The Way I Loved You

X - Forgetfulness


Ali estava eu, jogada na cama do hotel esperando o Harry voltar. Os meninos tinham saído, e eu preferi ficar ali com ele, que tinha ido buscar alguma coisa pra comermos… Ou seja, eu estava mais uma vez perdida em meus pensamentos. Era tanta coisa acontecendo, eu estava novamente com o Harry, conheci pessoas fantásticas, vi minha mãe, voltei a Cheshire… A cidade onde a parte mais importante da minha vida começou, onde eu conheci o Harry, onde fiz amigos incríveis… Mas também é uma parte trágica da minha vida. Por quê? Tudo aconteceu há 10 anos atrás, quando eu perdi meu pai.

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Era meu aniversário de oito anos, e, como meus pais eram separados, eu passei o dia com a minha mãe, e de noite meu pai me levaria ao parque de diversões. Eu estava feliz, como qualquer criança a caminho da diversão no dia de seu aniversário, mas se eu soubesse o que iria acontecer naquela noite, nem teria saído de casa.

Dei um beijo na bochecha da minha mãe e meu pai pegou em minha mão, me levando para o banco traseiro do carro. Ele colocou o CD infantil que sempre tivera guardado em seu carro, lembro que ele me perguntou como estava a escola e tudo mais, mas quando eu estava prestes a responder que estava tudo bem, uma luz branca que veio se aproximando rapidamente de nós chocou-se com o nosso carro, me fez perceber que não estava mais tudo bem. Não me lembro de mais nada, além de acordar em uma cama de hospital e minha mãe na porta chorando nos braços da médica. Vê-la sofrendo era a pior coisa do mundo, não tinha como não chorar também. Mesmo sendo criança e não entendendo o que estava acontecendo, eu percebia que algo muito ruim acabara de acontecer, e não sei por que associei isso ao meu pai.

As partes ruins da vida sempre vêm à tona quando nos deparamos com a situação... Eu precisava de algum jeito esquecer isso, afinal já se passaram mais de 10 anos... Pra que o drama?

A porta abriu-se e vi o garoto de cachinhos entrar todo atrapalhado com as coisas na mão. Ri do MEU garoto e fui ajudá-lo. Ele me deu um selinho e colocou as coisas encima da cama. Havia dois copos com suco de laranja, dois hambúrgueres, um pacote de batata frita e Donuts. Deixar o Harry ir comprar comida é o mesmo que pedir pra engordar.

“Harry, eu pedi pra você trazer coisas naturais e saudáveis!” Eu falei sentando na cama e encarando a comida. Ele se jogou no meu colo e disse:

“Mas eu trouxe...” Reclamou e depois completou. “seu suco de laranja, por exemplo.” Encarei-o e ri sarcasticamente. Ele sorriu e chegou mais perto de mim dizendo “Não vai te fazer mal uma vez ou outra, amor. Relaxa.” Deu-me um beijo e sentou-se ao meu lado pra comermos. Estava muito bom, não me lembrava da ultima vez que havia comido algo desse tipo. Eu sempre dizia ao Harry que devíamos ter uma alimentação saudável, mas como eu disse: ele nunca me ouve.

“Ah, você sabia que o Liam e a namorada terminaram? Eu achei muito chato, pensei que eles se casariam e tudo mais...” Harry falou de boca cheia.

“É... Eu soube, também fiquei triste. A Danielle parecia bem triste com essa distância entre os dois... Acho que por um lado foi melhor.” Eu disse depois de mastigar, e logo o alertei. “E não fala de boca cheia, é feio.”

“Mas eu sou lindo, como posso ser feio?” Ele tentou filosofar, mas mais uma tentativa em vão. “Brincadeira. Desculpa princesa. Não vou fazer de novo.” Como ele consegue ser tão fofo? Sério, eu juro que até coloquei meu sanduíche no prato e o abracei – do nada, mas foi bom.

“Eu amo você.” Sussurrei em seu ouvido e logo me arrepiei ao ouvi-lo dizer o mesmo, depositando um beijo em meu pescoço. Fitei seu rosto, olhando no fundo de seus olhos e tentando entender o que eu sentia. Eu sabia que era amor, mas ás vezes parecia ser uma coisa mais forte... Será que é possível haver alguma coisa mais forte que o amor verdadeiro?

“Promete nunca me deixar?” Ele falou depois de me abraçar novamente, com uma voz estranha que se camuflava no silêncio de lágrimas. Ele estava chorando, e eu não sabia o porquê.

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“Nunca pensaria nisso.” Abracei-o mais forte. Mesmo não sabendo o motivo de suas lágrimas, eu sabia que algo havia acontecido e ele precisava de mim. Parei o abraço devagar e encarei-o. Uma lágrima escapou de meu olho, involuntariamente. Eu nunca consegui vê-lo chorar sem que isso me afetasse... Era como se fossemos apenas um. Tudo o que ele sentia, eu também sentia. Não literalmente, é claro. Coloquei uma mão em volta de sua nuca e outra em seu rosto, puxando-o até mais perto de mim. Nossos lábios se encostaram e essa sempre era a melhor sensação de todas. Senti suas mãos envolverem minha cintura e me puxarem para seu colo. Sua língua pediu passagem, e o beijo ganhou cada vez mais intensidade. Parecia que cada beijo nosso era o primeiro: com a mesma sensação, e ganhava sempre mais magia.

“Eu não quero perder você, nunca.” Ele falou ao parar o beijo, olhando em meus olhos.

“Não ouse em pensar que vai me perder.” Falei e sorrimos.

A graça de quando se ama é que não importa se podemos ou queremos, mas sempre estaremos ali um para o outro.