Speechless

Capítulo 12


POV Harry

Depois que ela saiu eu pareci um adolescente idiota rindo para o teto e fazendo gestos de vitória, não sabia o que fazer primeiro. Ela correspondeu muito prontamente, então era óbvio que também queria. E o que ela estava fazendo inclinada sobre mim? Não podia estar só olhando para os papeis. Fiquei quase uma hora como bobo revivendo a cena e quando já a tinha reimaginado milhares de vezes e não havia mais o que fazer peguei o telefone e liguei para Rony.

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—Alô. - Me atendeu logo no segundo toque.

—Cara, não me mata, mas eu tenho que te contar uma coisa. - Falei já rindo.

—Fala, veio. - Riu também.

—Eu beijei sua irmã! - E ri mais ainda.

—A força? - Me perguntou em dúvida.

—Claro que não, idiota. Ela me correspondeu. - Sorri mais amplamente se possível - Me correspondeu, tem noção de como é isso?

Ele riu também.

—Posso imaginar. - Falou descontraído. - E agora, o que vão fazer?

—Não sei c ara, ela saiu quase correndo depois. A secretaria nos interrompeu para lembrar que eu tenho um almoço de negócios com o gerente hoje. - Falei pegando minha pasta e já saindo da sala.

—Nossa, que péssimo. Justo quando as coisas começaram a dar certo.

—Pois é.. - Falei passando pela recepção me despedindo quando a Srta. Vane me interrompeu. -Só um minuto, Ron. - Me virei para ela. - Pois não.

—O Sr. poderia me dar uma carona até a rua de trás? - Perguntou tentando parecer provocante. - Estou de salto. - Justificou-se.

Puta que pariu, mulher chata! Mas mesmo assim eu não consegui negar.

—Tudo bem. - Falei a contra gosto já apertando o botão do elevador e recolocando o celular na orelha. - Ron, não desliga pelo amor de Deus. - Sussurrei para ele.

—Por que? - Me perguntou e antes que eu pudesse responder ela chegou.

—Estou pronta. - Falou sorrindo, eu nem respondi.

—Então, era exatamente sobre isso que eu estava dizendo Sr. Winterby.

—Que porra é essa? - Ron me perguntou sem entender.

—Não, a situação não exige questionamentos Sr. É uma questão de necessidade da organização. Se não estiver claro no momento o Sr. logo entenderá, por enquanto preciso que confie no que lhe digo. - Falei tentando soar profissional.

Desembarcamos no térreo e caminhei na frente até meu carro. Ela não andava de salto tão graciosamente quanto Gina.

—Cara, que merda é essa? - Ron me perguntou rindo.

Destravei o alarme e abri a porta de trás colocando minha pasta sobre o banco, depois abrindo a porta e entrando. Nos cinco segundos antes dela entrar ao meu lado falei rapidamente.

—Pelo amor de Deus, socorro! - Falei apressado e ela se sentou no banco do carona. Pigarreei e continuei. - Mas é claro Sr, Winterby, eu sei exatamente do que estou falando.

—Harry, eu preciso desligar. - Ron disse ainda rindo ao mesmo tempo em que a Srta Vane disfarçadamente colocava a mão em minha coxa.

—Não! - Quase gritei afastando sua mão de mim. - Claro que isso é seguro, o senhor não perderá seu tempo, isso lhe garanto.

Romilda sorriu de canto, Ron caiu na gargalhada.

—Harry, você está bem? - Me perguntou agora um pouco preocupado.

—Claro que sim, Sr. Só peço que me dê mais um tempo. - Falei isso ligando o carro e saindo do estacionamento o mais rápido possível, para me livrar dela também o mais rápido possível.

—Não é permitido dirigir falando ao celular, Sr. Potter. - Falou provocativa.

—Cliente difícil, não posso desligar agora. - Falei sussurrando alto o bastante para que Ron ouvisse. - Desculpe, Sr. Winterby, é claro que estou prestando atenção.

A volta no quarteirão para deixá-la na rua de trás durou longuíssimos três minutos.

—Adeus Srta. Vane. - Falei quando ela saiu do carro.

Assim que fiquei sozinho encostei a cabeça no banco e respirei fundo.

—Cara, o que foi isso? - Ron perguntou confuso.

—Isso foi a louca atirada da secretária da empresa que está me perseguindo e hoje resolveu inventar que precisava de uma carona até a rua de trás porque estava de salto. - Falei rápido.

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Ron riu alto.

—E você está com medo de ficar sozinho com ela por quê? - Perguntou sem entender.

—Porque ela é louca, Ron! Ficamos três minutos no carro enquanto eu falava no telefone e ela já tentou passar a mão na minha perna. - Disse incrédulo.

Ron riu mais ainda.

—E ela é bonita? - Perguntou curioso.

—Eu sei lá se ela é bonita! Ela não é sua irmã, isso já suficiente. - Respirei fundo e me despedi. - Bom, preciso ir cara. Tenho um almoço com o gerente.

—Vai lá. - Falou ainda rindo. - E cuidado com as secretárias.

Ele riu alto, eu o acompanhei.

—Tchau, cunhadinho! - Disse sarcástico.

—Idiota. - Ele respondeu e desligamos.

O restaurante onde eu havia marcado o almoço não era longe, então cheguei la faltando cinco minutos para uma da tarde e o Sr. Black ainda não havia chegado. Pedi mesa para dois, uma água com gás, gelo e limão e o aguardei com cara de bobo enquanto lembrava o beijo dela. Quente, diferente, envolvente, eu definitivamente tinha que prová-lo de novo. Não adiantava mais nada ficar evitando pensar nela agora que eu tinha algo concreto entre nós dois para imaginar. Hoje eu a chamaria para sair, sem dúvidas.

Um pigarrear chamou minha atenção e eu me levantei rapidamente.

—Boa tarde, Sr. Black. - Disse apertando sua mão. - Desculpe a distração.

—Boa tarde, Sr. Potter. - Sentou-se defronte a mim depois que nos cumprimentamos.

E começou a tarde chata de negócios. Consegui retornar ao escritório às três e meia da tarde, Gina sairia dali a meia hora. Entrei rápido e passei pela Srta. Vane sem nem cumprimentá-la, indo direto para minha sala. Quando entrei Gi estava com fone de ouvido, como sempre, a mesma expressão indecifrável, uma pilha de papéis em sua frente e nem olhou para mim. Eu falei boa tarde, mas se ela ouviu me ignorou. Isso foi o suficiente para me encher de duvidas novamente, e aqui estava eu todo inseguro de novo.

O resto da tarde ela não me olhou, não falou comigo e não atendeu nenhuma ligação, o que me deixou sem graça. As 15hrs59min ela já estava de pé desligando seu computador, pegando a bolsa em cima do armário e se preparando para ir embora. Eu não iria deixar a oportunidade passar, então quando percebi que ela realmente não iria se despedir, me levantei rapidamente e parei em sua frente.

—Sai comigo no fim de semana, Gi? - Perguntei enquanto lentamente esticava minha mão para segurar a dela.

—Não. - Foi a única resposta fria, seca e direta que eu obtive antes dela se esquivar do meu toque, me contornar e sair.

Eu fiquei parado onde estava sem entender essa reação. Ela havia sido tão receptiva com meu beijo e agora isso. Voltei devagar para minha mesa, mas não consegui me concentrar mais no trabalho, então quarenta minutos depois que ela saiu, eu também fui para casa.