Os dias foram se arrastando lentamente como se fossem anos. A cada vez sentia a angustia se aumentar dentro de mim por não ter Demi ao meu lado, com aquele sorriso que só ela consegue dar. Obviamente eu sempre ia ao hospital para vê-la, mas minha agenda não me permitia ir todos os dias, ainda que eu sempre fizesse um esforço.

Seu aniversário havia se passado algumas semanas atrás, o que não foi uma situação muito boa, já que ela estava em coma, e os médicos ainda não deram nenhum resultado da sua possível recuperação, mas eu ainda tinha fé de que uma hora ela iria acordar, ficar boa e continuar sendo a pessoa incrível que é, que tudo era só questão de tempo, mas o destino não estava cooperando muito comigo.

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Os Lovatics, seus fãs, estavam mostrando todo o apoio possível através do twitter, subindo tags como “Stay Strong Demi” e etc. realmente tinham milhões de pessoas orando para que ela ficasse boa logo, inclusive eu. Não estava sendo fácil ter que lidar com isso, mas eu era praticamente forçado a aceitar os fatos, pois nada que eu pudesse fazer iria mudá-los.

Narração em 3° pessoa

Demi sentia que suas pálpebras estavam pesadas, não apermitindo abri-las; não sentia nenhuma parte sequer de seu corpo, como se não pertencesse mais a ele, pois o mesmo não respondia as suas ordens. Ouvia algumas vozes um pouco distantes, mesmo que não as reconhecesse naquele momento, pôde saber que ela era calma e doce.

A garota tentava fazer alguns pequenos movimentos com as mãos, porem sem sucesso, já que não conseguira mexer um centímetro agora. Mesmo assim, podia sentir alguém apertar sua mão levemente, segurando-a com duas mãos. Tentou mexê-las de novo, desta vez conseguindo mexer os dedos milimetricamente, que para ela se tornou uma frustração já que era o máximo que conseguia fazer.

Para a mulher ao lado dela aquilo foi surpreendente, sentindo os dedos da filha se mexerem, ainda que fosse apenas durante um segundo. Não resistiu e soltou um grito de exclamação, sentindo sua cabeça girar levemente. Já tinha se passado quase três meses e a sua garota não fazia um movimento sequer, era de se esperar que ela ficasse surpresa. Mesmo com sua surpresa não contida ela gritou pelo médico com uma voz embargada, querendo contar-lhe a novidade.

Aos poucos a audição de Demi começou a ficar mais aguçada, percebendo que a voz da qual começara a falar tanto para outro alguém era de sua mãe, mas não conseguia encaixar as palavras devidamente para que elas fizessem sentido. Ainda se encontrava tonta, desde que acordara. Suas pálpebras, finalmente, se abriram em um percurso lento, dando a Demi uma visão pouco nítida, mas que ainda assim poderia identificar que estava em um quarto de hospital, e em sua frente havia duas figuras, um homem e uma mulher olhando diretamente para ela.

– Filha! Você está me ouvindo? – A mulher praticamente gritou.

Demi, por sua vez, não conseguia nem ao menos fazer um mísero som, seu corpo ainda estava fraco, assim como seus pensamentos.

Tentou fazer o mesmo movimento dos dedos que fizera antes, desta vez com um pouco mais de sucesso. Elena veio correndo abraçar sua filha fortemente, deixando algumas lágrimas escaparem de seus olhos. Ela esperava tanto tempo por isso e agora estava ali, mesmo que não fosse um grande sinal, já era um grande avanço, pois isso triplicou suas esperanças. Ela agradeceu mentalmente a Deus, por ter correspondido aos seus pedidos e orações.

– M...mãe. – Demi finalmente havia conseguido forças para falar, mesmo que suas voz ainda estava quase inaudível de tão fraca.

– Srta. Elena, é melhor deixá-la descansar. – O médico disse. Elena deu um beijo na testa de Demi e saiu do quarto, mais animada do que quando entrou.