúdo, que pelas veias, logo, há de correr-te humor frio, de efeito entorpecente, sem que a bater o pulso continue em seu curso normal, parando logo. Calor nenhum nem hálito tua vida poderão atestar; mudadas ficam essas rosas das faces e da boca em cinza desmaiada, a cair vindo as janelas dos olhos, como quando fecha o dia da vida a morte escura. Do maleável poder os membros todos ficando, então, privados, hão de frios e rígidos tornar-se como a morte. Vinte e quatro horas ficarás com esse tétrico aspecto da engelhada morte, para acordar como de um doce sono. Quando, portanto, cedo vier o noivo despertar-te do leito, estarás morta. Então com belas vestes, num caixão aberto, posta serás no mesmo antigo túmulo em que toda a família Capuleto tem sido sepultada. Nesse em meio, antes de despertares, Romeu há de, por minhas cartas, conhecer o que houve e virá para cá. Aguardaremos, eu e ele, que despertes, conduzindo-te Romeu, na mesma noite, para Mântua. Do opróbrio ameaçador esse projeto te livrará, se o medo feminino ou o capricho volúvel, à última hora, não te privarem do valor consueto.
Hinata — Ahn.. Quer eu tome um veneno, finja-me de morta, mate meu casamento, espero Romeu vir me buscar e fuja?
Shino - Isso mesmo.
Hinata - Não podia resumir toda a história? Dai-mo! Dai-mo essa poção!
Shino — Aqui. - Entrega um pequeno frasco rosa - Parti logo e conservai-vos nessa resolução. Vou mandar a Mântua uma carta de minha parte para teu marido.
Hinata — Triunfe o amor, e eis tudo resolvido. Adeus, meu caro padre. Obrigada!

Saem e se deparam a uma cena incomum na cochia. Shikamaru estava com um saco de gelo no rosto e Sasuke e Neji estavam no outro canto, recebendo bronca de Tsunade.

- O que aconteceu aqui? - Perguntou a Hyuga para Naruto.
- Neji e Sasuke deram uma surra em Shikamaru, pelo beijo, sabe?
- Oh, por Hokage Primeiro!
- É, Hinata... - Interrompeu Gaara - Shikamaru acabou de confirmar que gosta de você.

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